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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Estreia de Pelas Ordens do Rei Que Pede Socorro,comemora os 20 anos do grupo O Buraco d’Oráculo


Ilustração: Jadiel Lima

Contemplado pela a 5ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro, o grupo paulistano O Buraco d'Oráculo comemora 20 anos de história com a montagem de Pelas Ordens do Rei Que Pede Socorro, cuja estreia ocorre no formato de circulação pelas cinco regiões da cidade de São Paulo.

As 20 apresentações, grátis, acontecem no período de 4 de fevereiro a 25 de março, privilegiando os espaços públicos ocupados por coletivo de artes.

O espetáculo, dirigido por Elizete Gomes, é uma intervenção urbana, um mosaico de poemas extraídos da obra de Ray Lima que foram costurados dramaturgicamente a partir do conceito da cenopoesia: expressão artística que mistura imagens, gestos, canções e palavras na composição de uma mesma expressão artística. Os fragmentos poéticos que permeiam a encenação convergem para um tema central: a séria questão político-social da disputa de poder.

Em cena, os atores Edson Paulo Souza, Lu Coelho, Luiza Galavotti, Mizael Alves e Nataly Oliveira interpretam poemas em formato de cenas, de poesia teatralizada que transita com leveza entre o cômico e o dramático, provocando o espectador, seja pela sutileza poética ou pela contundência dos temas sociais. Desta forma, O Buraco d'Oráculo ultrapassa os limites do teatro prosaico e do recital de poesias. As cantigas originais, executadas ao vivo, foram criadas por Júnior Santos e Ray Lima.

Os locais de apresentação são: Praça do Casarão (Jardim Helena), Teatro Flávio Império (Cangaíba), Teatro Pandora (Perus), Ocupação Casa no Meio do Mundo (Jardim Brasil), Largo São Bento (Centro), Cine Campinho (Jardim Bandeirantes), Conjunto Residencial Prestes Maia (Cidade Tiradentes), Centro Cultural Arte em Construção (Cidade Tiradentes) e Sarau Pretas Peri (Itaim Paulista), Comunidade Quilombaque (Perus), Ocupação Coragem (Itaquera), Parque São Rafael, Largo do Campo Limpo, Casa de Cultura Salvador Ligabue (Freguesia do Ó), Arsenal da Esperança (Bresser), CDC Vento Leste (Cidade Patriarca) e Ocupação Canhoba (Perus).

Segundo a diretora, a intervenção "faz uma colagem da obra do poeta Ray Lima, explorando diversos sinais, signos, sons, cores, movimentos, objetos e palavras que, somados, funcionam como dispositivos para a manifestação da liberdade entre os atores e o público".  Pelas Ordens do Rei Que Pede Socorro é uma aposta do Buraco d'Oráculo no tênue limite entre a realidade e a representação artística, onde a mediação entre esses dois pontos é feita pelo espectador que ora atua, ora contempla, inserido em um espaço cênico profanado, que se move apenas pela força lírico-dramática-épica da cenopoesia.

Ficha técnica

Espetáculo: Pelas Ordens do Rei Que Pede Socorro
Textos e dramaturgia: Ray Lima
Direção: Elizete Gomes
Elenco: Edson Paulo Souza, Lu Coelho, Luiza Galavotti, Mizael Alves e Nataly Oliveira
Concepção de figurinos e adereços: Luciano Wieser com colaboração de Raquel Durigon
Músicas: Júnio Santos e Ray Lima
Preparação vocal: Cadu Wintter
Colaboração dramatúrgica: Luciano Carvalho
Projeto gráfico: Jadiel Lima
Cenotécnico: Romison Paulo
Produção e idealização: O Buraco d'Oráculo
Apoio: Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo – 5ª Edição/2016

Sinopse: Intervenção teatral que utiliza a poesia de forma dramatúrgica, a partir dos princípios da cenopoesia em que imagens, gestos, canções e palavras se misturam. Os poemas aparecem em cenas fragmentadas que transitam entre o cômico e o dramático com leveza poética e também de forma contundente tocando em temas sociais.

