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domingo, 7 de maio de 2017

Convite importante

Confira a análise do Programa de Metas da gestão 2017-2020



Enviado por NossaSP em ter, 04/04/2017 - 16:15
 

A lei do Plano de Metas é uma iniciativa da Rede Nossa São Paulo e determina que todo prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa de Metas de sua gestão, até noventa dias após sua posse, que conterá as prioridades: as ações estratégicas, os indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da Administração Pública Municipal, subprefeituras (prefeituras regionais) e distritos da cidade, observando, no mínimo, as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as ações estratégicas e as demais normas da lei do Plano Diretor Estratégico. Conheça o Programa de Metas (vídeo)

Inédita no País, a lei do Plano de Metas inova ao se tornar ferramenta eficaz de controle social, já que possibilita o acompanhamento e a avaliação objetiva da gestão municipal. Importante: o Plano de Metas deve considerar critérios como a promoção do desenvolvimento sustentável, inclusão social, promoção dos direitos humanos, entre outros. A lei prevê também a realização de audiências públicas (temáticas e regionais, por subprefeituras) nos 30 dias seguintes à apresentação do Plano de Metas. O prefeito também deve prestar contas à população a cada seis meses e publicar um relatório anual sobre o andamento das metas. (Saiba mais)

Em São Paulo, na gestão 2009-2012 o plano recebeu o nome de Agenda 2012 e contemplou 223 metas. Na administração 2013-2016, foi composto por 123 metas. E agora, a gestão atual (2017-2020) apresentou um plano com 50 metas que ainda está em processo de coleta de sugestões da sociedade civil, pelo site http://planejasampa.prefeitura.sp.gov.br e http://programademetas.prefeitura.sp.gov.br (até 31 de março). Mesmo pedindo pela revisão do cronograma das audiências públicas do Programa de Metas de SP, as audiências públicas aconteceram em 3 dias, confira aqui o calendário.

A Rede Nossa São Paulo, Minha Sampa e Cidade dos Sonhos, apoiados por dezenas de organizações, iniciaram uma campanha de mobilização para um Plano de Metas que contemple as necessidades da população, com transparência nos processos e real participação da sociedade civil. Para isto, estas organizações entregaram propostas à gestão do prefeito eleito de São Paulo em dezembro de 2016 e divulgaram um Manifesto pela Transparência e Participação no Programa de Metas.

O #MetasDeSP conta com um evento online para informar e mobilizar os cidadãos paulistanos a respeito do Plano de Metas. Outras ações foram, e estão sendo, realizadas pela campanha: eventos de rua, coleta de sugestões, seminários regionais, publicação de artigos, análises das metas, etc. Após esta etapa, teremos a fase de monitoramento, aguardemos!

Saiba o que organizações da sociedade civil, movimentos sociais, coletivos, institutos, pesqusiadores, especialistas e gestores falam sobre as metas o Plano de Metas da gestão 2017-2020, com análises, notícias, artigos, notícias e documentos.



Conheça e clique em cada uma das metas e confira:

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável




Para lembrar dos objetivos do evento:


- Lançamento da Rede ODS São Paulo;

- Apresentação da Agenda 2030 e seus desafios para implementação em São Paulo;

- Divulgação do Fórum Paralelo Mundial da Água e seus desafios para o Brasil;


Convidados confirmados até o momento para a mesa de debate:


Haroldo Machado: Assessor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/ PNUD, Brasil;

Carlos Bocuhy: Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental/ PROAM para falar sobre o Fórum Paralelo Mundial da Água;

Patrícia da Rede ODS Brasil: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;

    Segue o link para inscrição e divulgação do I Encontro da Rede ODS São Paulo, Agenda 2030 no Estado de São Paulo.

    I ENCONTRO DA REDE ODS SÃO PAULO:

    https://docs.google.com/forms/d/1o1zVFUzN-fuCFlRw0JfAI5iLpGQETyrFeAG8rAQxpXk/viewform?edit_requested=true


Ódio mata




Sim, somos um país racista. Mas até pouco tempo atrás o lado mais perverso da xenofobia e preconceito religioso, associando árabes ao terrorismo, era inexistente entre nós. Até por que nenhuma das 170 vítimas diárias de homicídio no Brasil – jovens negros em maioria - foi morta por "terroristas".

Nessa semana, porém, depois de um conflito entre manifestantes de direita que gritavam frases como "Sem terrorismo na minha nação, eu digo não à Lei de Migração" e "Abaixo, abaixo a Lei de Migração, eu quero meu país longe da islamização" e um grupo pró-imigração que incluía o líder do movimento Palestino para Tod@s e um refugiado sírio, o grita contra "terroristas islâmicos" transbordou do Facebook para rádios e emissoras de TV.

Nenhuma palavra sobre a incitação ao ódio evidente na manifestação da Direita São Paulo e em parte da mídia brasileira.

