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terça-feira, 3 de julho de 2018

Câmara realiza nesta semana Seminário Internacional sobre Educação e Saúde na Terceira Idade.


Os debates vão ocorrer nesta quarta e quinta-feira e abordarão, além da saúde e educação, assistência social, serviços, mercado de trabalho, entre outros temas.


Os temas do primeiro Seminário Internacional sobre Educação e Saúde na Terceira Idade são variados: além de saúde e educação, assistência social, serviços, mercado de trabalho, entre outros. Uma mesa redonda, por exemplo, vai debater a educação permanente e as universidades da Terceira Idade espalhadas pelo país. Para a deputada Leandre, do PV do Paraná, a educação ao longo de toda a vida deve ser estimulada, porque as vantagens para os idosos já são comprovadas:

"O quanto de benefício traz pras pessoas a manutenção delas dentro de um ambiente escolar, acadêmico, né, retardando processos inclusive de doenças como o Alzheimer, demências, é um processo extremamente importante, é uma iniciativa muito importante."

No balanço sobre os 15 anos do Estatuto do Idoso, os debatedores vão contabilizar os avanços e o que ainda está por ser feito. Além disso, é preciso adequar a lei à mudança do perfil demográfico do país – já são 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A irmã Terezinha Tortelli, da Pastoral do Idoso, aponta falhas na implantação de vários artigos e diz que a nova configuração populacional torna urgente a busca de alternativas de serviços para as pessoas idosas, principalmente aquelas que têm a saúde mais comprometida. Mesmo assim, ela celebra a legislação que beneficia os maiores de 60 anos:

"O Estatuto é uma garantia de que existem direitos já consagrados e as pessoas idosas podem acessá-los. Então, o que vemos é que, gradativamente, as pessoas vão tomando conhecimento dessa lei que os protege."

O seminário é promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e acontece nesta quarta e quinta-feira, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.

Reportagem - Cláudio Ferreira


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segunda-feira, 2 de julho de 2018

Mulheres são minoria nas ciências, diz pesquisadora da Unesco.

Imagem: ilustração

 
As mulheres são cerca de metade da população mundial, mas quando se trata de representação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, elas estão em número bem menor. Atualmente, 28% dos pesquisadores de todo o mundo são mulheres. Elas também têm menos reconhecimento - apenas 17 receberam o Prêmio Nobel de Física, Química ou Medicina desde Marie Curie, em 1903, em comparação a 572 homens.

O estudo Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática - áreas que juntas são representadas em inglês pela sigla STEM -,da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que as diferenças entre meninos e meninas nada têm a ver com a capacidade intelectual de cada gênero. São construções sociais que começam desde cedo e são reforçadas na família e na escola que afastam as meninas dessas áreas.

A Agência Brasil conversou com a autora do estudo, a especialista da Seção de Educação para a Inclusão e Igualdade de Gênero da Unesco Theophania Chavatzia.

Segundo ela, se continuarmos "excluindo metade da população, isso significa que metade da produção e metade potencial não serão aproveitadas no futuro. Reconhecemos, cada vez mais, a importância de STEM, da ciência e tecnologia para os avanços e para as soluções dos problemas da nossa era", diz.

Os dados apresentados no estudo mostram ainda que, desde cedo, as meninas são afastadas dessas áreas. No Brasil, resultados do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), realizado pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação, revelam que no 4º ano do ensino fundamental as meninas têm desempenho melhor que os meninos em matemática, com uma diferença de pouco menos de 15 pontos. No 7º ano do ensino fundamental, o cenário é invertido, os meninos passam a ter desempenho melhor que o das meninas, com aproximadamente 15 pontos a mais.

"Sabemos que meninas perdem o interesse em STEM quando crescem porque os estereótipos de gênero ficam mais e mais fortes, fazendo com que elas tendam a não se identificar com STEM, a prestar mais atenção em outras aulas e a escolher outras carreiras", diz a pesquisadora.

Diante desse cenário, Theophania diz que são necessárias políticas específicas para evitar que meninas se afastem de STEM. Em países em que as diferenças entre meninos e meninas não é significativa nessas áreas, elas têm, em ciências, um desempenho três vezes melhor do que nos casos em que os meninos se destacam. A constatação é feita com base nos resultados do Estudo Internacional de Matemática e Ciências, que mostram que nos países em que os meninos vão melhor que as meninas, a diferença em ciências é de oito pontos. Nos países em que ocorre o inverso, a diferença é de 24 pontos.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: O que afasta as meninas desde cedo de STEM?