Programação

·         4/2 (domingo, às 17h) – Pré-estreia
Local: Praça do Casarão - Rua São Gonçalo do Rio das Pedras, S/N - Vila Mara, São Miguel Paulista (estação Jardim Helena/Vila Mara da CPTM).

·         17 e 18/2 (sábado e domingo, às 17h)
Local: Teatro Flávio Império - Rua Prof. Alves Pedroso, 600 - Engenheiro Goulart, Cangaíba. Tel: (11) 2621-2719.

·         23/2 (sexta, às 19h)
Local: Ocupação CORAGEM - COHAB II - Rua Vicente Avelar, 53 - José Bonifácio, Itaquera (estação José Bonifácio da CPTM).

·         24/2 (sábado, às 16h)
Local: Parque São Rafael
Praça Oswaldo Luiz da Silveira, S/N - Parque São Rafael. (Região do Grupo Rosas Periféricas).

·         25/2 (domingo, às 16h)
Local: Largo do Campo Limpo
Largo do Campo Limpo S/N – Campo Limpo. (Região do Bando de Trapos / CITA).

·         2/3 (sexta, às 20h30)
Local: Casa de Cultura Salvador Ligabue (Biblioteca) - Largo da Matriz, S/N - Freguesia do Ó.
·         3/3 (sábado, às 19h)
Local: Comunidade Quilombaque - Travessa Cambaratiba, 5 - Perus.

·         4/03 (domingo, às 17h)
Local: Arsenal da Esperança - Rua Dr. Almeida Lima, 900 - Bresser.

·         9/03 (sexta, às 20h)
Local: CDC Vento Leste (Clube da Comunidade) - Rua Frederico Brotero, 60 – Jardim Tirana, Cidade Patriarca. (Espaço de atuação do Coletivo Dolores).

·         10/3 (Sábado, às 16h)
Local: Ocupação Artística Canhoba - Rua Canhoba, 299 – Vila Fanton, Perus. (Espaço do Grupo de Teatro Pandora).

·         11/3 (domingo, às 16h)
Local: Ocupação Casa no Meio do Mundo - Rua Itamonte, 2008 - Jardim Brasil. (Espaço do Coletivo Casa no Meio do Mundo).

·         15 e 16/3 (quinta e sexta, às 17h)
Local: Largo São Bento - Centro. Metrô São Bento.

·         17/3 (sábado, às 17h)
Local: Cine Campinho - Rua Alessio Prates, S/N - Jardim Bandeirantes. (Espaço do Coletivo Cine Campinho).

·         18/3 (domingo, às 16h)
Local: Conjunto Residencial Prestes Maia - Praça José Ribeiro Carvalhais, S/N - Cidade Tiradentes.

·         22 e 23/3 (quinta e sexta, às 17h)
Local: Largo São Bento - Centro. Metrô São Bento.

·         24/3 (Sábado, às 19h)
Local: Centro Cultural Arte em Construção - Av. dos Metalúrgicos, 2100 - Cidade Tiradentes. (Espaço do grupo Pombas Urbanas).

·         25/3 (domingo, às 17h)
Local: Sarau Pretas Peri - Rua Manuel Álvares Pimentel, 432 / 442 - Jardim Camargo Velho, Itaim Paulista.


