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O cisto de ovário é um diagnóstico comum entre as mulheres. O problema é que o cisto de ovário pode indicar algo grave e que exige muita atenção como câncer de ovário, gravidez ectópica (quando a gestação ocorre fora do útero). Mas também pode ser algo benigno como um cisto de ovulação, que você não precisa se preocupar e que é algo bem comum.
Quando suspeitar de câncer de ovário?
Se o cisto identificado possuir conteúdo sólido, pode sugerir câncer ovariano. Outra característica que sugere o câncer de ovário é a presença de ascite, que é água na barriga. No geral o câncer de ovário inicia não tem sintomas, mas em estágios mais avançados a mulher pode ter emagrecimento, aumento do volume abdominal, mudança dos hábitos intestinais, etc.
Fatores de risco
Familiares com câncer de mama e ovário antes dos 50 anos;
Familiares com câncer de intestino e endométrio;
Mulheres acima de 60 anos.
Quando se preocupar com cisto de ovário
Sintomas como febre, dor no pé da barriga ou corrimento purulento e fétido: indicam a possibilidade de coleção de pus ou abscesso;
Tamanho do cisto: cistos maiores, especialmente entre 5 e 8 cm, têm maior chance de torção ou ruptura, causando dor aguda e intensa;
Menopausa: cistos ovarianos que surgem durante essa fase exigem mais atenção, pois podem ser indicativos de câncer.
É importante saber que os cistos podem ser tanto benignos quanto malignos. Quanto ao tratamento, ele varia de acordo com o tipo de cisto diagnosticado, podendo incluir medicamentos, cirurgias ou até mesmo a remoção do ovário em casos de suspeita de câncer.
Se você está enfrentando algum desses sintomas ou preocupações, não hesite em procurar orientação de um Ginecologista.
Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda no YouTube.
***Com 46 anos dedicados ao canto coral, a carioca Patrícia Costa criou dois coros na cidade portuguesa de Aveiro: o Relâmpago e o Corisco d'Aveiro. Para o projeto, ela tem atraído portugueses, brasileiros e pessoas de diferentes partes do mundo, com ou sem nenhuma experiência em canto coletivo..
Doutora em Performance Musical pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a carioca Patrícia Costa construiu, no Brasil, uma carreira sólida e bem-sucedida como professora de música, diretora de coral, arranjadora vocal e diretora de cena para música cênica. Quatro anos atrás, em plena pandemia de Covid-19, ela e o marido trocaram o Rio de Janeiro pela cidade de Aveiro, localizada na região central de Portugal. No final de 2022, ela criou um projeto inovador de canto coletivo, com o apoio do diretor da Oficina de Música de Aveiro (OMA), Zetó Rodrigues.
Patrícia lembra exatamente o que sugeriu a Rodrigues dois atrás: "Um coro de prazo curto a que eu vou chamar de 'Coro Relâmpago'". O projeto propõe um mês e meio de ensaios semanais, cada ensaio com uma média de duas horas de duração e uma apresentação ao final do projeto.
Para a alegria da regente brasileira e da OMA, o Coro Relâmpago deu tão certo que já está na nona edição. Cada vez que as inscrições são abertas, ela consegue juntar de 35 a 40 interessados de diferentes idades e nacionalidades.
"Eu tenho cantores portugueses, brasileiros, africanos. Agora, estamos com uma grega, com um venezuelano", diz. "A ideia é justamente essa mistura. No momento em que o mundo me parece tão tomado por um discurso separatista, eu quero a união, que as pessoas queiram se unir através da música", explica a regente brasileira.
"Acredito que todo mundo pode vir a cantar" Entram no Relâmpago quem já participou de suas edições passadas e quer se manter no coro, e também gente nova – o projeto é aberto a qualquer pessoa que queira experimentar o canto coletivo. "Claro que há umas pessoas que têm mais dificuldades do que outras. Mas eu, de fato, acredito que todo mundo pode vir a cantar", garante.
Ser capaz de cantar foi uma feliz descoberta para o português António Correia, que faz parte do Relâmpago desde a sua quarta edição. Ele conta que sempre gostou muito de música, mas não imaginava que pudesse fazer parte de um projeto musical.
"Esta experiência tem mostrado que posso fazer parte disto e que me sinto extremamente feliz. Um ano e meio atrás, se me dissessem que isto iria acontecer, eu diria que não, que era impossível", ressalta.
Já a brasileira Victoria Garbayo dedica-se ao canto coral desde os 9 anos de idade. Ela era aluna da Patrícia Costa no Rio de Janeiro, e juntou-se ao projeto da ex-professora em Portugal, onde mora há sete anos.