Theophania Chavatzia: A resposta é mais complexa do que se pensa. Há uma série de fatores que se sobrepõem uns aos outros, que têm a ver com o nível individual e também com a interação social e socialização no processo de aprendizagem, na família, na escola e na sociedade em geral. Estudos mostram as diferenças, por exemplo, na maneira como somos criados, como meninas ou meninos, pelos nossos pais e até as diferenças na atenção e nas oportunidades em brincadeiras e na aprendizagem. Por causa disso e da presença majoritária masculina, essas carreiras não são consideradas apropriadas para meninas. Meninas tendem a crescer acreditando que STEM não é para elas, que não é um campo apropriado.

Isso é reforçado pelo fato de que elas não veem pessoas que se destacam nessas carreiras que sejam mulheres, isso tanto na mídia, quanto na escola. As meninas tendem a acreditar que elas não são tão boas em STEM quanto os meninos. São estereótipos. Tendem a acreditar que são melhores em humanidades, por exemplo, e que não são boas em ciências ou que não são tão boas quanto os homens. Tendem a assimilar esse estereótipo e a ficar longe. Quando elas vão para a escola, ao invés de quebrar o estereótipo, muitas vezes isso é reforçado pelas atitudes dos professores, que também carregam esses estereótipos e até mesmo pelo currículo. Estudos mostram que não existem fatores biológicos ou psicológicos que justifiquem essa diferença em STEM, isso é reflexo da socialização. Poderíamos falar sobre isso por horas, mas acredito que esses sejam os principais fatores que afastam as meninas de carreiras em STEM.

Agência Brasil: Há diferenças entre países ricos e pobres?

Theophania Chavatzia: Os dados mostram que isso não é baseado na riqueza de um país. Afeta tanto países em desenvolvimento quanto países desenvolvidos. Todos são afetados pelos mesmos estereótipos.

Agência Brasil: O que o mundo perde com menos meninas em STEM?

Theophania Chavatzia: Se continuarmos excluindo metade da população, isso significa que metade da produção e metade potencial não serão aproveitados no futuro. Reconhecemos, cada vez mais, a importância de STEM, da ciência e tecnologia para os avanços e para as soluções dos problemas da nossa era. Se deixamos metade da população de fora, isso significa que teremos metade da população que não estará olhando e não apresentará soluções. Essa é uma perspectiva. Outra é que estamos mantendo as desigualdades de gênero em geral. Se considerarmos STEM como o trabalho do futuro, com melhores salários e reconhecimento, e excluirmos as mulheres, estamos reforçando as desigualdades.

Agência Brasil: O que pode ser feito para reverter esse cenário?

Theophania Chavatzia: Países que têm políticas de inclusão de ciência, tecnologia e STEM, em geral, mostram que meninas podem ter um desempenho três vezes melhor que o dos meninos. Precisamos de políticas apropriadas, que encorajem a participação das meninas. A Austrália está investindo milhões para promover educação em STEM para meninas, ofertando bolsas de estudos e programas que encorajam a participação feminina. Tratam-se de áreas em que sabemos que as meninas são afetadas por estereótipos, tem que ter um esforço para engajá-las. Quando elas têm oportunidade, veem que, na verdade, não são ruins, que podem gostar e que podem fazer isso. Temos que desmistificar STEM, desafiar os estereótipos e prover oportunidades para as meninas aprenderem.

Temos que olhar também para a qualidade da educação em STEM e para a qualidade na formação dos professores. Eles precisam ser bem treinados em STEM e também bem treinados em abordagens de gênero, têm que reconhecer o que afasta as meninas, têm que balancear isso e encorajá-las. Se fosse preciso destacar uma ação para reverter o quadro atual, eu destacaria a capacitação dos professores, tanto a formação inicial, antes de começar a dar aulas, quanto a formação continuada, ao longo da carreira.

Agência Brasil: O que você destacaria sobre o Brasil?

Theophania Chavatzia: Antes de ir para a educação em STEM, todas as crianças e adolescentes têm que estar na escola. Tem que haver medidas para isso, para incluir tanto meninos e meninas. Estudos sobre o Brasil confirmam os achados gerais. As meninas têm melhor performance que os meninos no primeiro ano avaliado em ciências. Três anos depois, são os meninos que têm performance melhor. Temos que examinar o que está acontecendo no sistema educacional, que em três anos reverte a situação. Sabemos que meninas perdem o interesse em STEM quando crescem, porque os estereótipos de gênero ficam mais e mais fortes, fazendo com que elas tendam a não se identificar com STEM, a prestar mais atenção em outras aulas e a escolher outras carreiras.

Edição: Graça Adjuto

Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil  Brasília

Poesia...



https://www.facebook.com/Poeta-T%C3%A9lio-Diniz-548867851847257/

domingo, 1 de julho de 2018

Festa junina em São Miguel Paulista... Compareçam, porque, já está rolando!

