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domingo, 23 de junho de 2019
Agenda Cultural RJ
segunda-feira, 17 de junho de 2019
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) tem o prazer de convidar para o evento Talent Outreach Mission.
Esse evento faz parte da missão vinda da Sede da ONU em Nova Iorque para apresentar a jovens universitárias/os e profissionais brasileiras/os as diversas oportunidades de trabalho internacional e ingresso nas Nações Unidas. Buscamos não só profissionais de relações internacionais, mas economistas, cientistas sociais, juristas, jornalistas, engenheiros, administradores, e pessoas de outros cursos.
O encontro será no Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196 – Centro, Rio de Janeiro/RJ), no dia 26 de junho de 2019, às 10h, para jovens profissionais (egressos que já trabalham no mercado de trabalho, ou que ainda estão procurando trabalho) e no dia 27 às 14h para jovens que ainda se encontram em trajetória acadêmica. Portanto, deixe claro qual sua posição quando for preencher o formulário.
Pedimos que, caso haja interesse, o participante se inscreva em http://bit.ly/tom-rj
É preciso trazer o documento de identificação inscrito no formulário. A administração do Palácio não permite a entrada de pessoas trajando shorts, bermudas, mini saias/mini vestidos e sandálias de dedo.
Para mais informações, entre em contato em julia.ribeiro@unic.org
Inovação é crucial para aumentar o ganho de produtividade do país
Avaliação foi feita por participantes de debate sobre desafios na criação de políticas públicas voltadas a estimular a atividade no setor industrial durante o Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria (foto: CNI)
A estagnação da produtividade da economia brasileira nos últimos anos se deve, entre outros fatores, à baixa atividade de inovação do setor industrial no país. A fim de mudar esse quadro serão necessárias políticas públicas que fortaleçam a agenda da inovação e, principalmente, de um esforço maior da iniciativa privada em incorporá-la.
A avaliação foi feita por participantes de um debate durante o 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento ocorreu nos dias 10 e 11 de junho em São Paulo.
"O Estado tem o papel importante de alavancar o investimento e o esforço do setor privado em inovação. Mas o protagonismo nessa seara é, fundamentalmente, da iniciativa privada", disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP, durante o evento.
"Sem uma iniciativa forte do setor privado em inovar, as políticas públicas voltadas a fomentar essa atividade serão inócuas", disse Pacheco.
Segundo Jorge Almeida Guimarães, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Emprapii), há 307 mil empresas classificadas como indústrias no Brasil, das quais 83% são pequenas empresas.
Se um número pequeno dessas empresas inovasse já seria possível, em poucos anos, sair da crise econômica em que o Brasil se encontra, estimou. "Estimular a inovação nas pequenas indústrias brasileiras representa um enorme desafio e custa caro. Precisamos de políticas públicas que facilitem esse processo", disse.
Políticas públicas de apoio à inovação deveriam ter foco não só a inovação disruptiva, baseada em pesquisa e desenvolvimento (P&D), mas também na inovação incremental, recomendou Igor Nazareth, subsecretário de inovação do Ministério da Economia. "A inovação organizacional e de processos, por exemplo, traz ganhos de produtividade para as indústrias", disse.
Outra medida necessária é estimular a difusão de tecnologias existentes, como de internet das coisas (IoT), big data, robótica avançada e inteligência artificial, que permitiriam ao setor industrial brasileiro se capacitar para atender às exigências da indústria 4.0 ou da manufatura avançada no país, ponderou Pacheco.
"Ao olhar para o parque industrial do país vemos que há uma grande necessidade de difundir tecnologias existentes de modo a atualizá-lo. Parte das políticas públicas de inovação deve ter esse foco", disse o diretor-presidente da FAPESP.
Continuidade de políticas
Na avaliação dos palestrantes, apesar das crises estruturais houve um progresso significativo no desenvolvimento de políticas públicas voltadas à inovação no Brasil nos últimos 20 anos.
Nesse período foram criadas, por exemplo, a Lei de Inovação, que trouxe uma série de avanços para aumentar a interação entre universidades e empresas em pesquisas e que estabeleceu incentivos fiscais para a inovação no setor industrial.
"O Brasil conta com inúmeros modelos inovadores de gestão da inovação e com instituições de ciência e tecnologia. Essa experimentação institucional contínua é fundamental para estabelecer um sistema de inovação saudável e produtivo no país", disse Cauam Ferreira Pedroso, pesquisador do Centro de Performance Industrial do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos.
Um dos desafios na implementação de políticas públicas voltadas a estimular a inovação, porém, é garantir a segurança jurídica para as empresas fazerem investimentos nessa atividade, disse Paulo Alvim, secretário de empreendedorismo e inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
"É fundamental o entendimento de que a inovação é um processo continuado. Não podemos ter processos espasmódicos, mas evolutivos, e que garantam o fluxo de recursos necessários para fortalecer a capacidade de inovação das empresas", disse.
