imagem: Prefeitura de Itapevi-SP / reprodução
- Candidatos à doação de sangue que receberam vacinas de vírus inativado ou fragmento proteico sintético, como é o caso da Coronavac, devem aguardar 48 horas para fazer a doação.
- Candidatos que receberam vacinas que utilizam vetores virais recombinantes não replicantes, como AstraZeneca/Butantan, Janssen e Sputnik V, devem aguardar sete dias para fazer a doação de sangue.
- Candidatos à doação que receberam vacinas que utilizam RNA mensageiro ou DNA, como o imunizante da Pfizer, permanecem inaptos à doação de sangue por sete dias após a aplicação da vacina.
Sergio ressalta que o candidato à doação de sangue que não souber informar de maneira segura sobre o tipo de vacina que recebeu - portanto, não sendo possível identificar a tecnologia utilizada no imunizante - permanece inapto a doar pelo período de sete dias após a aplicação.
No caso de vacinas que necessitam de duas doses para garantir total imunidade, o intervalo de inaptidão para doar sangue está relacionado a cada uma das aplicações.
Recomendações
No caso de doador que faz uso de medicações ou possui alguma doença, é importante verificar no site do hemocentro ou comparecer na triagem clínica para conferir se a condição é impedimento temporário ou definitivo para a doação.
A chefe da Seção do Ciclo do Doador da Fundação Hemocentro de Brasília, Anne Ferreira, dá algumas orientações pré e pós doação.
"Antes de realizar a doação de sangue é importante que o doador durma bem na noite anterior e beba bastante água. A doação de sangue não deve ser feita em jejum, então é importante que o doador se alimente evitando alimentos gordurosos, como leite e seus derivados e frituras. Após a doação, o doador recebe o atestado de doação justamente para que possa ficar em repouso, sem fazer atividade física por pelo menos doze horas após a doação."
"Não se deve ingerir bebida alcoólica durante doze horas após a doação. Também se recomenda evitar o cigarro nas duas horas seguintes à doação, da mesma forma deve-se evitar o cigarro duas horas antes. Além disso, é importante beber bastante água para repor todo líquido que foi perdido durante a doação de sangue", acrescenta.
Anne Ferreira destaca que a doação de sangue é um processo seguro. "Todos os materiais são estéreis e descartáveis. Com relação ao coronavírus, reforçamos que todos os hemocentros se adaptaram para poder oferecer um ambiente o mais seguro possível. É importante destacar que essa segurança depende também das ações de cada doador, de usar máscara e utilizar o álcool em gel."
Vidas Salvas
"Uma doação de sangue pode salvar de três a quatro vidas de pessoas com problemas distintos. Os glóbulos vermelhos servem para o paciente que tem anemia; as plaquetas que servem para quem tem problema de coagulação; o plasma fresco congelado que também serve para paciente que tem problema de coagulação. E do plasma, obtemos o crioprecipitado, que também são proteínas da coagulação."
Roberto Carvalho Monteiro, brasiliense de 27 anos, foi uma das vidas salvas por um doador de sangue, quando ainda tinha sete meses de idade e contraiu meningite bacteriana.
"Fui internado e passei uma semana em coma. Como meu quadro não estava melhorando, os médicos resolveram fazer uma transfusão de sangue em mim. Ocorreu tudo bem e depois da transfusão eu comecei a ter uma melhora visível. Hoje em dia eu não tenho quase nenhuma sequela de meningite, mas eu sobrevivi e estou vivo até hoje graças à transfusão de sangue", conta.
Roberto foi salvo por um doador de sangue como a Lorena Magalhães Dutra, analista de marketing, também moradora de Brasília. Doadora assídua, ela conta a experiência de doar um pouco de si pelo próximo.
"Eu sou doadora desde que completei dezoito anos. Como meu sangue é O+, o Hemocentro de Brasília sempre me liga quando completa os três meses [da última doação]. É um procedimento muito tranquilo, não demora. Você chega, faz a triagem e logo em seguida faz a doação. Não dói; comparando com o benefício que está levando para pessoas que precisam de transfusão de sangue, é uma picadinha", relata.
"Todos os tipos sanguíneos são importantes, mas o mais importante é que as doações sejam regulares justamente para poder manter os hemocentros sempre abastecidos e que não falte para ninguém", reforça Anne Ferreira.
Covid-19 e Doação
"Se a pessoa já teve o diagnóstico clínico ou laboratorial de Covid-19, ela será considerada inapta [a doar sangue] por um período de 30 dias após a completa recuperação da doença. Essas recomendações têm como base o princípio da precaução, pois ainda não há comprovação de transmissão do novo coronavírus por transfusão de sangue; e o risco de isso acontecer é considerado mínimo", esclarece o pesquisador da Fiocruz, Sérgio Nishioka.
Fonte: Br 61
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