Projeto no DF ajuda idosas a realizarem sonho de dançar balé.



Muitas mulheres se tornam vovós sem realizar o sonho de menininha que era dançar balé. Mas, senhoras do Distrito Federal, acima dos 60 anos, decidiram calçar as sapatilhas de ponta para concretizar essa vontade. Elas participam da turma de prata do projeto Bailarinas Por que Não? As aulas são aos sábados, das duas as três da tarde, na Escola Parque da 308 Sul.

 

Delizete Glória Gonçalves, de 71 anos, é uma dessas mulheres na terceira idade que escolheu participar das aulas de balé. Ela carregou o desejo de dançar por toda a vida e agora sente-se completa.

Ela complementa quais foram as sensações durante a sua primeira apresentação de balé.

 

Maria Vitória de Araújo, de 67 anos, é colega de turma da dona Delizete. Dona Vivi, como é carinhosamente chamada, enfrentou um câncer de mama em 2012 e acha que o balé ajuda a manter sua saúde em dia. Ela também considera o ambiente da turma da terceira idade muito agradável.

 

Idealizadora do projeto Bailarinas Por que Não?, Cláudia Bengtson, esclarece como são as classes para as vovós.

 

Se você ficou interessada em aprender balé, poderá ter mais informações pelo e-mail : secretaria@bailarinasporquenao.com  ou, pelo telefone 98299-3402.


Por : Dayana Vitor

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Fundação Tíde Setúbal entrevista Tony Marlon.

Quando o jornalista e empreendedor social Tony Marlon, morador do Campo Limpo, bateu na porta de investidores de regiões centrais da cidade para tentar financiar a Escola de Notícias, iniciativa de formação de jovens em comunicação fundada por ele, ouviu que a ideia era muito romântica. "Por mais que a gente tivesse uma lógica de modelo de negócios e fundamentação teórica por trás do projeto, eu tinha dificuldade em entender pra quem eu falava o Paulo Freire e pra quem eu falava o Eike Batista", lembra. Hackear o ecossistema de negócios de impacto, ainda bastante fechado para iniciativas periféricas, foi um dos desafios enfrentados por Tony em sua trajetória.

Hoje, o empreendedor social toca um novo projeto, a Historiorama, focado no direito à comunicação e sua pluralidade. "Democratizar é ter mais gente falando, inclusive via TVs comunitárias, que são incríveis pois conseguem regionalizar o conteúdo. É importante entender a política internacional? É importante. Mas para mim e muitas outras pessoas, nesse momento é mais importante entender onde tem alimentação orgânica no Campo Limpo. E hoje isso é difícil, pelas redes sociais os algoritmos não deixam. Eu só consigo fazer isso com a comunicação comunitária", afirma.

Leia na entrevista a seguir como Tony pretende facilitar o entendimento de editais públicos e privados e levar mais informações para pessoas atualmente em um deserto de notícias com seu novo projeto Historiorama, que conta com apoio do Fundo Zona Leste Sustentável, iniciativa criada pela Fundação Tide Setubal.

Como teve início a sua relação com os negócios de impacto social?

Passei minha infância no Projeto Arrastão, que conheci quando me mudei para São Paulo. Comecei a fazer cursos lá em 2001. foi quando soube que existiam ONGs. Em Salinas (Minas Gerais), onde nasci, não se falava disso. Lá dentro, fui entrando nesse universo da comunicação. Passei por todas as etapas do Projeto, fui aluno de diversos cursos, jovem aprendiz, estagiário, coordenador de área, e participei da criação do Núcleo de Comunicação Maré Alta, em 2007.

Sai alguns anos depois, com a vontade de entender por que os projetos sociais não tinham uma lógica de mobilização de recursos. Pensava que deveria ter algum jeito de tocar os projetos sem depender de fundos governamentais e coisas do gênero. Foi aí que fiquei sabendo sobre os negócios sociais, fui pro Geração MudaMundo, uma plataforma de empreendedorismo social juvenil criada pela Ashoka, e a partir disso falei "nossa, é isso! Não vou criar um projeto social, vai ser outra coisa. Algo que faz entregas para o território e mobiliza recursos". Fiz faculdade, conheci diversos projetos e, nesse meio, fui entendendo que tinha espaço para eu fazer alguma coisa que desenvolvia econômica e socialmente o território, e ao mesmo tempo gerava trabalho e renda para a gente. Em 2012, desenhei a metodologia da Escola de Notícias e, no ano seguinte, botamos no ar a primeira turma. Fiquei na Escola até 2016, que era o tempo que eu havia combinado ficar.

Por que você optou por sair da Escola de Notícias?