Serviço

Espetáculo: Pelas Ordens do Rei Que Pede Socorro
Circulação: 4 de fevereiro a 25 de março
Ingressos: Grátis.
Classificação: Livre. Duração: 50 min. Gênero: Teatro de rua (Cenopoesia)
Informações: (11) 98152-4483
Programação completa: http://www.buracodoraculo.com.br/


Cenopoetizar é perceber a vida ato de recriação constante, onde o cenopoeta
de corpo inteiro age cultura adentro,
rompendo com as barreiras do individualismo,
do ser ilhado e egoísta das multidões do consumo,
restabelecendo o diálogo ancestral entre ser e existir com o outro,
com  o prazer, a espontaneidade e o respeito de uma
criança que brinca à beira de um rio caudaloso
a interagir e aprender com o perigo de viver, sem medo de existir dignamente.
É arte que segue, vida que continua.
(Lima, Ray)


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena e João Pedro
Tel (11) 2738-3209 / 9373-0181- verbena@verbena.com.br

Grupo O Buraco d'Oraculo - Fazendo teatro desde 1998


domingo, 21 de janeiro de 2018

Hanseníase

O que é:

Hanseníase, lepra, morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae (também conhecida como bacilo-de-hansen) que causa danos severos a nervos e à pele. A denominação hanseníase deve-se ao descobridor do microrganismo causador da doença, dr. Gerhard Hansen. O termo lepra está em desuso por sua conotação negativa histórica.

A hanseníase é uma doença contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra. Demora de dois a cinco anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas. O portador de hanseníase apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico. Pode atingir crianças, adultos e idosos, desde que tenham um contato intenso e prolongado com bacilo. Pode causar incapacidade ou deformidades quando não tratada ou tratada tardiamente, mas tem cura. O tratamento geralmente é fornecido por sistemas públicos de saúde (como o brasileiro Sistema Único de Saúde).


Transmissão:

A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar, tossir ou beijar. Quase sempre ocorre entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos que dormem num mesmo quarto.

A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).

Noventa por cento (90%) da população exposta à bactéria tem resistência ao bacilo de Hansen (M. leprae), causador da hanseníase, e conseguem controlar a infecção sem sintomas. As formas contagiantes são a lepromatosa/virchowiana/multibacilar e a limítrofe/borderline. Após 15 dias de tratamento os portadores já não transmitem mais a lepra.


Sinais e sintomas

Essa bactéria, assim como o da tuberculose, é bastante lento para se reproduzir a ponto de causar sintomas, de modo que o tempo de incubação após a infecção é de 2 a 7 anos.

Um dos primeiros efeitos da hanseníase, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.

A lepra indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha (anidrose). A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente. A lepra pode adotar também vários cursos intermediários entre estes dois tipos de lepra, sendo então denominada lepra dimorfa.


Leia este artigo na íntegra em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lepra

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A educação clandestina no Gueto de Varsóvia


Crianças e adultos judeus, retirados à força e enviados aos campos de extermínio pelos nazistas, após o levante do Gueto de Varsóvia, em 1943. A foto, de autor desconhecido, que se tornou um dos retratos mais pungentes da Segunda Guerra Mundial, fazia parte do relatório enviado a Heinrich Himmler, comandante-geral da SS (foto: Wikimedia Commons)

A invasão da Polônia pela Alemanha nazista, em 1º de setembro de 1939, é considerada o início oficial da Segunda Guerra Mundial. A ocupação alemã da porção ocidental do território polonês perdurou até o final da guerra, em 1945. Para os judeus da Polônia, sob o domínio nazista a vida transformou-se em um pesadelo que começou no primeiro dia e, ao longo de seis anos, provocou a morte de 90% da população judaica, cerca de 2,9 milhões de pessoas.

Os judeus não foram as únicas vítimas. Nos seis campos de extermínio construídos pelos alemães na Polônia (Auschwitz-Birkenau, Treblinka, Belzec, Chelmno, Sobibór e Majdanek), milhões de não judeus foram também sistematicamente assassinados: comunistas, eslavos, ciganos, portadores de deficiências físicas ou mentais e outras pessoas que a ideologia nazista classificava com Untermenschen ("sub-humanos").

