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Deputados de oposição acusaram o presidente Jair Bolsonaro de mentir sobre a realidade brasileira durante discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, realizada de forma virtual nesta semana (22/09/2020). Em um dos pontos, Bolsonaro afirmou que o Brasil é vítima do que chamou de "brutal campanha de desinformação" sobre a Amazônia e o Pantanal. Também apontou índios e caboclos como responsáveis pelas queimadas. A líder do PSOL, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), informou que o partido vai apresentar denúncia contra o presidente junto à Assembleia Geral e ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU.
"Não são os caboclos, tampouco os indígenas que tacam fogo na Amazônia e no Pantanal. Somente no Ibama, houve um bloqueio de 55% no orçamento. Na última semana, o ministro (Ricardo) Salles anunciou um bloqueio de R$ 60 milhões nas áreas de queimada e desmatamento e, no ICMBio, houve um bloqueio de R$ 39,7 milhões".
Líder da Rede e coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), se disse "indignada" com o discurso do presidente na ONU.
"O presidente Bolsonaro demonstrou uma postura irresponsável e leviana ao mesmo tempo. Destaco que os próprios dados do Inpe confirmam que as Terras Indígenas são as áreas mais protegidas do país: sobrevivem da biodiversidade e, para isso, conservam".
Deputados que visitaram o Pantanal no fim de semana e constataram a devastação no bioma também criticaram Bolsonaro. O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), apontou outros pontos em que haveria inconsistência no discurso do presidente na ONU. Um deles foi quanto ao enfrentamento à pandemia de covid-19.
"Culpa todo mundo, menos ele. Despeja mentiras na ONU, como se o Brasil tivesse política ambiental de preservação, tivesse acertado no combate à Covid-19, tivesse preservando vidas e que o Brasil vive um momento extraordinário do ponto de vista econômico pelas medidas que o governo brasileiro vem tomando. É inacreditável e um show de horror o que o presidente da República destilou nas Nações Unidas",
Crítica semelhante fez o líder da Oposição, deputado André Figueiredo (PDT-CE).
"Na abertura da Assembleia Geral da ONU, o presidente se utilizou de sua constante prática de negacionismo: negar o que está efetivamente acontecendo no Brasil em termos de crimes ambientais e de crimes contra a humanidade. Ele simplesmente mente".
Já os deputados governistas elogiaram o desempenho de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. Para o vice-líder do MDB, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), o discurso foi realista.
"Eu vi o pronunciamento todo e não vi nenhum ponto de mentira. O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro foi muito bom: enalteceu o agronegócio brasileiro, mostrou a realidade do Brasil e o enfrentamento à Covid-19 em vários aspectos – não apenas na área da saúde, onde vários recursos foram destinados para municípios e estados; na área econômica, com o apoio à microempresa; e na área social, com o auxílio emergencial. Enfim, em todas as áreas em que foi necessário houve o apoio do governo Bolsonaro".
O deputado General Girão (PSL-RN) viu postura sensata do presidente.
"O presidente Bolsonaro fez uma fala sensata e equilibrada, defendendo o país e a soberania do Brasil"
O deputado Giovani Cherini (PL-RS) devolveu as críticas à oposição.
"Infelizmente, a oposição está querendo botar na conta do presidente a seca que, há mais de 100 anos, queima metade do Brasil. E também querendo colocar o vírus na conta do presidente. E o que fez a oposição todo o tempo? Pediu o fechamento do comércio, negou os tratamentos".
No discurso, Bolsonaro ainda defendeu a liberdade religiosa e o combate ao que chamou de "cristofobia", que seria o preconceito contra cristãos no Brasil.
Fonte: Repórter de Brasília, José Carlos Oliveira.
Notícia com apoio cultural de http://qsaudavel.com
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