Eu acho que a função de um projeto social é acabar. Quando construímos a Escola de Notícias, falei que ficaríamos 3 ou 4 anos, construiríamos um conselho comunitário e poderíamos sair da posição de gestores. quando nos mantemos muito tempo na gestão de um projeto, começamos a achar que o que acreditamos é a verdade, as opiniões ficam meio viciadas. Tanto é que o estatuto da Escola de Notícias diz na segunda cláusula que ela só vai existir até 2024. São dez anos de existência, acompanhados de um plano de metas, justamente para que as pessoas que vão geri-la posteriormente entendam que o compromisso não é continuar existindo, mas erradicar ou minimizar as questões que tínhamos que resolver. Colocar uma data de término é uma forma de criar um senso de urgência na organização. Quando eu saí teve uma eleição. Dos sete dirigentes eleitos pelo conselho, seis são ex-alunos da Escola.

No seu percurso para empreender, quais os maiores desafios que identificou para criar um negócio social na periferia?

Enquanto eu circulava apenas pelo Campo Limpo fazendo articulações, conseguimos sustentar nosso primeiro modelo de negócios, com apoio do edital do Programa Vai e outros recursos públicos. Um dos grandes desafios aconteceu quando sai da região e fui conversar com o restante da cidade. A Escola de Notícias já tinha sido tema da Folha, estávamos entre os finalistas do prêmio Milton Santos, mas, apesar de vários reconhecimentos, os investidores de fora da periferia não acreditavam no projeto. Lembro que um deles falou "Tony, eu acho muito legal o que você está fazendo, mas acho muito romântico". Isso porque a gente tinha 28 páginas de fundamentação teórica. Isso me pegou bastante.

Acho que o desafio era como traduzir o que a gente estava fazendo para a linguagem desses outros espaços. Comprei livros de negócio, para entender como fazer essa tradução. Por mais que a gente tivesse uma lógica de modelo de negócios e fundamentação teórica por trás do projeto, eu tinha dificuldade em entender pra quem eu falava o Paulo Freire e pra quem eu falava o Eike Batista.

Um outro desafio foi a concentração do recurso nas mãos de algumas pessoas, que dominam o código. A gente às vezes ficava muito feliz por ganhar os recursos de um Vai, de R$ 36 mil, e depois descobria que tem amigos e amigas que captavam R$ 500 mil. Isso pra mim é muito surreal, até hoje. É uma realidade muito diferente. Aos poucos, vi que eu podia montar um projeto que talvez custasse um pouco mais. O desafio é conseguir acessar esses lugares onde poderíamos ter contato com esse tipo de recurso. Porque são grupos muito fechados. Até hoje, quando tenho reuniões, tento levar comigo uma galera que não está ainda nesse circuito. Eu sei como é. Se alguém que está dentro não te colocar, você vai ficar dependendo de recurso público pra sempre.

De onde veio a ideia de criar o Historiorama, sua nova iniciativa?

Pensei que eu tinha disputado a narrativa, quando coordenava a agência de comunicação Maré Alta, e a formação, na Escola de Notícias. Então ficou faltando apenas disputar o veículo, né? Tive a ideia da Historiorama, que tem como proposta trabalhar pelo direito de todos e todas contarem a sua história. É basicamente democratização da comunicação, mas não coloco nestes termos pois muita gente pensa que isso é só "abaixo a Rede Globo". Mas eu sempre fui distante dessa posição, porque acredito que ao invés de brigar contra a Rede Globo, eu quero brigar para que mais pessoas tenham as suas próprias Redes Globos. Acredito que dá pra ter um monte de gente sendo o Silvio Santos de si mesmo, tendo seus próprios veículos.

Se a população já tem acesso a meios de comunicação na TV aberta e com a internet, qual o papel de democratizar a informação?

O que eu entendo por democratização da comunicação é garantir uma pluralidade de vozes. Quero que mais pessoas não cresçam achando que o Brasil é branco e de olho verde, como é contado pela mídia tradicional. Democratizar é ter mais gente falando, inclusive via TVs comunitárias, que são incríveis pois conseguem regionalizar o conteúdo. É importante entender a política internacional? É importante. Mas para mim e muitas outras pessoas, nesse momento é mais importante entender onde tem alimentação orgânica no Campo Limpo. E hoje isso é difícil, pelas redes sociais os algoritmos não deixam. Eu só consigo fazer isso com a comunicação comunitária.

A nossa leitura é de que hoje a gente tem um deserto de notícias gigantesco. A pesquisa Atlas da Notícia mostra que 35% dos municípios brasileiros não têm mídia própria. Eles cruzam esses dados com os IDHs, e esses lugares são geralmente os com os IDHs mais baixos. Pensei então que esses desertos não existem só no Brasil, territorialmente falando. Existem dentro dos grandes centros urbanos.