Nesse cenário diabólico, o pior e o melhor da natureza humana vieram à tona. Em contraste com os simpatizantes do nazismo que entregavam seus vizinhos "indesejáveis" para as forças de ocupação e para a morte, milhares de poloneses arriscaram suas vidas para esconder judeus e outros perseguidos. Um eloquente exemplo do melhor foi a educação clandestina promovida no Gueto de Varsóvia, onde os nazistas haviam confinado a população judaica da capital e de outras localidades.

Apesar do muito que já se disse sobre o Holocausto, essa passagem da história era pouco conhecida. Agora, ela foi posta ao alcance do público leitor brasileiro pelo livro Gueto de Varsóvia: educação clandestina e resistência, de Nanci Nascimento de Souza, publicado com apoio da FAPESP.

"Li vários livros que mencionavam de passagem a educação como uma das formas de resistência praticadas pelos judeus no contexto do nazismo e da Segunda Guerra Mundial. Ao me interessar pelo tema, imaginei que iria reunir essas pequenas citações para compor um quadro. Não tinha ideia de tudo o que iria encontrar. Foi por meio do Instituto Histórico Judaico de Varsóvia [Jewish Historical Institute Warsaw] que entrei em contato com o extraordinário arquivo reunido pelo historiador, político e educador judeu-polonês Emanuel Ringelblum [1900-1944], que viveu no Gueto", disse Souza à Agência FAPESP.

Graduado pela Universidade de Varsóvia, onde se doutorou em 1927 com uma tese sobre a história dos judeus poloneses durante a Idade Média, Ringelblum era um entusiasta da língua iídiche e da causa socialista. Participou da ala esquerda do partido Poale Zion (Trabalhadores de Sião), de orientação marxista. E desenvolveu intensa atividade social, política e cultural.

"Ele se opunha ao uso do hebraico em substituição ao iídiche. Esse idioma, que era a língua das pessoas comuns, foi extremamente valorizado por Ringelblum", disse Souza.

Quando os nazistas invadiram a Polônia, Ringelblum estava em Genebra (Suíça), participando de um congresso como representante do partido. Poderia ter aproveitado a oportunidade para fugir para os Estados Unidos, como outros fizeram, mas considerou que era seu dever regressar a Varsóvia, para "estar junto com todos os judeus". Ele e sua família foram confinados no Gueto.

"Os nazistas implantaram o Gueto no local onde ficava o antigo bairro judaico de Varsóvia. Mais de 450 mil pessoas foram comprimidas nesse espaço exíguo. E a área foi progressivamente reduzida ao longo da ocupação. Também foram progressivamente restringidas as condições básicas de vida", disse Souza.

"Os judeus não tinham direito ao ensino, à cultura, à prática da religião. Os alimentos ficaram cada vez mais escassos, a comida que podia ser produzida no interior do Gueto não era suficiente, e a fome tornou-se crônica. Em muitos internatos, por falta de recursos, as crianças ficavam nuas, mesmo nos meses frios", disse.

Segundo a pesquisadora, o Gueto se transformou em um espaço de exclusão, desumanização e aniquilamento, "uma antessala dos campos de extermínio".

Ela explica que, em dezembro de 1940, quando o Gueto já havia sido fechado hermeticamente, os professores judeus decidiram assumir o risco de educar as crianças menores de 14 anos – que eram mais de 30 mil em idade escolar na época.

"Improvisaram, em diversas casas, escolas clandestinas. Providenciaram alimentos, roupas e condições mínimas de higiene. Ensinaram o idioma iídiche, literatura, matemática. Transmitiram noções sobre direitos, valores éticos e solidariedade. E devolveram às crianças o direito à infância – inclusive com a oportunidade de brincar", disse.

Paralelamente, a essa atividade educacional e assistencial, esses educadores, de orientação progressista, promoveram uma campanha no Gueto para que todos passassem a falar em iídiche, considerado a língua nacional judaica. Aqueles que não sabiam deveriam aprender. E um teatro de alto nível, em iídiche, foi produzido sob as condições mais adversas.