Outro desafio apontado por Pedroso é não tratar as políticas de inovação de forma isolada de outras, como as econômicas e sociais. "As políticas de inovação são transversais e influenciam as políticas econômicas e sociais", afirmou.
"Nesse sentido, a agenda de políticas econômicas e sociais do Brasil está intimamente ligada à capacidade de implementação de uma agenda de inovação e crescimento estratégica", disse Pedroso.
Elton Alisson | Agência FAPESP
sábado, 1 de junho de 2019
Aparelho portátil permite diagnosticar doenças oculares a distância.
Com apoio do PIPE-FAPESP, empresa de São Carlos criou o Eyer, dispositivo acoplado a um smartphone que examina a retina e detecta retinopatias a um custo mais baixo do que os métodos convencionais (imagem: divulgação)
Um aparelho portátil ligado a um smartphone faz imagens precisas da retina, permitindo detectar doenças do fundo do olho a um custo bem mais baixo do que os métodos convencionais. Criado pela Phelcom Technologies, o Eyer tem ainda a vantagem de possibilitar o diagnóstico por telemedicina, a quilômetros de um médico oftalmologista.
A empresa recebeu apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP pela primeira vez em 2016, para desenvolvimento e validação de um protótipo. Recentemente, teve aprovado projeto de comercialização e fabricação do produto no âmbito do Programa PIPE/PAPPE, resultado de parceria da FAPESP com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) (leia mais em: agencia.fapesp.br/30590).
Além disso, a Phelcom é incubada na Eretz.bio, do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos investidores. Em março, começou a operar sua fábrica em São Carlos, depois de conseguir as certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Atualmente, são produzidas 30 unidades do Eyer por mês, número que deve chegar a 100 até o fim do ano. O dispositivo já sai da fábrica acoplado a um smartphone de última geração e custa cerca de US$ 5 mil. O aparelho convencional mais usado hoje precisa ser ligado a um computador e custa em média R$ 120 mil.
Na frente da câmera do celular, fica um conjunto óptico projetado para iluminação e imageamento da retina. Quando as imagens são produzidas, o aplicativo que opera o aparelho as envia pela internet para um sistema web – chamado Eyer Cloud – que permite armazenar e gerenciar os exames dos pacientes.
Caso não haja acesso a wi-fi ou rede 3G ou 4G no momento do exame, as imagens ficam salvas no aparelho e são enviadas para a nuvem assim que houver conexão com a internet.
"Houve um esforço grande na área de óptica. Um dos desafios foi fazer uma versão portátil de um equipamento que normalmente é bem grande. Outro foi habilitar a operação não midriática, permitindo capturar exames de retina de qualidade sem a necessidade de dilatação da pupila do paciente", disse José Augusto Stuchi, CEO da empresa à Agência FAPESP.
Não por acaso, o nome da empresa é um acrônimo em inglês das três áreas: física, eletrônica e computação (physics, electronics e computing). Os outros sócios fundadores da Phelcom são Flávio Pascoal Vieira, diretor operacional (COO, na sigla em inglês), e Diego Lencione, diretor técnico (CTO). Os três se conheceram no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa Opto Eletrônica, em 2008, e se aproximaram durante o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos.
O Eyer Cloud é uma inovação da equipe que vem se destacando por armazenar todas as informações adquiridas nos exames e organizar em um banco de dados. Os equipamentos atuais são, na maior parte, off-line, operando junto a um computador que salva as informações em um disco rígido.
O usuário do Eyer, por sua vez, deve criar uma conta, como a de e-mail ou de rede social, na qual são salvas automaticamente as imagens adquiridas pelo dispositivo.
"Tivemos de garantir a segurança dessas informações e um meio de subi-las rapidamente para a nuvem, para que se pudesse fazer a imagem em um lugar e ela já aparecer on-line", explicou Stuchi.
Esse último fator é essencial para realizar a chamada telemedicina. O Eyer permite que um técnico treinado ou um médico generalista possa fazer as imagens, enquanto um oftalmologista especializado em retina as analisa e emite um laudo de outro lugar.
A empresa atualmente realiza parcerias com médicos oftalmologistas para a emissão de laudos da retina. Enviadas as imagens, o médico parceiro emite o parecer no próprio sistema. O pagamento se dá por meio de planos mensais. A depender da quantidade de laudos emitidos, cada um custará entre US$ 5 e US$ 10.
Inteligência artificial
Além de representarem um novo serviço, os laudos emitidos alimentam um banco de dados que pode ser usado para "ensinar" o computador a identificar padrões associados às principais doenças que afetam a retina, principalmente a retinopatia diabética.
Atualmente, a empresa tem mais de 10 mil retinas fotografadas e projeta ter, em pouco tempo, o maior banco de dados do gênero do mundo. Só para o próximo ano, os sócios projetam ter 50 mil pacientes examinados.