Foi também de ódio que morreu Valdir Pereira da Rocha, 36 anos, linchado por 20 detentos na Cadeia Pública de Várzea Grande por ser "terrorista". Valdir era um dos réus da questionável Operação Hashtag. Acusados de planejar um atentado contra as Olimpíadas que nunca aconteceu com base em "provas" basicamente coletadas nas redes sociais, os réus foram condenados ontem pela Justiça do Paraná.

No Brasil, é o ódio que mata como provam o genocídio dos jovens negros, as vítimas do feminicídio e da homofobia. É ele que assusta, não o medo do terrorismo importado por trumpistas e fascistas. Que os franceses ajudem a apagar essa fogueira nas eleições de domingo próximo.



Marina Amaral, codiretora da Agência Pública


sábado, 6 de maio de 2017

Teatro grátis na Zona Leste



Apresentação teatral no salão São Francisco, encenando uma passagem bíblica que mostra a volta do filho para seu lar, e, discutindo o tema das drogas e prostituição que leva os jovens para um caminho obscuro.
 

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Situação dos direitos humanos no Brasil avaliada através da Revisão Periódica Universal da ONU



Sede do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré





Brasil é um dos 14 Estados que terão a situação dos direitos humanos examinada pelo Grupo de Trabalho da Revisão Periódica Universal (RPU) do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. A reunião da avaliação ocorre na sexta-feira, dia 5 de maio, com transmissão ao vivo pela internet.


O relatório sobre a situação dos direitos humanos no Brasil será avaliado pela terceira vez na sexta-feira, dia 5 de maio, pelo Grupo de Trabalho da Revisão Periódica Universal (RPU) do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, numa reunião que será transmitida ao vivo pela internet.

O Brasil faz parte de um grupo de 14 Estados que terão a situação dos direitos humanos examinada pelo Grupo de Trabalho da RPU durante a sua próxima sessão, realizada de 1 a 12 de maio, sessão essa que também marca o início do terceiro ciclo da RPU. As primeiras e segundas avaliações a que o Brasil foi submetido aconteceram, respectivamente, em abril de 2008 e maio de 2012.

Os documentos nos quais se baseiam as avaliações são: (1) o relatório nacional – informação enviada pelo Estado sob exame; (2) as informações constantes dos relatórios de grupos e peritos independentes de direitos humanos, conhecidos como Procedimentos Especiais, órgãos de tratados internacionais de direitos humanos e outras entidades das Nações Unidas; (3) as informações disponibilizadas por outras entidades, incluindo instituições nacionais de direitos humanos, organizações regionais e grupos da sociedade civil.

Entre as questões levantadas nos documentos acima mencionados estão: o combate à extrema pobreza e às desigualdades socioeconômicas; o combate (intersetorial) à discriminação baseada no gênero, etnia, religião, deficiência, orientação sexual e identidade de gênero; a proteção de crianças contra a violência, exploração sexual, trabalho infantil e sem abrigo; assegurar o direito à terra, aos serviços básicos e à participação no processo decisório para as populações indígenas e quilombolas; combater o uso excessivo da força e os homicídios cometidos pela polícia em "legítima defesa" ou durante a "guerra contra as drogas"; combater a tortura, os maus-tratos, a violência e a morte em prisões, bem como a superlotação carcerária e as más condições nos lugares de detenção; as medidas tomadas para atingir uma educação de qualidade, acessível, culturalmente adequada e para todos; combater o trabalho escravo; e proteger os defensores dos direitos humanos.

Os três relatórios que servem de base para o exame do Brasil no dia 5 de maio estão disponíveis aqui.

Local: Sala 20, Palais des Nations, Genebra
Hora e data: 9:00 – 12:30, sexta-feira 5 de maio (hora de Genebra)

A RPU é um processo único que envolve um exame periódico da situação dos direitos humanos de todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas. Desde a sua primeira reunião, realizada em abril de 2008, todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas foram examinados duas vezes no primeiro e segundo ciclos da RPU. Durante o terceiro ciclo da RPU, espera-se que os Estados destaquem as medidas que tomaram para implementar as recomendações feitas nas revisões prévias e sobre as quais eles se comprometeram a dar seguimento; e também se espera que eles apontem os avanços recentes em direitos humanos no país.

A delegação do Brasil será chefiada pela Sra Luslinda Dias de Valois Santos, Ministra dos Direitos Humanos.

Os representantes de três países que servem como relatores ("troika") para o exame do Brasil são: Quirguistão, El Salvador e Botsuana.


Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil - UNIC Rio



quarta-feira, 3 de maio de 2017

Como a liberação da maconha pode pôr um fim na já fracassada guerra às drogas, que mata principalmente pobres e negros, foi um dos temas da Conversa Pública

Entrevista na Casa Pública. Da esquerda para a direita: Rogério Daflon, João Paulo Cuenca, Raull Santiago e Gilberta Acselrad (Foto: Agência Pública)

Fator de controvérsia constante, mesmo quando se cria consenso em torno de seu uso medicinal ou recreativo, o tema maconha ganha cada vez mais a atenção do público. Droga psicoativa ilícita mais usada no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 180 milhões de usuários a consumam no planeta.
No Brasil, levantamento realizado pela Unifesp em 2012 mostrou que cerca de 1,5 milhão de jovens e adultos usam maconha diariamente. E há pouco tempo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso trouxe o tema de volta à baila ao defender a sua legalização como desafogo para a crise do sistema carcerário, colapsado há décadas.
Os entrevistados pelo jornalista Rogério Daflon, da Pública, o ativista Raull Santiago, da coletivo Papo Reto, o escritor João Paulo Cuenca e a pesquisadora Gilberta Acselrad, abordaram as diversas faces do tema, desde a criminalização, legalização, até seu uso medicinal e a qualidade do produto. Afinal, qual o impacto que a proibição da maconha tem na vida dos brasileiros e quais políticas públicas seriam adotadas se a droga se tornasse legal? O papo você confere a seguir.