Nesse contexto, ao lado de sua incansável atividade como educador, Ringelblum criou um grupo, chamado Oyneg Shabbos ("A Alegria do Shabat", em iídiche), para recolher informações, materiais e depoimentos e registrar tudo o que acontecia no Gueto.

Intelectuais e pessoas comuns integravam esse grupo, que atuava clandestinamente, colecionando diários, documentos, cartazes e tudo o que pudesse dar conta do que era a vida dessa comunidade confinada, para que nada fosse esquecido, e, mesmo que a vida fosse subtraída, a memória perdurasse. Cerca de 25 mil folhas foram reunidas pelo grupo, guardadas em latões de leite vazios e escondidas em diversos edifícios.

Histórias da Repressão e da Resistência

Em 19 de abril de 1943, os habitantes do Gueto se insurgiram contra a decisão nazista de transportar a população judaica remanescente para o campo de extermínio de Treblinka. O levante foi duramente reprimido pelas forças da SS (Schutzstaffel), a criminosa tropa de elite nazista, e o Gueto foi incendiado. Cerca de 13 mil judeus morreram, a metade queimada viva ou sufocada pela fumaça.

Ringelblum e sua família conseguiram escapar e se refugiar no "lado ariano" de Varsóvia. Mas, em 7 de março de 1944, a Gestapo (Geheime Staatspolizei), a polícia secreta nazista, descobriu seu esconderijo. Ele, seus familiares e os poloneses que os esconderam foram fuzilados na prisão.

Ringelblum deixou para a posteridade o extraordinário legado de seu arquivo, grande parte do qual foi recuperada entre os escombros de Varsóvia após o final da guerra. Um pouco do conteúdo desse vasto material está disponibilizado agora pelo livro de Souza, como um tributo ao papel da educação no aperfeiçoamento da humanidade.

O livro Gueto de Varsóvia: educação clandestina e resistência integra a coleção Histórias da Repressão e da Resistência, produzida pelo Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER), coordenado pela professora Maria Luiza Tucci Carneiro no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

Leia mais sobre pesquisas produzidas pelo LEER em http://agencia.fapesp.br/24988.


José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP


domingo, 14 de janeiro de 2018

As lágrimas que não choramos, são mais cálidas e importantes, do que aquelas que se encenam no teatro do rosto

Imagem: arquivo


Uma pessoa sensível
                                    Quando alguém ofende, machuca;
Uma pessoa hipersensível
                                              Quando alguém ofende, estraga o dia;


Uma pessoa sensível
                                   Se preocupa com a dor dos outros;
Uma pessoa hipersensível
                                              Vive a dor dos outros;


Uma pessoa sensível
                                     Se preocupa com o amanhã;
Uma pessoa hipersensível
                                              Vive os problemas do amanhã;




O que vai transformar uma pessoa, em "ser rica emocionalmente", é, "quanto mais ela faz muito do pouco"!


Augusto Jorge Cury, Dr. - é um escritor de psiquiatria e libertação do EU para se tornar diretor da sua própria história. Seus livros já venderam mais de 25 milhões de exemplares somente no Brasil, tendo sido publicados em mais de 70 países

Professora adota currículo da ONU sobre igualdade de gênero em áreas rurais do Pará


Escola da Vila Nova Esperança em Tomé-Açu (PA), onde atua o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some). Foto: Blog do Riba/http://ribaprasempre.blogspot.com.br


A professora paraense Danielle Figueiredo, de 33 anos, dá aulas para alunos do ensino médio em áreas rurais do Pará por meio de um sistema denominado modular. Nele, as aulas são concentradas em apenas uma disciplina durante 50 dias, em locais de melhor acesso para estudantes que vivem longe dos centros urbanos.

Isso significa que Danielle, professora de sociologia pós-graduada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), passa até 50 dias em cada um dos municípios em que leciona, especialmente no nordeste do estado, já tendo trabalhado nas comunidades rurais de Capitão Poço, Garrafão do Norte, Nova Esperança do Piriá, entre outras.

