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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Plataforma de emprego criada pelo SENAI aproxima candidatos e empresas.

Imagem: arquivo/ilustração

Conseguir um novo emprego durante a pandemia do novo coronavírus é algo distante? Não para quem quiser trabalhar na indústria nacional. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) criou o Contrate-me, uma ferramenta para que interessados em trabalhar no setor encontrem a vaga ideal. Por meio de inteligência artificial, o sistema mostra a empregadores currículos que mais se aproximam das vagas ofertadas, prezando não só por competências técnicas, mas também pelas emocionais.

O objetivo é focar especialmente nas habilidades socioemocionais dos candidatos. Segundo o gerente de Educação Profissional do SENAI, Felipe Morgado, qualquer pessoa interessada em trabalhar na indústria brasileira pode experimentar a ferramenta.

"O SENAI sempre busca formar profissionais preparados e de acordo com a necessidade do setor produtivo, mas muitas empresas têm dificuldade de encontrar os melhores profissionais de acordo com essas necessidades. Por isso, criamos a plataforma, para garantir um processo ágil de seleção e a melhor escolha para a indústria", explica. Morgado acrescenta que o número de vagas disponíveis vai depender da demanda da indústria na busca por novos profissionais.

Para concorrer a uma vaga, o candidato deve se cadastrar e montar o perfil na plataforma, inserindo inicialmente dados pessoais. Depois dessa etapa, o interessado fará uma entrevista virtual, com uso de inteligência artificial, podendo falar sobre experiências pessoais, gostos, qualidades e habilidades profissionais. A plataforma, então, verifica a compatibilidade do candidato com as vagas disponíveis, dando "match" com as que mais se encaixam, semelhante ao que ocorre em aplicativos de relacionamento.

"O Contrate-me é uma solução simples, ágil, fácil e barata para que as indústrias brasileiras encontrem os melhores profissionais disponíveis no mercado de trabalho. Inclusive, convidamos as indústrias brasileiras a entrarem na plataforma e selecionarem os profissionais", recomenda Felipe Morgado.



Uma das dicas do gerente de Educação Profissional do SENAI é deixar o currículo com informações claras, especialmente em relação às habilidades, já que tudo ficará acessível às empresas cadastradas. "Preencham as informações com muita atenção, destacando as competências técnicas, a formação e, principalmente, respondendo à entrevista de maneira completa, para que a plataforma identifique todas as competências da pessoa. Caso a pessoa ainda não tenha uma determinada competência, seja técnica ou emocional, o SENAI certamente poderá oferecer um curso para desenvolvê-la", garante. Vale ressaltar que sempre que quiser, o candidato poderá atualizar os dados.

O Contrate-me é uma parceria do SENAI com a plataforma de empregabilidade SPECK, conhecida justamente pelo potencial de mostrar as capacidades socioemocionais dos candidatos. Até agora, mais de 11 mil currículos já foram inseridos no site.

Digitalradiotv esclarece: Todos os links desta postagem leva até a plataforma do "CONTRATE-ME, mas, caso você tenha dúvidas se é um link confiável, copie e cole o endereço a seguir em seu navegador preferido. Observe que uma das premissas para acessar um site seguro e observar se o endereço começa com https, com "S" no final, e, este tem.

https://www.mundosenai.com.br/contrate-me/

Lei Seca completou 12 anos com o desafio de diminuir as mortes ao volante.

Imagem: arquivo/ilustração

Na sexta-feira (19), a Lei Seca completou 12 anos e o Governo Federal irá promover uma série de ações em comemoração ao aniversário da legislação. A lei alterou o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e passou a punir o condutor que dirige com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa.

Em menos de três meses (11/03 a 31/05) e, em meio a uma pandemia que reduziu vertiginosamente o trânsito de veículos, motoristas alcoolizados causaram a morte de 958 pessoas em estradas de todo país, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Isso corresponde a 7% de todos os óbitos no trânsito no período analisado. Em 2019, 5.631 acidentes foram ocasionados por bebidas alcoólicas, sendo 1.412 graves.

Muitos condutores ainda insistem em dirigir e beber, mesmo com as inúmeras campanhas educativas do Poder Público e das punições financeiras e penais que essa prática leva. Para o advogado e professor de Direito Penal, Fernando Parente, a lei representa um marco na legislação, mas por si só não é capaz de impedir que motoristas parem de beber e dirigir. "Francamente, eu não acho que seja a criminalização em se dirigir embriagado, nem a punição administrativa, multa ou suspensão da carteira de motorista que façam com que as pessoas deixem de cometer infrações. E sim, as campanhas de conscientização feita pelos Detrans estaduais, na televisão, em revistas, na rua."

O diretor do Denatran, Frederico Carneiro, defende a atuação da fiscalização de trânsito. "O alto valor da multa e a aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir fazem com que todo condutor pense duas vezes antes de pegar o veículo após ingerir bebida alcoólica."



A Lei Seca prevê multa de R$ 2.934,70 para motoristas que forem flagrados sob efeito do álcool. Em caso de reincidência esse valor é dobrado. Além disso, o condutor tem o direito de dirigir suspenso por 12 meses e também tem o veículo recolhido, caso não apresente outro motorista habilitado para retirar o veículo do local.