 Rogério Daflon – Cuenca, conservadores não liberais costumam dizer que "o playboy do asfalto financia a bala do fuzil do traficante com o seu baseadinho".
João Paulo Cuenca – Dureza isso, né? Essa é uma falácia argumentativa terrível porque o que financia a bala, o fuzil do traficante é a política proibicionista. Essa bala do traficante, normalmente, é roubada da PM, e existe todo um lobby, um sentido econômico, um proibicionismo para que se vendam as armas, para que se venda mais segurança, para que a gente viva num estado policial. É um pouco a lógica do complexo militarista norte-americano: você precisa vender arma, você precisa vender míssil, então eu vou criar uma guerra. Eu estou vendendo. É o que importa mesmo se matar 2 milhões de pessoas no caminho. Esse tipo de raciocínio está baseado muito fortemente em uma desonestidade intelectual criminosa, porque tem consequências: está matando gente.
Rogério Daflon – Gilberta, como estão os outros países em relação ao Brasil? Em quem o Brasil pode se inspirar?
Gilberta Acselrad – O mais perto da gente é o Uruguai, que fez uma pequena revolução, legalizando o uso e tomando conta da produção, inclusive olhando os países vizinhos e regulando preço. É uma política interessante. E, pelo que a gente sabe, não houve disparada de consumo entre a população a partir dessa experiência. Lá em Portugal, se descriminalizou e legalizou. Eu estive em Lisboa e conversei com médicos que me disseram que diminuiu a incidência de problemas decorrentes de um uso dependente. Lá se distribui informação, se oferece tratamento para quem, por alguma fragilidade pessoal, um acidente de percurso, se torna dependente. Portugal também estabeleceu uma dose determinada que define o usuário, mas, mesmo quando é um pouco mais, a polícia encaminha a pessoa para a instituição de saúde. A instituição de saúde avalia: "é um pouco mais, não é um pouco mais".
Rogério Daflon – Raull, uma das coisas que você diz é que as pessoas têm que entender que não é na favela que está a divulgação de maconha. Queria que você falasse por que colocam tanto peso nesse território.
Raull Santiago – Tenho 28 anos e há 28 anos sobrevivo numa lógica chamada de guerra às drogas. Essa guerra tem diversos recortes que precisam ser discutidos e que a sociedade precisa olhar com mais empatia e menos preconceito. A favela foi escolhida para ser o local onde a violência acontece, por conta de preconceito, racismo, manutenção da desigualdade social. E, pior, usam esses espaços, os nossos corpos e lares como cobaias de testes de diferentes armas. É uma forma de vender um medo para continuar vendendo armas e o falso entendimento de segurança. Nesse cenário, acho que, pra gente falar de maconha, acabo tendo sempre de falar de todas as drogas, porque, para além de descriminalizar, regularizar ou o que for, existe uma coisa muito perversa que não está nesses debates.
Quando a gente, por exemplo, descriminaliza o porte, o uso, quem vende continua sendo criminalizado, e quem vende é o pobre e o negro que está na favela. E isso vai se dar com todas as drogas. Durante 28 anos, vi muitos amigos sendo presos, forjados, envolvidos diretamente com o varejo das drogas ou não, perdendo suas vidas. Foram situações diversas de extrema violação de direitos das pessoas. Então, a minha preocupação é em torno do todo, de garantir a vida, de garantir acesso, de olhar a droga não a partir da violência, mas da saúde, do cuidado, de ter uma boa produção. São muitas discussões, mas trago essa realidade do que é viver dentro do cenário recortado, escolhido para ser o palco de uma guerra às drogas que nunca foi guerra às drogas. O que a gente está falando aqui não acontece lá na minha realidade. A única política pública que chega de forma efetiva e permanente dentro da favela é "caveirão" aéreo e terrestre, é a presença militarizada de espaços de pobreza. Antes de eu sair de casa, teve um tiroteio, e provavelmente quando eu voltar também vou ouvir tiro, talvez eu chegue na entrada da favela e tenha que esperar uma ou duas horas para subir ou dormir na casa de alguém próximo porque está tendo a tal da operação de guerra às drogas; então é importante essa discussão, mas não deixamos de discutir desigualdade social, racismo, preconceito e outras formas de exclusão, inclusive dentro do mercado das drogas.
Gilberta Acselrad – Sempre fui contra esse proibicionismo, sempre fui a favor da legalização, da regulamentação de todas as drogas, não só da maconha. E acho que a descriminalização não é suficiente. Quando o Raull estava falando, eu me lembrei de um aluno meu de muitos anos atrás, que na época era presidente da associação de moradores do morro da Formiga. Eu soltei uma frase muito cheia de base científica: "A primeira experiência com droga em princípio não é fatal". Aí esse meu aluno levantou o dedo e falou assim: "Só se for na tua casa, porque você mora na zona sul e você é branca, porque no morro onde eu moro a polícia chega, chuta a porta, e abre fogo". O ponto de vista é a vista de um ponto, do ponto onde eu estava, onde eu morava.
Rogério Daflon – O Cuenca escreveu um artigo para a Folha de S.Paulo, posicionando-se sobre o consumidor, que ele deve empatia com quem recebe toda essa violência por conta da guerra às drogas. Como é que sensibiliza os consumidores?
João Paulo Cuenca – O proibicionismo tem as suas razões, que é o controle social, e ele está baseado numa completa dessensibilização em relação às mortes que acontecem nas comunidades. É como se fosse Gaza. Se você está em Israel e jogam uma bomba em Gaza matando 2000 pessoas, quem está do outro lado do muro vai continuar com a mesma vidinha, pois não são seres humanos que morreram ali, são palestinos. O Rio de Janeiro tem várias Gazas dentro dele, e existe uma normalização da morte e do genocídio do jovem negro que é sintoma de uma sociedade enferma.