Desde 2015, a professora da rede estadual de ensino passou a aplicar em sala de aula, por iniciativa própria, "O Valente não é Violento", currículo interdisciplinar disponível na Internet (clique aqui) que tem como objetivo abordar questões de sexualidade e de gênero para combater e prevenir a violência contra mulheres e meninas.

O currículo faz parte de iniciativa de mesmo nome que integra a campanha UNA-SE Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, do secretário-geral das Nações Unidas. A ação é coordenada pela ONU Mulheres, tem o envolvimento de todas as agências da ONU e é financiada pela União Europeia.

"Adoto o tema de gênero e sexualidade desde que iniciei minha carreira de professora, há cinco anos", explicou Danielle em entrevista por telefone ao Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio). "Como sempre usava materiais da ONU e de ONGs, acompanhava (os lançamentos) e vi que tinha saído esse currículo".

Segundo a ONU Mulheres, ao menos 30 professores brasileiros informaram adotar o currículo em diferentes estados brasileiros. O número pode ser muito maior, uma vez que o acesso ao documento, disponível na Internet, é livre.

O currículo aborda temas que vão desde as várias formas de violência contra as mulheres e informações sobre a Lei Maria da Penha, passando pela temática de carreira e profissão, mídia e esportes, até masculinidades e iniciativas que aproximam a educação de meninos e meninas para o tema da igualdade de gênero em seu dia a dia.

O objetivo é possibilitar uma maior compreensão sobre o que leva à desigualdade de gênero e à violência contra mulheres e meninas, bem como buscar uma mudança de cultura e de comportamento que leve à igualdade e ao respeito, segundo a ONU Mulheres.

No começo, Danielle teve dificuldades para abordar o tema em sala de aula nas regiões rurais. "Para estes alunos é tabu discutir essas questões", explicou a professora. "É um mundo mais hostil às mulheres, mas no qual eu aprendi a dialogar com os homens e explicar como eles também podem ser prejudicados por comportamentos machistas".

"Quando colocamos uma outra visão para eles, quando vencem essa posição agressiva, passam a ouvir", explicou a professora, que dá aula para alunos com idade entre 15 e 18 anos.

Danielle contou que mesmo as meninas apresentavam resistência quando a temática era abordada em sala de aula. "Mas, de cinco anos para cá, vejo algumas diferenças. Elas querem estudar, não repetir as histórias (dos pais)", declarou. "Também vejo algumas mudanças no discurso sobre a questão da violência. Elas estão falando mais, não se sentem acuadas".

Para a professora, um diferencial do currículo é o fato de ele incitar discussões em classe, propiciando a interação entre os alunos e com os professores. Segundo ela, o currículo inova na medida em que se diferencia da educação formal, trazendo elementos da educação popular.

"Apresento dados sobre violência, mostro a lei. Eles não conhecem a Lei Maria da Penha. Não sabem em que contexto, por que ela surgiu. Dessa forma, uso dinâmicas para discutir a violência, conto uma história de vida e vou fazendo perguntas. E eles vão respondendo em cima delas. É interessante", declarou.
Danielle Figueiredo, de 33 anos, é professora da rede estadual de ensino do Pará. Foto: Acervo Pessoal


Danielle Figueiredo, de 33 anos, é professora da rede estadual de ensino do Pará. Foto: Acervo Pessoal
Papel das escolas na prevenção da violência de gênero


Para a ONU Mulheres, as escolas desempenham um papel importante na promoção do respeito nas relações entre meninas e meninos, desafiando estereótipos de gênero e combatendo formas de discriminação que contribuem para a violência contra mulheres e meninas.

Nesse sentido, o currículo "O Valente não é Violento" já está sendo adotado oficialmente por redes de ensino estaduais de Espírito Santo e Bahia, de acordo com Amanda Lemos, coordenadora da iniciativa.