"Muito bom poder fazer parte desse grupo que está crescendo, se desenvolvendo musicalmente, um grupo unido com pelo menos uma coisa em comum, que é a música", sublinha.
Os ensaios do Coro Relâmpago acontecem na Oficina de Música de Aveiro, que se transformou numa grande parceira da regente brasileira e numa espécie de casa dos coralistas. O repertório reúne músicas de diferentes partes do mundo.
Patrícia recorda que, nas comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, em abril deste ano, ela decidiu "pegar algumas músicas portuguesas, africanas e brasileiras, e fazer misturas". Ela misturou música do português Antônio Variações com canção do brasileiro Cazuza. Fez o mesmo com o cantor português Vitorino e a dupla brasileira formada pelos irmãos Kleiton & Kledir.
"Eu faço essa mistura como uma forma de dizer: 'gente, que lindo que é a gente poder misturar as culturas, trazer à tona coisas que tão no sangue'", explica Patrícia.
O projeto tem feito tanto sucesso que no final de agosto deu o primeiro fruto – o coro "Corisco d'Aveiro", formado por quem já integrou ou ainda faz parte do Relâmpago e quer se dedicar à música vocal brasileira.
Assim como o Relâmpago, o Corisco trabalha em curtas temporadas, embora exija mais tempo de quem participa – de dois a três meses". O novo coral "tem um voo um pouco mais ambicioso, de pegar um repertório, às vezes, um pouco mais puxado em termos musicais", esclarece Patrícia Costa.
Medalha de ouro No 5º Festival e Concurso Internacional de Coros da Beira Interior, que aconteceu há dois meses, em Portugal, o Corisco d'Aveiro ganhou a medalha de ouro na categoria folclore. "Folclore brasileiro", salienta.
"E voltamos instigadíssimos para fazermos mais", avisa a regente. Se depender dela, Victoria Garbayo, António Correia e todos os outros coralistas do projeto vão ter muito o que cantar e viver em grupo.
"Eu digo que o coral é uma sociedade sã, onde impera a generosidade, o apoio, a acolhida, onde todos se dão as mãos e vão juntos. E é por aí que tem de ser."
Os coros Relâmpago e Corisco d'Aveiro apresentam concertos de Natal neste sábado (07), no Instituto Pernambuco Porto, na cidade do Porto, domingo (08), no Centro Cultural da vila portuguesa de Góis, e segunda (09), na Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.
***Até o começo dos anos 2000, os diplomatas brasileiros alocados em Paris dispunham de um privilégio, abolido durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva: trazer consigo para a capital francesa duas empregadas do Brasil. Sem falar francês, isoladas pela distância e sem redes sociais, muitas delas viveram em regimes comparáveis à semi-escravidão. A peça "Ressonâncias: Revoltas Silenciosas", do ator e músico Yure Romão, busca dar visibilidade a essas protagonistas invisibilizadas pelo silêncio.
"O projeto começou em 2022, durante um café na casa de uma amiga, a primeira pessoa que conheci aqui em Paris. Por questões de anonimato, já que os diplomatas com quem algumas dessas mulheres trabalharam ainda estão em atividade, vou chamá-la de Maria", conta o diretor do espetáculo, o ator, músico e encenador Yure Romão.
"Naquele dia, estávamos conversando sobre política. Era o dia da eleição presidencial na França, e a extrema-direita estava ganhando força. Eu estava muito contrariado, sem entender como brasileiros vivendo aqui podiam votar na extrema-direita no Brasil, ou como franceses optavam por isso", contextualiza.
"Maria começou a compartilhar experiências pessoais e de amigas próximas", relembra Romão. "Ela contou que conhecia muitas famílias brasileiras, especialmente de diplomatas, que nos anos 2000 tinham o direito de trazer duas empregadas domésticas ao país onde estavam alocadas", detalha.
"Eu não sabia disso. Maria explicou que, até 2003, isso era um privilégio concedido, mas que foi cortado no governo Lula, junto com outros benefícios, como auxílio-moradia. Segundo a análise dela, isso gerou um sentimento anti-Lula entre muitos diplomatas", avalia o diretor.
"Essas empregadas domésticas vinham com a promessa de receber um salário de US$ 800 e moradia digna. No entanto, ao chegarem aqui, a realidade era outra", conta.