Veja, a polícia dá um tiro na cabeça de uma criança na frente de casa, o governador tinha que cair no dia seguinte, parava, porque, se fosse uma criança branca no Leblon, parava. Em 2004, teve uma chacina em Vigário Geral que matou 39 pessoas, e na semana seguinte eu escrevi uma crônica que era uma espécie de notícia de uma chacina no Leblon. O que aconteceria se a PM entrasse no Leblon e saísse atirando naquelas velhas reacionárias bebendo um cappuccino, ou nas criancinhas, nos casais brancos bem-sucedidos e os gringos do bairro? Parava! Ia ter intervenção militar, ia ter hashtag #salverio, ia ser um grande escândalo no mundo inteiro. Mas como a coisa está do outro lado do muro normalizamos.
Além da normalização dessas mortes, a outra coisa é essa ideia, essa falácia de que se a gente liberar as drogas a cidade vai virar um caos, os pés vão derreter… Imagina que maravilha se um ator, se um protagonista de novela – eu já devo ter visto uns 30 usando drogas –, se um desses caras falasse "eu realmente sou um bom maconheiro", daí você começa a mudar a percepção da sociedade e a naturalizar o consumo. Isso é algo que a cultura americana começou a fazer nos anos 1970. Você vê maconha nos seriados americanos, celebridades falam na droga e a sociedade vai naturalizando. A gente tem que naturalizar o uso da droga, e não naturalizar a morte.
Rogério Daflon – Raull, você acha que a droga é usada como desculpa quando se fala em manter um território sob controle?
Raull Santiago – Totalmente. Como eu falei, a presença de política pública é na lógica do combate às drogas; então, se explora a droga como algo ruim ou algo extremo, que "precisa livrar a sociedade disso", e esse reflexo bate nas favelas, com a violência, com o controle por meio do medo… Acho, sim, que passa por essa situação, assim como a não valorização de quem vive nessas realidades.
Na segunda-feira, foi enterrado um amigo meu. O nome dele prefiro não falar em respeito à família, mas ele é como um obreiro da Igreja Universal, então já quebra o "nossa, ele estava envolvido". Não, ele era um cara religioso, estava com a esposa comprando batata frita, um pouco mais para dentro de um dos acessos da favela, quando começou uma operação-surpresa da polícia. Um carro policial parou na entrada da favela, abriram a porta, e policiais saíram correndo divididos em dois grupos. Um grupo foi por um beco e o outro pela rua. O grupo que foi para o beco chegou numa parte apertada e disparou uma rajada de fuzil, talvez por medo, e metralhou a casa de uma outra moradora, que me ligou desesperada. Eu fui até lá e a geladeira dela estava com seis buracos de fuzil calibre 76; nem todos os chumbos vararam, então tinha chumbo ali, e os outros que vararam atravessaram a casa dela, que tem dois cômodos de tijolo, quase acertando a cabeça dela, que na hora estava na cozinha. O grupo que foi por baixo também deu uma rajada pra dentro da favela, e um tiro atravessou os dois pulmões do meu amigo, estourando um deles. Ficou um dia internado, morreu. Nem na favela virou notícia, mas os familiares e as pessoas mais próximas choraram e sentiram essa dor. Então essa é uma realidade realmente cruel.
Marina Dias – Pergunta da Mayara Sales, que assiste a gente pelo streaming do Facebook: qual a diferença entre descriminalização, liberação e regulamentação das drogas?
Gilberta Acselrad – A gente pode fazer um paralelo com o álcool, porque ele já foi proibido durante a Lei Seca nos EUA, quando morreu gente à beça. Legalizar todas as drogas não é uma coisa do outro mundo. Essa criminalização e proibição é muito recente em termos históricos. Nos países onde já houve a regulamentação do uso terapêutico da maconha, os fregueses não são jovens, são mulheres como eu, com artrite, artrose, que não conseguem dormir. Também o óleo de canabidiol… Vocês já devem ter visto crianças que tem 36 convulsões por dia, e as mães felicíssimas porque depois que os filhos começaram a tomar o óleo passaram a convulsionar menos. Mas a diferença é essa: a regulamentação vem com a legalização. A pessoa que faz uso da maconha tem que se cadastrar. Aí, por exemplo, não pode dirigir sob efeito. Isso é a regulamentação.
Rogério Daflon – Cuenca, você acha que a conjuntura do país leva as pessoas a consumir mais drogas? E essa droga que já vem malhada por conta da falta de legalização também não é grave?
João Paulo Cuenca – O consumo de drogas pela humanidade independe de conjuntura. Desde a Antiguidade você tem registros de consumo de substâncias que expandem a consciência ou que têm efeitos psicodélicos. Isso é uma coisa tão antiga quanto a linguagem, e em um momento ou outro a gente precisa mais.
A saúde, sim. Obviamente, se você está com o mercado regularizado, você tem um controle de qualidade das drogas, você tem vários motivos de saúde pública para que isso seja regulamentado, mas a maior urgência não é essa. Eu não quero que a droga seja completamente legal para cheirar a boa cocaína. Eu quero que a droga seja legal para que pare de matar gente. A gente vive um Estado democrático de direito seletivo. No Alemão, não tem Estado democrático de direito. Grande parte dessa marginalização é baseada numa política de proibição de drogas, que mata muito mais do qualquer droga malhada é capaz de matar. Sempre que eu vou em comunidades, pergunto para as pessoas quantos amigos seus já morreram de bala? As pessoas ficam contando, tipo 20, 15…
Rogério Daflon – Raull, vocês têm algum tipo de defesa contra essas ações policiais?