Como os projetos da Historiorama dialogam com isso?

A Historiorama tem hoje dois projetos. O primeiro é um podcast chamado Feito Nós, que está com um retorno muito legal entre os articuladores de projetos de cultura e educação nos territórios. No podcast pegamos um edital, público ou privado, convidamos quem o escreveu e sentamos juntos para lermos e traduzirmos o que ele pede. É importante porque nem todo mundo domina o código do que está sendo pedido. Já foram para o ar duas edições. O primeiro, com a Marina Fay da Fundação Affonso Brandão Hennel, foi ouvido mais de 300 vezes. É um produto muito funcional.

O segundo é o Embarque no Direito, um jornal distribuído gratuitamente, atualmente para 10 mil pessoas, focado no público leitor de periferias com mais de 40 anos de idade, que não é contemplado pelas produções comunicativas. Essas pessoas vão trabalhar às cinco da manhã, pois entram no serviço às sete, não conseguiram o direito de entrar às nove. Nesse horário, ainda não tem a distribuição de jornais gratuitos como o Metro ou o Destak. E na volta do trabalho, o ônibus está muito cheio e eles não vão conseguir consumir conteúdo dentro do busão.

No começo, me questionaram muito sobre a decisão de fazer um jornal e não um site. As pessoas falam coisas como "nossa Tony, não faz sentido, tá todo mundo na internet". Eu respirava fundo e questionava "defina todo mundo". O consumo de mídia no celular pra esse público é diferente. Eles não acessam Globo.com ou UOL.  Isso tem a ver com pacotes de dados, que costumam ser específicos para Facebook, Whatsapp e Instagram, e todos acabam circulando somente ali dentro porque não mexe com a franquia. É um perigo, porque as pessoas acabam acreditado que a internet é o Facebook.

Como você estudou esse público-alvo para criar o jornal?

Ficamos por um tempo indo nos terminais de ônibus bem cedo, às cinco e meia da manhã, e tentando entender esses  grupos, pessoas normalmente mais velhas. Temos muitos coletivos produzindo conteúdo, mas quem produz para nossos pais? Não estão dialogando com esse público, que está de alguma maneira apartado dessa discussão. Pautamos todo o jornal para eles. O Embarque no Direito sai mensalmente, e distribuímos em terminais de ônibus e grandes pontos circulação de moradores do Jardim Ângela, Campo Limpo e Capão Redondo. O jornal tem terminado muito rápido, o que prova que sim, tem demanda para isso.

Com a publicação queremos pesquisar, interpretar e traduzir os direitos sociais das periferias. A cada edição a gente escolhe um direito, convida seis meninos e meninas para participar da formação junto com a gente e produzir esses conteúdos. Todo mundo recebe para isso. São jovens que passam por cursos de comunicação da região, e muitas vezes depois disso falam "tá, e agora, o que eu faço?" É com essa galera que falamos, pois queremos gerar renda para eles. E os distribuidores são amigos desses jovens, moram nessa região. Na última edição, de tudo que a gente gastou, 78% foi só para voltar para a mão de moradores da comunidade. Isso nos interessa porque queremos ativar economicamente essa galera produtora de conteúdo da periferia.

Como surgiu a sua parceria com a Fundação Tide Setubal, que apoia o Historiorama por meio do Fundo Zona Leste Sustentável?

A gente se aproximou bastante quando a revista Página 22 fez uma edição especial sobre periferias, e eu e a Neca [Setubal, presidente do conselho da Fundação Tide Setubal] pudemos trocar uma ideia sobre periferias a partir de dois pontos de vista diferentes, um de quem mora e outro de quem apoia o desenvolvimento desse território. A partir dali nos aproximamos bastante porque a Fundação estava ampliando o seu leque de trabalho para além de São Miguel Paulista, tentando falar com outras periferias. Quando contei a ideia de produzir um veículo de comunicação, construímos via Fundo Zona Leste Sustentável essa parceria.

Na construção do projeto foi muito importante a participação do Haroldo Torres, sócio da Din4mo e consultor da Fundação Tide Setubal, e da Greta Salvi, coordenadora do Fundo Zona Leste Sustentável. A gente fez diversos encontros e eles me provocaram muito até eu chegar nesse conceito. Para além do aporte financeiro, para mim o mais incrível foi esse processo de mentoria, que me ajudou a ter mais clareza sobre a fundamentação teórica do que estamos fazendo. Isso impacta na repercussão do projeto, que já está boa, e aumenta as chances de expansão para o futuro.


Por: Fundação Tide Setúbal


CCJ aprova proposta que torna crime de estelionato abertura de empresas no nome de laranjas.