"Algumas recebiam salários bem inferiores ou nada, e muitas viviam isoladas, longe das famílias, num contexto análogo à escravidão. Nos anos 2000, a comunicação era difícil — sem celulares ou WhatsApp, elas ficavam ainda mais isoladas", destaca o artista brasileiro, que desenvolve diversas residências com artistas em ex-colônias francesas, como Guadalupe e Martinica.
"Naquela tarde, Maria me apresentou duas amigas que passaram por essas situações. Elas expressaram o desejo de que suas experiências fossem conhecidas, não só como registro histórico, mas para que filhos, netos e outras gerações soubessem o que viveram", relata Romão.
Histórias reais No cruzamento da narrativa e da pesquisa documental, com dramaturgia fortemente marcada pela presença da música popular, do Brasil às ex-colônias francesas, o espetáculo resgata histórias reais de empregadas domésticas brasileiras na França, como conta Yure Romão.
"Decidi então transformar essas histórias em um espetáculo, pois sou diretor e músico, e meu trabalho é centrado no teatro e na música. Paralelamente, começamos a trabalhar em um livro, baseado nas transcrições das entrevistas. Tanto o espetáculo quanto o livro respeitam o anonimato, com cada mulher escolhendo um pseudônimo para garantir segurança e evitar retaliações", conta o diretor.
Uma das mulheres contou que dormia na lavanderia, embaixo de uma tábua de passar roupa.
"As histórias que elas contam revelam realidades dolorosas. Muitas vieram seduzidas pela ideia de ganhar US$ 800 — uma quantia impressionante comparada ao salário mínimo da época no Brasil. Algumas eram trabalhadoras domésticas; outras, profissionais qualificadas, como enfermeiras e administradoras, que aceitaram a proposta por parecer mais vantajosa. Mas ao chegarem aqui, enfrentaram promessas não cumpridas: salários retidos, condições precárias de moradia e isolamento", relata o diretor, em entrevista à RFI.
Os abusos aconteciam de formas variadas, como relata o diretor do espetáculo. "Uma das mulheres contou que dormia na lavanderia, embaixo de uma tábua de passar roupa. Outras relataram violências físicas e psicológicas, agravadas pela distância da família e pela dificuldade de pedir ajuda. O diretor conta ainda que "essas situações ocorriam dentro de um quadro legal, já que havia contratos, mas que na prática eram desrespeitados".
Entrelaçamento de dramaturgias Yure Romão detalha o entrelaçamento de dramaturgias que ele teceu, num diálogo com a autora antilhana Françoise Ega, através de seu livro "Cartas a uma negra", onde ela endereça cartas à escritora brasileira Carolina Maria de Jesus.
"Ao longo do processo, percebi semelhanças com outras migrações institucionais, como as descritas pela escritora guadalupense Françoise Ega, em seu livro Cartas a uma Alma Negra. Nele, ela relata a experiência de mulheres das Antilhas Francesas, nos anos 1960, que também vieram para a França com promessas de melhores condições, mas encontraram exploração. A conexão entre essas histórias, separadas por décadas e continentes, revela padrões profundos de desigualdade e abuso", analisa Yure Romão.
Visibilidade "O espetáculo busca dar visibilidade a essas mulheres e suas histórias, enquanto o livro serve como registro memorial. Algumas delas decidiram que suas famílias descobrirão o que viveram apenas ao assistir à peça ou ler o livro. Elas desejam que suas histórias não se percam e que sirvam como alerta para que outras mulheres não enfrentem as mesmas dificuldades", ressalta Romão.
"Não sinto medo de expor essas questões, embora elas revelem um lado sombrio da diplomacia brasileira", diz o diretor. "Estamos protegidos pelo anonimato e pela importância do trabalho. Essas histórias fazem parte da história do Brasil e da diplomacia, e acredito que merecem ser contadas", insiste.
"Estamos planejando levar o espetáculo ao Brasil em 2025, durante o Ano do Brasil na França. Será uma versão em português, e algumas das mulheres que entrevistei poderão assisti-lo. Espero que o impacto seja tão transformador lá quanto tem sido aqui", afirma Romão.
"Muitas vezes, quando falamos do projeto, deixamos claro que não se trata de 'dar voz' a essas mulheres. Elas já têm muita voz e falam muito. E isso é maravilhoso. Acho que o nosso papel é mais sobre escutar essas vozes, amplificá-las e fazê-las ressoar", diz a atriz, marionetista e contadora de histórias Ana Laura Nascimento.