No ano passado, a Food and Drug Administration, agência que regula a venda de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, aprovou pela primeira vez um algoritmo para diagnóstico de uma doença. A empresa IDx conseguiu autorização para usar um algoritmo que detecta justamente a retinopatia diabética, maior causa de diminuição da visão e de cegueira entre adultos norte-americanos.
No Brasil, estima-se que 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos tenha diabetes e, destes, metade tenha retinopatia diabética.
"O uso da inteligência artificial para diagnóstico ou para auxiliá-lo é uma tendência no mundo todo. Os computadores processam os dados, enquanto o médico atua na tomada de decisão", disse Stuchi.
O empreendedor afirmou que o sistema da empresa tem atualmente precisão próxima de 80% para detectar retinopatia diabética, sem a necessidade de intervenção humana.
Com o aumento de sua base de dados, em breve essa taxa deverá chegar a 95% de precisão, quando a aplicação poderá começar a ser comercializada. O algoritmo norte-americano tem atualmente até 89,5% de chances de dar um diagnóstico correto.
"Com o apoio do PIPE, conseguimos contratar um time e manter o foco no projeto, deixando nossos empregos", disse Stuchi.
Com projeções de colocar 150 Eyers no mercado brasileiro nos próximos 12 meses e obter R$ 3 milhões de faturamento, a ideia dos sócios agora é expandir as vendas para outros países da América Latina e depois para os Estados Unidos e a Europa.
Dispositivo vestível
A Phelcom Technologies também tem o apoio do PIPE para desenvolver outro produto inovador. Trata-se de um par de óculos que, quando colocado pelo paciente, faz o exame da retina e também mede a refração, principal exame oftalmológico realizado hoje.
O exame de refração define o grau de miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia ("vista cansada"), define se o paciente precisa de óculos e determina o grau necessário.
"Demoramos três anos do desenvolvimento à comercialização do nosso primeiro produto, o Eyer. Agora queremos fazer em menos tempo. Por isso, a ideia é criar pequenos módulos que possam ser acoplados ao Eyer ou a uma versão aprimorada dele. O ideal é que tenhamos, em alguns anos, óculos que façam de uma só vez a retinografia e meçam a refração e a pressão intraocular", explicou Stuchi.
Agregar todos esses dispositivos em um par de óculos pode ainda eliminar ou tornar menos crítica a figura do operador do equipamento e padronizar os exames. Mesmo com o treinamento on-line realizado pela empresa para operar o Eyer, ainda há fatores subjetivos, como a forma de posicionar o aparelho, que podem gerar uma imagem melhor ou pior.
"Seguindo a tendência atual de dispositivos vestíveis, o próprio paciente faria o exame simplesmente colocando os óculos por alguns minutos", disse.
Além do PIPE, a empresa credita seu desempenho à Eretz.bio, que, além de recursos, oferece mentoria em negócios e disponibiliza a estrutura do Hospital Albert Einstein para validação clínica dos aparelhos, e à Supera, incubadora de empresas de base tecnológica que funciona no Supera Parque, em Ribeirão Preto.
O parque tecnológico possui laboratórios de certificação para a indústria médica, fundamentais para o desenvolvimento do Eyer. Além dos suportes técnico e jurídico, a incubadora foi fundamental no direcionamento do produto para o mercado.
Novas tecnologias para a saúde
Com graduação e mestrado pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP e atualmente fazendo doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Stuchi foi um dos empreendedores apoiados pelo PIPE que apresentaram projetos no Painel FAPESP – Pesquisa Inovativa em equipamentos médicos-hospitalares – Oportunidades e Desafios, realizado no dia 23 de maio, como parte da programação da Hospitalar, um dos maiores eventos da cadeia médica das Américas.
Participaram também do Painel FAPESP Paulo Gurgel Pinheiro, fundador da Hoobox Robotics, que desenvolveu uma tecnologia de reconhecimento facial para monitorar comportamentos humanos, usada para mover cadeiras de roda eletrônicas com expressões faciais e monitorar pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs), entre outras aplicações (leia mais em: www.agencia.fapesp.br/29630/).
A outra empresa participante da seção foi a Brain4Care, criadora de um dispositivo não invasivo que mede a pressão intracraniana, auxiliando no diagnóstico e no monitoramento de uma série de condições médicas.
A empresa tem entre seus fundadores Sérgio Mascarenhas, professor emérito da USP, e Gustavo Frigieri, presente no evento, que teve seu primeiro apoio PIPE aprovado ainda em 2008 (leia mais em: www.pesquisaparainovacao.fapesp.br/5).
"As três empresas têm uma atitude de olhar para o Brasil e também para o mundo. Para elas, ocupar espaço no mercado brasileiro é um meio para chegar a outros países, e não um fim. É o tipo de empresa que gostamos de selecionar no programa PIPE. Aqui mostramos três, mas há mais de mil empresas que já apoiamos, todas trabalhando no mundo inteiro", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, durante o evento.
André Julião | Agência FAPESP