Segundo a delegada Isabel Moraes, diretora da Divisão de Falsificação e Defraudação da Polícia Civil do Distrito Federal, o principal ganho da proposta é justamente na criminalização de quem empresta o nome para ser usado na abertura de empresas, sem ser de fato sócio


Abrir empresas no nome de quem não seja realmente sócio, os chamados laranjas, pode ser crime de estelionato tipificado no Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40).

É o que prevê projeto (PL 4033/15) aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça.

A proposta acrescenta, no artigo do Código Penal que trata de estelionato, a fraude na abertura ou transferência de empresas. A pena prevista no Código Penal para o crime de estelionato é de reclusão de um a cinco anos.

De acordo com o texto, o crime será praticado por quem abrir ou transferir a titularidade de empresa em nome de pessoas que não sejam realmente sócios, e também por quem permitir o uso de seu nome falsamente como sócio de empresa.

Segundo o relator do projeto na CCJ, deputado Fábio Sousa, do PSDB de Goiás, é necessário proteger os cidadãos.

"É preciso aperfeiçoar o tratamento penal da matéria, dada a frequência crescente que essa prática delituosa adquiriu nos últimos anos. É preciso proteger as pessoas que servem inadvertidamente como laranjas, bem como apenar com rigor os que os exploram."

Já para a delegada Isabel Moraes, diretora da Difraudes, Divisão de Falsificação e Defraudação da Polícia Civil do Distrito Federal, o principal ganho da proposta é justamente na criminalização de quem empresta o nome para ser usado na abertura de empresas, sem ser de fato sócio.

"Normalmente, contas ou pessoas jurídicas são abertas pra lavagem de dinheiro. Pra quem abre a conta já existe toda uma tipificação prevista, que é a lei de lavagem de dinheiro, que, inclusive, tem uma pena muito maior do que o próprio estelionato. Agora, pra quem dá o nome pra que essa conta seja aberta, eu acho, sim, muito louvável que ele se configure como um autor de estelionato."

Segundo a delegada, apesar de não ter dados estatísticos sobre o número de cidadãos que têm o nome roubado, eles são a minoria.

"São raros os casos que uma empresa seja criada no nome de uma pessoa desconhecida dos autores, a partir de documentos falsos. Isso é uma situação. A outra situação é: os criminosos pediram para aquela pessoa abrir uma conta e, a partir deste momento, ela vai ganhar um salário. Então, a partir do momento em que ela vê uma vantagem em concordar com aquela prática criminosa, a gente vai ter sempre um estelionato".

A proposta que torna crime de estelionato a abertura de empresas no nome de laranjas ainda precisa ser analisada pelo Plenário.

Reportagem - Paula Bittar


quinta-feira, 28 de junho de 2018

Estudantes brasileiros estão na mídia internacional.

Otto Gerbaka, Guilherme Funck, Laura D'Amaro,Thiago Bodê, professor, Laura De Ávila, e Natan Cardoso, Emef Perimetral (da esq. p/ direita). (Foto: Colégio Dante/Divulgação)
 
Estudantes brasileiros apresentam nesta quinta-feira (28), em Washington, nos Estados Unidos, um experimento vencedor do concurso espacial do governo americano. O projeto foi escolhido entre 72 trabalhos enviados à Agência Espacial Americana (Nasa).

O experimento se chama "Cimento Espacial". Ele busca testar como a microgravidade atua sobre um composto feito de cimento e plástico reciclável. O projeto será executado no espaço por um astronauta da Nasa, e ao término da expedição, que durará aproximadamente 30 dias, retornará à Terra para ser analisado.

"Todo o processo foi uma rica oportunidade para estimularmos o pensamento científico, a criatividade, as atitudes de colaboração e a valorização da ciência e tecnologia como ferramentas para o desenvolvimento. (...) Foi um orgulho para nós podermos proporcionar isso a todos eles", conta Sandra Tonidandel, coordenadora-Geral Pedagógica do Dante Alighieri.


Por Gessyca Rocha, G1, São Paulo

Especialista elogia proposta de aumento da multa por trabalho infantil, mas pede ajustes para ampliar alcance da punição.

Imagem: ilustração

Especialista elogia a proposta de aumento da multa por trabalho infantil, mas pede ajustes que permitam ampliar o alcance da punição. Hoje, o estabelecimento flagrado com o trabalho ilegal de crianças e adolescentes é multado em um salário mínimo. A Comissão de Trabalho da Câmara aprovou (em 23/05) um substitutivo a duas propostas sobre esse tema (PLs 2961/15 e 3536/15), fixando a multa em R$ 1 mil. Em caso de reincidência, a multa é dobrada. O valor será corrigido anualmente pela variação acumulada do INPC, um dos índices de inflação medidos pelo IBGE. Para a chefe da divisão de erradicação do trabalho infantil do Ministério do Trabalho, Marinalva Dantas, o aumento da multa é positivo:

"O Brasil se comprometeu a acabar com o trabalho infantil até 2025 e ainda temos cerca de 2 milhões trabalhando. Agora está diminuindo lentamente porque a sociedade é quase cúmplice e acha que 'tudo bem: é melhor estar trabalhando'. Não é melhor. É muito pior que ele esteja trabalhando. Muito melhor que ele estivesse estudando para fazer alguma coisa pelo país e por ele mesmo no futuro."