"Temos consultoras e especialistas que nos apoiaram na elaboração do currículo. Há pessoas do Instituto Promundo e a própria ONU Mulheres têm nos apoiado nessa formação técnica para que os professores consigam compreender os conceitos, os conteúdos", explicou.

Segundo Amanda, muitas vezes os professores relatam dificuldades em levar o currículo para a sala de aula, por não terem respaldo da gestão escolar. Há ainda o desafio da qualificação, pois alguns têm interesse em adotá-lo, mas não têm a qualificação necessária.

"Falta a institucionalização do tema. (…) A questão institucional é importante para que todos participem dessa proposta de ensino voltada para o respeito entre meninos e meninas e professores e alunos, para que eles envolvam não só a escola, mas a comunidade e todos os agentes em torno de uma escola responsável pela segurança dessas meninas", declarou.

Além do Instituto Promundo, outras organizações que têm ajudado a divulgar o currículo no Brasil são Geledés — Instituto da Mulher Negra, Ação Educativa, Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Redeh — Rede de Desenvolvimento Humano e Plan International.
Professor do Rio também adota o currículo

Marcelo Conceição, de 39 anos, é professor de Geografia e coordenador pedagógico de uma escola municipal do ensino fundamental localizada no bairro da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Acervo Pessoal


Marcelo Conceição, de 39 anos, é professor de Geografia e coordenador pedagógico de uma escola municipal do ensino fundamental localizada no bairro da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Em 2016, teve a ideia de fazer um trabalho envolvendo todos os alunos que tinha como tema central a mulher e as questões de gênero.

A temática foi, então, desmembrada entre as disciplinas, tendo como inspiração o currículo "O Valente não é Violento", das Nações Unidas.

Com a ajuda de professores de Geografia e História, os alunos montaram murais com gráficos apresentando as diferenças salariais entre homens e mulheres. Em Ciências, trabalharam questões de sororidade (apoio entre as mulheres) e as diferentes formas de machismo na sociedade.

Houve ainda roda de conversas, sessões de cinema e campanhas como "Meu nome não é psiu", questionando o tratamento recebido por meninas e mulheres nas ruas. Algumas dessas atividades foram retomadas em 2017, de acordo com o professor.

"Fiquei com medo, por exemplo, de levar os alunos para ver o filme 'Estrelas além do tempo', porque me diziam que eles não iam prestar atenção", disse Conceição. "Mas eles adoraram, voltaram discutindo o filme, e entenderam por que tinham ido". A obra trata do trabalho de uma equipe de cientistas da NASA, formada exclusivamente por mulheres afro-americanas.

O professor disse já ter notado uma mudança de comportamento de meninos e meninas. "Elas passaram a não aceitar mais determinados tipos de tratamento, como serem seguradas de determinada maneira pelos garotos, serem chamadas por determinados nomes", explicou.

"A educação não é só um caminho para o mercado de trabalho, mas para liberdade, para o entendimento de si mesmo, da própria história, para não reproduzir determinados erros das gerações anteriores. Nos esforçamos ao máximo para fazer isso", concluiu o professor.
Marcelo Conceição, de 39 anos, é professor de Geografia e coordenador pedagógico de uma escola municipal do ensino fundamental localizada no bairro da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Acervo Pessoal



Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres

Responsável Isabel Clavelin (ONU Mulheres Brasil)

Fracionamento da vacina contra febre amarela

Ministério da Saúde


A estratégia de fracionamento da vacina é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente.

A dose fracionada tem mostrado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. A única diferença está no volume.

A dose padrão (0,5 Ml) protege por toda a vida, enquanto a dose fracionada (0,1 Ml) protege por pelo menos oito anos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz).


Assista o vídeo em: https://www.youtube.com/watch?v=Lx0GzS88aGA&feature=em-subs_digest

sábado, 13 de janeiro de 2018

Agressão contra mulheres já foi presenciada por 66% dos brasileiros


Dado se refere aos últimos 12 meses. Pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra ainda que, no período, quase 1,5 milhão de mulheres foram espancadas ou estranguladas.

