Imagem ilustrativa - Mazzaropi.
      
      
Caro Dotô.
        
        Lhe iscrevo purque tive arguma vergonha de fala pessoarmente, mas        arguma coisa sucede e priciso disabafá.
        
        Dispois que falei meu causo, o sinhô disse que pricisava entrar        com uma tar de ação. Pircebi que o sinhô intendia bem do que tava        falando, purque sempre falô umas coisas bunita e difícil. Mas ai        que tá, dotô. Fiquei tão basbacado com as palavra difíciu, que saí        só sorriso do iscritório, mas quando cheguei em casa, pircibi que        que saí rindo, mas num intendi nada de nada.
        
        A muié me pregunto como que foi com o Dotô, eu disse que foi tudo        bem, que o dotô é muito bão e ia resorvê nossa pendenga. Mas        aquilo fico dentro de mim, num intendi e resorvi lhe pregunta.
        
        Te liguei quele dia, lembra? Pidindo umas expricação. O sinhô falô        bunito dinovo, otra veiz fiquei bobo, mas o pobrema, Dotô... É que        num intendi nada traveis. O sinhô falô que pricisava fazê um tal        de piticionamento, que ia despacha arguma coisa. Fiquei té        preocupado, num sabia que o dotô mexia com essas coisa de despacho        não.
        
        Então dotô, assim foi toda veiz que a gente se falava, o sinhô        expricava e eu num intendia nadica. Pensei em ir ai traveis, mas        imaginei que ia contecê dinovo. Ai eu resorvi te manda essa carta,        purque anssim o sinhô pode se prepara mió pra lidá com eu.
        
        Discurpa a dificurdade dotô, mas vô gradece muito se o sinhô        pudesse expricá mais simpres pra nóis. Sei que o sinhô sabe fala        bunito por dimais, mas comigo num carece disso não... Priciso msm        só sabê pra que serve essa tar de ação.
        
        
        
        Caros colegas, vale muito a reflexão!
        
        Muitas vezes a profissão nos leva ao vício do "juridiquês",          esquecemos que o cliente não tem obrigação de entender a          linguagem utilizada no universo jurídico. Por isso é tão          importante sabermos falar da maneira mais clara possível.
        
        Comunicar-se não é falar bonito, mas ser          compreendido.
        
        
 Eloy Banzi - Advocacia
      





Nenhum comentário:
Postar um comentário