O texto altera a Consolidação das Leis do Trabalho e o relator da proposta, deputado Lucas Vergílio, do Solidariedade de Goiás, justificou assim as pequenas alterações nos textos originais:

"A redação atual da CLT está defasada e leva a valores pouco significativos. Assim, é providencial a inovação legislativa ao fixar o valor das multas em moeda corrente e estabelecer critérios objetivos para a correção. O seu mérito é inegável, no entanto, alguns ajustes são necessários para aprimorar o conteúdo e evitar a inconstitucionalidade e a injuridicidade."

No entanto, Marinalva Dantas criticou a manutenção, na CLT, do limite máximo de cinco salários mínimos para multas em caso de trabalho infantil:

"É uma vergonha para o país ter um limite de multa para crianças que trabalham. Se eu encontrar vários adultos sem registro, a multa é per capita: se houver 200 trabalhadores, vai ser o valor da multa vezes 200. Quando a gente encontra criança trabalhando, que é o trabalhador mais vulnerável e que mais se acidenta e adoece, essa multa é per capita, mas limitada a cinco crianças. Então, isso significa quase uma promoção: explore 100 e pague apenas por cinco. Nós já encontramos, em um único local, 130 crianças trabalhando."

A chefe da divisão de erradicação do trabalho infantil espera que esse limite de multa seja retirado ao longo da tramitação da proposta. O texto está em análise agora na Comissão de Constituição e Justiça.

Reportagem - José Carlos Oliveira

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Avaliar a capacidade das células tumorais de produzir o hormônio melatonina pode se tornar uma estratégia inovadora de medir o grau de malignidade em alguns tipos de câncer, entre eles tumores do sistema nervoso central, pulmão, intestino, pâncreas e bexiga.

Grupo do IB-USP mostrou que, em alguns tipos de câncer, quanto maior é a produção de melatonina pelas células tumorais menos agressiva é a doença e maior o tempo de sobrevida do paciente (imagem: Regina P. Markus)

Em estudos conduzidos no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), o grupo coordenado pela professora Regina Pekelmann Markus mostrou que, nesses casos, o nível de expressão dos genes codificadores das enzimas que sintetizam e degradam melatonina permite predizer que tumores menos agressivos produzem maior quantidade desse hormônio.

As análises revelaram ainda que a maior produção local se correlacionava com uma maior sobrevida dos pacientes. "Estamos agora avaliando em parceria com o professor Valtencir Zucolotto, da USP de São Carlos, a possibilidade de criar um kit para medir o nível de melatonina em amostras de tecido tumoral obtidas por biópsia. Além de auxiliar no prognóstico da doença, a tecnologia abriria caminho para novas abordagens terapêuticas", disse Markus à Agência FAPESP.

Os trabalhos da pesquisadora com melatonina tiveram início ainda nos anos 1990. Por meio de estudo com roedores, ela demonstrou que o hormônio que sinaliza para o organismo que está escuro e, portanto, é hora de descansar poderia ser produzido em outros locais do organismo além da glândula pineal, situada dentro do cérebro, como até então era conhecido.

Demonstrou ainda a importância da produção periférica de melatonina na regulação de processos inflamatórios em diferentes contextos fisiológicos e fisiopatológicos.

"Mostramos inicialmente em roedores que, quando há um estímulo inflamatório em um tecido periférico e o sistema imune precisa montar uma resposta de defesa, como diante de uma infecção bacteriana, por exemplo, ocorre o bloqueio da síntese de melatonina pela pineal. Como esse hormônio impede a migração das células de defesa da corrente sanguínea para o local da infecção, a sua redução é essencial para que as células imunes atinjam o local agredido", disse Markus. A pesquisadora abordou o tema em apresentação no dia 10 de maio no congresso "Next Frontiers to Cure Cancer", promovido pelo A.C.Camargo Cancer Center em São Paulo.

Depois que a ameaça é reduzida, as próprias células de defesa passam a secretar melatonina no tecido afetado para evitar danos desnecessários. Em seguida, o organismo deve retornar à condição normal, ou seja, cessar a produção periférica de melatonina e restaurar a produção no sistema nervoso central.