Projeto de lei cria programa de combate ao assédio sexual no transporte público em SP

 Vagão do transporte público de São Paulo. Foto: Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA (Crédito: )

A cada três dias são registrados dois casos de assédio. O dado é subestimado, já que muitas não denunciam. Com a lei, a prefeitura seria obrigada a fazer campanhas para estimular as denúncias e as empresas teriam que capacitar seus funcionários para lidar com o problema.


Entrevista com Américo Sampaio da Rede Nossa São Paulo.

Ouça o áudio aqui... DURAÇÃO: 00:08:15
   

Por: CBN

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Por que houve diferença entre o reajuste do salário e a inflação de 2017


Governo é autorizado por lei a usar projeção do INPC para definir reajuste.

Previsão de 2017 subestimou aumento de preços, mas governo promete repor em 2019


O valor do salário mínimo no Brasil para o ano de 2018 foi anunciado pelo governo em 29 de dezembro de 2017: passou de R$ 937 para R$ 954. Mas foi somente na quarta-feira (10) que o IBGE divulgou o resultado do índice usado para calcular os reajustes do mínimo.

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) é o índice que calcula a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos. Por lei, ele é o parâmetro para o reajuste anual do salário mínimo. Mas como o resultado final dele só sai depois da virada do ano, o governo acaba tendo que trabalhar com estimativas. O aumento de 1,81% foi baixo também porque a inflação de 2017 foi uma das menores das últimas décadas. Mas é verdade também que o número projetado pelo governo para o INPC subestimou o aumento de preços. A inflação medida pelo INPC em 2017 foi de 2,07%. Se fosse aplicada integralmente ao reajuste do salário mínimo, o reajuste seria de R$ 19,40, em vez dos R$ 17 concedidos. O novo valor seria R$ 2,40 maior do que o atual.

R$ 956,40

valor do salário mínimo caso reajuste tivesse seguido INPC.


O que diz a lei

O texto que regulamenta a política de valorização do salário mínimo até 2019 foi assinado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015. Por ele, o salário mínimo terá reajustes sempre em 1º de janeiro levando em conta a inflação do ano anterior e o crescimento do país dois anos antes. Como o Brasil não cresce significativamente desde 2013, o reajuste do salário mínimo nos últimos anos tem sido feito apenas como reposição da inflação. O reajuste tem de ser publicado até o último dia útil do ano, mas a inflação de dezembro só é divulgada no início de janeiro. Nesse caso a lei permite que o governo estipule dados que ainda não estão disponíveis, é o que aconteceu com o INPC do último mês de 2017.




 José Roberto Castro

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https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/01/11/Por-que-houve-diferen%C3%A7a-entre-o-reajuste-do-sal%C3%A1rio-e-a-infla%C3%A7%C3%A3o-de-2017


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Série: Brincadiquê? Pelo direito ao brincar


A série "Brincadiquê? Pelo Direito ao Brincar" revela a importância do brincar para o desenvolvimento integral das infâncias e a necessidade dessa experiência lúdica para uma educação de qualidade.

A partir de entrevistas com pesquisadores (as), educadores (as) e gestores (as) educacionais, ilustradas pelos registros de práticas pedagógicas desenvolvidas em instituições de educação infantil e primeiro ano do ensino fundamental, a série traz reflexões acerca do Direito ao Brincar e de possibilidades para a oferta de uma educação de qualidade, considerando a ludicidade nos espaços internos e externos das escolas, a cultura local e o envolvimento da comunidade educativa.

Realização: Rede Marista de Solidariedade e Centro Marista de Defesa da Infância Produção: Labirinto Apoio: Rede Marista de Colégios, Secretarias Municipais de Educação de Araucária (PR), Caxias do Sul (RS) e Cuiabá (MT).

Assista aos vídeos no endereço a seguir:
https://youtu.be/ra6HKhzHPQU