Raull Santiago – Bom, o Coletivo Papo Reto, do qual faço parte, trabalha com a criação de redes com a cidade usando muito da comunicação independente como ferramenta para expor as violências diversas que existem lá dentro e também para provocar a cidade a refletir que não é apenas violência que existe dentro da favela. Então, por exemplo, uma das principais ferramentas de comunicação independente do Papo Reto, mas que todos vocês devem usar, também é um grupo de WhatsApp. Só que a gente criou um grupo estratégico.
O Complexo do Alemão tem ao todo 16 favelas, quase 300 mil moradores. Nós pegamos duas ou três pessoas de cada uma das favelas e a diversidade existente – homens e mulheres, mototaxistas, motoristas de Kombi, comerciantes, enfim, todo um grupo – e durante 24 horas trocamos informação sobre violência no complexo: "Olha, está tendo um confronto em tal área evita passar por lá"; "Olha, a Kombi parou de subir agora porque está tendo um confronto em tal parte". Então a gente se organiza para sobreviver, mas é triste que a nossa vida gira em torno disso. Então, quando eu acordo de manhã, se eu tiver que sair, eu não pego o meu telefone para saber se a reunião foi cancelada, mas para saber se está dando tiro e se eu vou conseguir descer a rua inteira. A gente tem o "caveirão" que para no principal acesso, abre a porta, e policiais descem indo na nossa casa independente do horário, realizando diversas operações em horário escolar… Então, a gente usa dessa comunicação independente, dessa rede, para tentar frear de forma desesperada essa situação que nada resolve. Ao contrário, ela só alimenta a revolta.
Rogério Daflon – E o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), quando chega lá, a primeira pergunta para os adolescentes é a qual facção pertencem. Queria saber se vocês têm essa experiência com o cárcere desses adolescentes por conta da droga.
Gilberta Acselrad – Nunca vi um branco de zona sul dentro do Degase. Quando eu frequentei o lugar algumas vezes, era terrível, era filme de terror; os meus alunos que eram funcionários de lá, assistentes sociais e psicólogos, estavam deprimidos, desesperados, sem saber o que fazer porque é um depósito, né? Quer dizer, o sistema não é organizado de forma solidária, de forma democrática; é um sistema de eliminação mesmo. Em português claro, o que esses dirigentes pensam é que a ralé deve ficar no seu devido lugar, mas ela quer sair, quer fazer cultura, quer ir à praia de Ipanema. Então, quando ela sai, aí você tem que revistar o ônibus, porque você não pode deixar se misturar.
Maria Eugênia – Eu queria saber como é que fica a questão num contexto de legalização. Como a gente trata a iniciativa privada?
João Paulo Cuenca – A minha opinião é que os interessados possam ter informação e possam consumir tudo com controle, com bula. A gente vive numa sociedade narcotizada. O Brasil é líder mundial do consumo de Rivotril, remédio controlado. Como é que a gente consome mais Rivotril que os EUA? Eu sei os efeitos do Rivotril e, se eu comprar um em uma farmácia em Botafogo ou no centro, ele vai ser o mesmo, pois existe uma agência estatal que controla essa qualidade. Então eu acredito, sim, que tudo tem que ser legalizado, e toda essa informação tem que estar disponível. Tem que legalizar tudo mesmo – isso é um processo histórico –, mas, de outro lado, você tem que atacar a política de repressão.
Julita Lemgruber – Sou do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania: CESeC. O ministro da Justiça acabou de convidar o general do Exército Carlos Alberto dos Santos Cruz para ser o secretário nacional de Segurança Pública. Ele vai ter a responsabilidade de tirar do papel o plano nacional de segurança pública. As coisas já estão ruins, e a gente ainda tem chance de piorar muito.
Rodrigo Candelot – Acho todas essas discussões superpertinentes, louváveis, mas fui nessa semana em uma discussão com o Marcelo Freixo também, e se falou muito lá que a esquerda tem um papel prejudicial porque as coisas ficam muito nas ideias e as pessoas, às vezes, na favela, nem entendem o que o pessoal da esquerda fala. O que a gente vai fazer com essas discussões? Quer dizer, o que a gente pode fazer para se juntar e fazer com que essa voz realmente chegue nos governantes e isso possa mudar?
João Paulo Cuenca – Eu concordo em parte com a crítica que se faz à esquerda, e existe uma espécie de repulsa por vir a ser quadro. Por exemplo, você compara junho de 2013 com as "jornadas amarelinhas" do ano passado. Você tem um movimento inicialmente bem- sucedido que conseguiu a coisa do passe livre, de reduzir os 20 centavos, mas ninguém quis virar quadro, não quiseram se vincular a um partido político, ou a candidaturas. Os secundaristas se organizam para conseguir coisas específicas, mas que têm uma espécie de repulsa da política, porque é um meio sujo. E é isso. E eu citei em outro lugar o MBL, que não tem nenhum pudor de criar quadros, de criar candidaturas e de influenciar a Câmara de Vereadores de São Paulo para a direita.
Mas acho que o principal problema é que essa transformação não sai daqui e nem de mim, ela sai dele [Raull Santiago], ela sai da Maré, não sai de Botafogo. O meu trabalho é marginal, nada que eu faça vai ser mais importante do que essa articulação que vem de lá. O que vai mudar esse país é a organização política que vem deles. Eu estou falando deles porque é isso mesmo, eu chamo de PPP, o Partido dos Pobres Pretos. Se eu achasse que eu pudesse ter uma força política relevante, eu até me candidataria a alguma coisa, mas eu não posso. Ele pode [Raull Santiago], ele que vai mudar o Brasil…