A essa comunicação bidirecional entre a glândula pineal e o sistema imune o grupo da USP chamou de eixo imune-pineal. Trabalhos posteriores revelaram que a transição entre a síntese pineal e extrapineal de melatonina é regulada por um complexo proteico chamado NF-κB (fator nuclear kappa B), um conhecido mediador inflamatório.

Uma revisão sobre o tema, reunindo os principais achados de mais de 20 anos de pesquisa, foi publicada em 2017 no British Journal of Pharmacology. Entre os autores principais, além de Markus, estão Pedro Augusto Carlos Magno Fernandes e Gabriela Sarti Kinker, ambos do IB-USP.

Produção periférica e câncer

Segundo Markus, há casos em que o organismo não consegue, por algum motivo, voltar à condição fisiológica e a produção periférica de melatonina é mantida. Ou então a produção pela pineal não é recuperada e o organismo, que aparentemente está bem, fica mais propenso ao surgimento de doenças. "Foi com esse raciocínio que resolvemos investigar a relação entre melatonina e câncer", disse.

O estudo começou com a observação de amostras de gliomas – um tipo de câncer que afeta o sistema nervoso central – obtidos de pacientes envolvidos em um estudo coordenado por Sueli Mieko Oba Shinjo, da Faculdade de Medicina da USP.

"Decidimos avaliar, nas células tumorais, como estava a expressão das duas enzimas-chave para a síntese de melatonina: a ASMT e a AANAT. Chamou a nossa atenção o fato de a expressão de ASMT estar muito baixa, mas o número de amostras era pequeno e decidimos investigar em linhagens já estabelecidas de gliomas", disse Markus.

O grupo então notou que, enquanto as linhagens mais agressivas (gliomas de grau 4) praticamente não tinham secreção local de melatonina, a expressão das enzimas de síntese era maior em gliomas de grau 1 e 2, considerados de menor malignidade.

O passo seguinte foi analisar dados de tumores depositados no banco público mantido pelo Cancer Genome Atlas (TCGA), nos Estados Unidos. Além de informações sobre expressão gênica no tecido tumoral, o repositório também oferece acesso a dados clínicos, permitindo aos pesquisadores fazer correlações entre os achados sobre a expressão da melatonina e o desfecho clínico de cada paciente.

"Investigamos a síntese de melatonina em praticamente todos os tipos de tumores depositados no banco. Para isso, criamos um índice com base na expressão do gene ASMT e também do gene CYP1B1, que codifica a principal enzima responsável por degradar a melatonina [se esse gene estiver muito expresso o hormônio será rapidamente metabolizado e o nível de melatonina será baixo na célula]", disse Markus.

O estudo mostrou que, quanto maior era o índice (ou seja, maior era a produção preditiva local de melatonina), menos agressivo era o glioma e maior era o tempo de sobrevida dos pacientes. Resultados semelhantes foram observados para outros tipos de tumores sólidos como pulmão, pâncreas, colorretal e bexiga, mas não em tumores não sólidos como a leucemia e os linfomas.

Os resultados da investigação com dados de gliomas foram publicados em 2016 no Journal of Pineal Research e compõem a tese de doutorado de Kinker, que, atualmente, continua os estudos do sistema melatonérgico em gliomas no Weizmann Institute of Science, em Israel.

"Partimos então para investigar por quais mecanismos a melatonina estava agindo nas células do câncer e, atualmente, estamos em processo de patenteamento de métodos prognósticos e agentes melatonérgicos para o tratamento de alguns tumores sólidos", disse Markus.

Segundo a pesquisadora, a melatonina em si não poderá ser usada no tratamento porque atua por múltiplos mecanismos de ação e pode não favorecer a contenção do tumor em alguns pacientes.

"É fundamental conhecer as possíveis variáveis do sistema antes de intervir, pois são diferentes em cada paciente. Acreditamos que o ideal seja uma terapia individual precedida por exame laboratorial mostrando que o tratamento não será prejudicial. Por esse motivo, estamos trabalhando no desenvolvimento de um kit para avaliar a produção de melatonina no tecido tumoral. Acreditamos que seja possível fazer um teste barato, semelhante ao usado para medir glicose no sangue", disse a professora do IB-USP.

Os pesquisadores ressaltam, contudo, que antes de lançar a tecnologia para avaliação do prognóstico será preciso validá-la em amostras de biópsia dos diversos tipos de tumores sólidos estudados, processo que deve demorar cerca de três anos.

"Também precisamos estabelecer o melhor processo para fazer essa análise e uma forma de adaptar a metodologia para uso comercial. Agora é hora de pensar em como transformar conhecimento em produto, uma etapa que temos muito a aprender com o Instituto Weizmann de Israel", disse Markus.


Karina Toledo  |  Agência FAPESP