"Enquanto mulher, filha e neta, essa questão me atravessa profundamente. Minha avó foi empregada doméstica, e minha madrinha ainda é, vivendo no interior de Pernambuco", afirma. "Mesmo com a PEC das Domésticas, muita coisa não mudou, especialmente nos interiores. Muitas empregadas domésticas ainda não têm seus direitos reconhecidos. É algo muito próximo para mim, porque tenho pessoas da família que enfrentam essas condições", sintetiza a artista brasileira, que desenvolveu seus estudos e boa parte de sua prática teatral na França.
"Quando falo, crio ou produzo peças sobre temas difíceis como esse, o que mais me motiva é explorar como essas pessoas conseguiram resistir e continuar. Quero falar sobre o que foi necessário para elas seguirem em frente, mesmo diante de tantas adversidades", destaca Nascimento.
"Tecnologias de sobrevivência" "Vivemos em um país que enfrentou 400 anos de escravidão. Se estamos aqui hoje, é porque criamos tecnologias de sobrevivência, maneiras de seguir vivendo", avalia Nascimento. "Não foi só pela luta, mas também pela celebração, pela criação de subjetividades e de espaços onde antes não havia nada. Foi essa capacidade de criação que nos manteve vivos", aponta.
"Além disso, ontem, no início do ensaio, falamos sobre como essas histórias nos atravessam e nos emocionam profundamente. Elas nos deixam frágeis, mas também nos impulsionam", sublinha Nascimento. "Trabalhamos com artistas incríveis, com muita técnica, e isso nos permite transformar essa emoção em algo produtivo. Essa emoção se torna adubo, alimentando a nossa técnica e o nosso trabalho", conclui a atriz.
Depois da temporada francesa, a peça "Ressonâncias, revoltas silenciosas" deve desembarcar em 2025 no Brasil, dentro do calendário que comemora os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Espetáculo : "Résonances - Des révoltes silencieuses"
Quando: Nos dias 7 e 8 de dezembro de 2024
Onde: No Plateau 31, 31 rue Henri Kleynhoff, 94250 Gentilly.
***Como promover e proteger a língua portuguesa e as culturas dos nove países que têm o idioma como oficial em um mundo cada vez mais dominado pelo inglês? Esse foi o tema central da 4ª Jornada da Lusofonia, evento internacional organizado pela Universidade Clermont Auvergne, em Clermont-Ferrand, região central da França..
O encontro reuniu acadêmicos, diplomatas e especialistas para discutir o papel da língua portuguesa em um cenário global marcado pela predominância de idiomas hegemônicos, como o inglês, especialmente em áreas como ciência, tecnologia e entretenimento.
A língua portuguesa, com mais de 260 milhões de falantes nativos, é uma das mais faladas no mundo. Mas, como outros idiomas, tem perdido relevância internacional diante da crescente predominância do inglês amplamente utilizado em áreas como tecnologia, ciência, diplomacia e entretenimento em todo o mundo. Para que o português mantenha sua relevância internacional, é necessário expandir seu alcance e atrair interesse de falantes não nativos.
"No último recenseamento, que foi feito pelo instituto Camões, o português é colocado com uma quarta língua mais falada por pessoas nativas do mundo. Então, nós precisamos trabalhar justamente para que essa língua não seja somente uma língua utilizada como ferramenta para nativos, mas atrair também pessoas que não necessariamente têm nacionalidades de países lusófonos que possam aprender e se interessar por esse idioma", destaca Ailton Sobrinho, professor do Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade Clermont Auvergne (UCA).
Universidades francesas e o ensino do português Muitas universidades francesas têm departamentos de língua portuguesa, indicando o interesse pelo idioma na França. Somente na Universidade de Clermont Auvergne são mais 200 alunos, de graduação e pós-graduação. Comércio internacional, turismo e tradução são as principais áreas de atuação visadas. A Inteligência Artificial (IA) representa um grande desafio, principalmente para os tradutores, segundo Ailton Sobrinho.
"Acredito que nós não vamos conseguir substituir o homem por uma máquina, porque ela nunca terá essa sensibilidade de compreender os contextos, de compreender as especificidades de uma língua. Então eu prefiro acreditar que a profissão do tradutor, a figura humana, ela será sempre essencial nesse trabalho, nessa profissão", afirma.
A UNESCO e o papel do Brasil na promoção do português A embaixadora do Brasil na Unesco, Paula Alves de Souza, foi uma das participantes da Jornada da Lusofonia. Ela lembrou que o papel da Unesco, formada por 194 países, é justamente a promoção e a defensa da diversidade cultural e linguística. Foi a Unesco que declarou o dia 5 de maio Dia Mundial da Língua Portuguesa. Paula Alves de Sousa ressalta, no entanto, a importância do governo brasileiro ter uma política nacional de proteção de sua língua e cultura.