Agência Pública



Lançamento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por cor, sexo e situação de domicílio será no dia 10 de maio



A Fundação João Pinheiro (FJP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) calcularam o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e outros 170 dados socioeconômicos do Brasil por cor, sexo e situação de domicílio (urbano ou rural).

Essas informações estão no relatório Desenvolvimento Humano para Além das Médias: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por cor, sexo e situação de domicílio. O lançamento do relatório, com coletiva de imprensa, foi adiado de 03 de maio para para 10 de maio, em Brasília.

Os dados socioeconômicos desagregados para mulheres e homens, negros e brancos, e população urbana e rural foram sistematizados a partir dos Censos de 2000 e 2010 e estão divididos em três índices: IDHM Longevidade, IDHM Educação e IDHM Renda. Os resultados serão apresentados por técnicos das três instituições: Marco Aurélio Costa, do IPEA; Andréa Bolzon, do PNUD; e Denise Maia, da FJP.

Participarão da abertura do evento o presidente do IPEA, Ernesto Lozardo; o representante-residente do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic; e o presidente da FJP, Roberto do Nascimento Rodrigues.

Serviço:

Coletiva de Imprensa - Desenvolvimento Humano para Além das Médias: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por cor, sexo e situação de domicílio
Dia: 10 de maio de 2017, quarta-feira
Horário: a confirmar
Local: Sede do IPEA, em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES, auditório Divonzir Gusso, subsolo, Brasília-DF)

Para solicitar a pesquisa antecipadamente, sob embargo, envie e-mail para ascom@ipea.gov.br.

domingo, 30 de abril de 2017

ENTREVISTA: Com trinta e quatro obras publicadas o autor Fernando Cardoso se torna referência Internacional para adultos e crianças


Escritor e pedagogo, Fernando Cardoso nasceu no norte de Portugal, mais concretamente na cidade do Porto, mas aos quatro anos de idade foi viver para Lisboa, onde começou a trabalhar aos doze anos. Atualmente é professor universitário de Direito e de Literatura Infantil e Juvenil.
É autor de trinta e quatro obras e um dos melhores escritores para crianças e jovens, tendo alguns dos seus livros atingido o maior número de edições em Portugal, como "Flores para Crianças" na 34ª edição. É, ainda, autor de livros de Poesia, Teatro e de Direito. Cardoso procedeu à única recolha, em nível nacional, da poesia popular (Coletânea de Poetas Populares, em quatro volumes). Atendendo ao conjunto da sua obra, foi distinguido com a "Palma de Ouro" pela Accademia Internazionale di Pontzen.
 
"Desses professores, constantemente recebo, inclusive por meio do Facebook, palavras elogiosas e testemunhos de utilizarem, com êxito, nas sua aulas, as minhas obras, o que, naturalmente, muito me sensibiliza."
 
Boa Leitura!
 
 

 
Escritor Fernando Cardoso, muito nos honra com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita literária?
Fernando Cardoso - Desde muito cedo, senti um enorme fascínio pelo livro, compreendi que, por meio de um livro se obtêm respostas a muitas interrogações que pairam no espírito de qualquer criança; que o livro se revela uma excelente companhia e que, inclusive, nos permite viajar, conhecer o mundo. E sempre que os meus pais não podiam comprar-me livros, eu próprio construía histórias com que me deleitava e, assim, descobri que tinha fértil imaginação e que dentro de mim coexistia um ávido leitor e um pequeno autor. O passo seguinte foi fácil: procurar transmitir aos jovens e, sobremaneira, às crianças o prazer da leitura que sempre experimentei.
 
Desde o início o gosto pela escrita era diversificado? Como surgiram o gosto e a inspiração para a escrita em diferentes segmentos e estilos literários?
Fernando Cardoso - A escrita para crianças surgiu, fruto daquele enorme desejo de transmitir aos homens-do-amanhã o enorme prazer que os livros sempre me proporcionaram; a poesia surgiu do desejo de transmitir aos outros homens (não aos botões do poeta, como alertava o grande vate português Sebastião da Gama) o que flui dos diferentes estados de alma, o teatro por contribuir para a formação da personalidade, para o conhecimento apurado da linguagem e para a educação estética da criança, os livros de Direito têm que ver com a minha formação jurídica.
 
Escritor Fernando Cardoso, você hoje tem vários livros publicados. Conte-nos qual o livro que obteve mais sucesso?
Fernando Cardoso -Dos trinta e quatro livros publicados, Flores para Crianças foi, sem dúvida, o que alcançou maior sucesso. Atingiu trinta e quatro edições, o que, em Portugal, é inédito. E neste momento encontra-se traduzido em inglês, Flowers for Children; em francês; Fleurs pour Enfants;e em espanhol, Flores para Niños.
 
Como se explica que o livro "Flores para Crianças" tenha alcançado tantas edições e cativado várias gerações?
Fernando Cardoso -As crianças e os jovens, por mais que se afirme o contrário, não são, no que concerne aos livros, muito diferentes das crianças e jovens das gerações anteriores. Também gostam de adivinhas, curiosidades, anedotas, enigmas, jogos, contos, magia, fábulas, lendas, provérbios, poesia e teatro, ou seja, do conteúdo do livro em apreço.
Sucede é que dispõem de muitos outros atrativos desde o Game Boy, Playstation, jogos de computador, televisão e internet. Mas a generalidade das crianças e jovens de hoje, apesar destes fortes "concorrentes" dos livros, não os dispensam. E aqui é que reside o atual mérito, porque são muitos e diferenciados os "amores"… Qual é a criança que não gosta de escutar a educadora de infância a ler um conto ou, ao deitar, ouvir a voz de um dos progenitores ou de um dos avós a ler-lhe uma história, outra e outra até adormecer?!... Ainda antes da escola, cabe à família a responsabilidade de contribuir para criar apetência ao livro e o gosto pela leitura. Porém, há pais que, em vésperas de Natal ou de aniversário, chegam a equacionar esta pergunta: "Queres um livro ou um brinquedo?" E tal sucede, porque eles próprios ignoram a substancial diferença. São os mesmos pais que não oferecem livros aos filhos a pretexto de serem muito caros, porém disponibilizam-se a comprar-lhes toda a gama de aparelhos e jogos electrônicos que permitiria adquirir-lhes uma pequena biblioteca… Quanto ao "Flores para Crianças", sucede algo diferente: são os próprios pais que o compram para oferecer aos filhos, porque este livro preencheu uma parte significativa das suas vidas.
 
Seu último livro publicado foi "O Tesouro da Infância". Como surgiu inspiração para a escrita desta obra?
Fernando Cardoso -A inspiração é algo que, até agora, nunca me faltou; a única coisa que rareia é o tempo. Curiosamente, dentro de mim, sempre coabitam várias "histórias" a fermentar e ansiosas para saltarem para o suporte de papel e, assim, ganharem vida exterior. E se entre essas "histórias" a fermentar, optei pelo "O Tesouro da Infância", foi mais a pensar no êxito alcançado pelo "Flores para Crianças", dado que o mais recente livro se integra na mesma linha.
 
Como foi a escolha do título?
Fernando Cardoso -Como explicito no próprio prefácio: "Num tempo em que o TER (o 'deus dinheiro' na curiosa expressão do papa Francisco) parece alcançar maior importância do que o SER, resolvi escolher o título O Tesouro da Infância para transmitir, sublinhando-o com recurso à imagem, que o verdadeiro tesouro para as crianças não são as 'barras de ouro', mas os livros, porque, por meio deles adquirem, de forma lúdica, o hábito de leitura, aprendem a redigir, a interpretar o que leem e enriquecem-se de vocabulário e de inúmeros e distintos conhecimentos."
 
Trata-se, portanto, de mais um livro que destinou às crianças?
Fernando Cardoso -Já destinei vinte livros às crianças, e quando iniciei a feitura de "O Tesouro da Infância", tinha em mente que as crianças iriam ser os únicos destinatários. Porém, acabei por decidir dedicá-lo também aos pais, educadores de infância e aos professores dos 1º e 2º ciclos de ensino básico, a quem presto a minha gratidão por serem os verdadeiros divulgadores da minha obra, muito especialmente do livro "Flores para Crianças".
Desses professores, constantemente recebo, inclusive por meio do Facebook, palavras elogiosas e testemunhos de utilizarem, com êxito, nas sua aulas, as minhas obras, o que, naturalmente, muito me sensibiliza.
 
Como consegue gerir o tempo que dedica ao Direito, como advogado e professor, à Literatura, à escrita e ao Elos Clube de Lisboa, de que é Presidente?
Fernando Cardoso -Na realidade, não é uma gestão fácil: o Direito, porque quase todos os dias entram em vigor novos diplomas legais que urge interpretar e interiorizar; a Literatura, porque exige inúmeras e ponderadas leituras e uma consentânea e criteriosa seleção. E o Elos Clube de Lisboa (que pertence ao Elos Internacional e à Comunidade Lusíada que nasceu precisamente no Brasil) também me absorve muito tempo. Por tudo isto, a escrita está a ser prejudicada. E porque a gestão do tempo é difícil, chego a lamentar que tenhamos de consumir uma terça parte das nossas vidas de olhos fechados…
 
Onde podemos comprar os seus livros?
Fernando Cardoso -Os livros de minha autoria podem ser adquiridos:
na Editora Portugalmundo www.editoraportugalmundo.com
na Porto Editora WOOK: https://www.wook.pt/autor/fernando-cardoso/15528
ou no sítio do livro: http://www.sitiodolivro.pt/pt/autor/fernando-cardoso/27890/
 
Quais os seus principais objetivos como escritor?
Fernando Cardoso -Precisamente porque gostava que as crianças encarassem os livros, como eu encarei quando criança: com enorme fascínio. E, sobremaneira, porque é por meio dos livros (não do Game Boy e ou do Playstation) que adquirem o hábito de leitura, aprendem a redigir e a interpretar o que leem e se enriquecem de léxico, competências estas de inquestionável importância para toda a vida: escolar, acadêmica e profissional. No que concerne às obras para adultos, reconheço que os objetivos são menos ambiciosos. Ressalvo os livros de Direito e a Coletânea de Poetas Populares em que tive ensejo de dar a conhecer poetas simples, alguns até analfabetos, mas que nos dão um testemunho verdadeiro com a sua própria filosofia da vida, poetas que versejam com o coração e sentimentos e que, sendo do povo, vão ao encontro da alma do povo.
 
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Fernando Cardoso. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Fernando Cardoso -Eu é que agradeço a oportunidade de dar a conhecer, no país irmão, um pouco de mim e da escrita que, com muito amor, destinei, sobretudo aos pequenos leitores. A mensagem que ouso transmitir aos prezados leitores consiste num verdadeiro apelo: que considerem o LIVRO para uma criança uma oferta de eleição.
 
Fernando Cardoso
 
por Shirley M. Cavalcante (SMC)