"O papel do governo é investir em uma produção cultural de língua portuguesa. Por exemplo, investir recursos na produção audiovisual, no cinema brasileiro e justamente investir em salas de cinema e na reserva de mercado para que as pessoas possam assistir a filmes brasileiros", exemplifica.
Outro campo de exploração, segundo a embaixadora, é na área das ciências e da educação. "É tentar fazer que a língua portuguesa seja a língua da ciência, e que a gente possa escrever e produzir em língua portuguesa e assim ganhar cada vez mais força e espaço no meio científico", defende.
Paula Alves de Sousa acrescentou que, em um mundo cada vez mais globalizado, a preservação do idioma tem que ser um esforço contínuo. "É uma batalha difícil, talvez quase perdida, mas precisamos insistir. O mundo está se tornando cada vez mais anglófono e particularmente norte-americano. E com isso, nós teremos uma única cultura mundial e cada vez menos diversidade cultural. Isso sem dúvida alguma, é um empobrecimento para todos nós", alerta.
Mesmo diante de cortes orçamentários, a embaixadora acredita que é possível direcionar recursos de forma eficiente para a promoção da cultura brasileira. "Hoje é impossível você pensar em cultura se você realmente está tentando ainda alimentar ou dar vacina para as pessoas. Na realidade é pouco dinheiro para muita coisa, para muitos objetivos. Mas é pensar criativamente, para poder ter investimento na cultura", diz Paula, citando o Fundo Setorial do Audiovisual como um exemplo do uso de recursos com criatividade e boa gestão.
***"Entrelinhas de Paris" é o título do livro que a jornalista brasileira Luciana Marques acaba de lançar, em português, pela editora Ases. A obra de minicrônicas é uma mistura de guia de viagem, manual de francês e da cultura francesa, descrição de hábitos parisienses e as impressões de uma brasileira sobre isso tudo..
Luciana Marques morou em Paris durante seis meses para um intercâmbio na Universidade Sorbonne Nouvelle. Na época, começou a anotar no bloco de notas do telefone celular, principalmente durante os trajetos no metrô, suas impressões sobre a cidade e os parisienses. "Depois, eu fui vendo que aquilo realmente tinha um conteúdo que poderia virar um livro futuramente", conta.
Antes de virar livro, a jornalista apresentou as anotações e informações sobre o que viu e ouviu "de curioso, de choque cultural também" como projeto final do curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo e à Sociedade de Informação da Universidade de Brasília. Depois, atualizou e organizou essa visão de "uma brasileira olhando a cidade" no livro "Entrelinhas Paris: microcrônicas desconstruídas e descontraídas da capital francesa", lançado em outubro.
A obra tem sete capítulos, com títulos bilingues francês-português, que podem ser lidos independentemente e fora da ordem. O título é bem bolado, com múltiplos sentidos. "É entrelinhas porque eu escrevi entre uma linha e outra do metrô e também entre uma linha e outra desse livro que é um formato um pouco diferenciado" diz.
Ela explica que as frases que compõe o texto foram escritas "como se fossem tuítes, mas são encadeadas. Então, você lê o livro corrido, mas cada frase é uma minicrônica", detalha afirmando que "Entrelinhas" é uma obra "bem debochada, bem irônica". As ilustrações do livro, assinadas por Jane Carmen Oliveira, reforçam essa ironia.
Paris romântica e franceses mal-humorados Paris seria a capital do romantismo, do luxo, da culinária, e os e as parisienses seriam chiques, mas mal-humorados. Esses são apenas alguns dos clichês associados à capital da França que Luciana Marques tenta desconstruir no livro para mostrar e "entender essa riqueza da cultura, que realmente vai além do que a gente vê no dia a dia".
O texto é repleto de anedotas que confirmam estereótipos, mas revelam outras facetas dos parisienses. Ela lembra que uma vez chegou a uma loja que estava fechando e o vendedor se recusou a atendê-la, porque não podia perder tempo para ir ler um livro na pracinha. "Isso no Brasil seria muito difícil de a gente encontrar, uma pessoa que prefere não vender para aproveitar a vida. A gente aprende muito com esse espírito francês, também de bon vivant, do 'bobô' (burguês-boêmio) parisiense", acredita.
O gênero de "Entrelinhas" é difícil de definir. O livro é uma mistura de manual de língua e de cultura, um guia de viagem e um relato de viagem. "Eu defini como minicrônicas exatamente pelo fato de ter essa linguagem do dia a dia, do cotidiano", indica.