No entanto, Fernando Parente alega que em alguns casos os processos administrativos demoram para serem julgados e acabam sendo prescritos. "Existe uma punição imediata que é a multa e existe a suspensão da carteira de motorista e as duas coisas precisam de processos administrativos para serem efetuadas. Uma eventual impunidade pode ser o órgão de trânsito que demora para avaliar, caí em prescrição, o auto de infração é feito de maneira errada", disse o advogado.

Além da punição administrativa, a Lei Seca também prevê como crime o ato de se dirigir alcoolizado ou sob efeito de outra droga psicoativa.  A pena prevista pode variar entre seis meses e três anos. Em dezembro de 2012, também foi sancionada a lei 12.760 que estabelece tolerância zero ao consumo de álcool sob o volante e reforça os instrumentos de fiscalização do cumprimento da Lei Seca, como a inclusão de provas como depoimentos de testemunhas, vídeos e fotografias.
 


Pandemia evidencia problemas de planejamento urbano das cidades brasileiras.

Imagem: arquivo/ilustração

Embora seja a oitava maior economia do planeta, o Brasil padece de sérios problemas de sanitarismo, transporte e habitação. Todos já eram evidentes há décadas e apontavam para um desenvolvimento urbano aquém do que o país necessita. A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, no entanto, escancarou a falta de planejamento nas cidades, evidenciou o despreparo da gestão pública e deu ainda mais luz a desigualdade social. O Brasil 61 conversou com especialistas para fazer um diagnóstico da situação e apontar para possíveis soluções para um país que vai precisar se reinventar após a emergência de saúde pública.

Tomas Alvim coordena o Laboratório ArqFuturo de Cidades, do Insper, que estuda evolução urbana no mundo por meio de várias ferramentas, entre elas dados georreferenciados e métodos analíticos. A ideia é ir além das abordagens tradicionais do urbanismo, que já se encontram ultrapassadas no Brasil, propor inovações e projetos de arquitetura e urbanismo com o objetivo de contribuir para a melhoria do ambiente construído, da gestão e da qualidade de vida nas cidades. O especialista acredita que os nossos centros urbanos crescem mal, com problemas de segregação, poluição e mobilidade. E a pandemia trouxe o fim da invisibilidade de uma realidade que é inaceitável e que agora não pode ser mais ignorada.

"A tal população invisível que a gente não via e, de repente, apareceram mais de 40 milhões de pessoas a mais para pegar os auxílios do Governo Federal, que não estavam em cadastro nenhum, mostra muito o que é essa invisibilidade das cidades. Saíram da invisibilidade uma massa de pessoas morando em condições absolutamente inaceitáveis, sob qualquer ponto de vista", ressalta Alvim.

Segundo o coordenador do laboratório, a realidade de grandes centros urbanos do país se mostrou ainda mais precária durante a pandemia, com indicadores de vulnerabilidade que passam por saúde, saneamento, educação, mobilidade, entre outros. "A primeira coisa que a pandemia nos obriga a fazer é rever essa metáfora de cidade que a gente tem. Agora nós estamos pagando o preço dessa precariedade. Enquanto controlamos a pandemia nas áreas mais desenvolvidas da cidade, estamos vendo a dificuldade de exercer esse mesmo controle em populações com outras condições socioeconômicas que não conseguem fazer o isolamento ou questões relacionadas ao saneamento básico", destaca. "Não podemos ser um país que é a oitava maior economia do mundo e que tem 100 milhões de pessoas sem acesso a saneamento, 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável."

Repetição dos erros

As cidades deveriam promover a equidade, principalmente em relação à inclusão da maior parcela da população. O que acontece no Brasil, no entanto, é um crescimento desordenado dos centros urbanos. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos nove anos observou-se um aumento substancial de Aglomerados Subnormais, ou seja, áreas residenciais cujas as populações apresentam condições socioeconômicas, de saneamento e de moradia precárias, além de uma densidade de edificação elevada, o que se mostrou um problema para o isolamento social e ajudou a disseminar a Covid-19.

Os Aglomerados, popularmente conhecidos como favelas ou comunidades, eram pouco mais de 6.300 em 2010 e estavam presentes em 323 municípios brasileiros. Em 2019 esse número saltou para aproximadamente 13.150, ocupando 734 municípios. Segundo o IBGE, isso totaliza mais de 5,1 milhões de residências, ou quase 8% dos domicílios brasileiros.
"Nossas cidades crescem e crescem mal. E não é um problema só das grandes cidades, pois os pequenos e médios municípios repetem os mesmos problemas. Você desenvolve uma cidade e não atenta para questões de infraestrutura básica como saneamento, água potável, coleta de lixo, e nem para as questões das condições de moradia", alerta Alvim.

O especialista explica que as cidades aprenderam, após a era da industrialização, a combater as epidemias, mas que se esqueceram disso com o tempo e hoje estão perdendo essa batalha. "Hoje elas são produtoras de exclusão sócioespacial. A classe alta está levando a cidade para dentro do condomínio e a classe pobre está indo morar cada vez mais longe do trabalho, em locais sem infraestrutura e, muitas vezes, sem governança. A gente mesmo produziu o pior cenário."

Reversão do quadro

A criação da medicina urbana veio junto com a melhor estruturação das cidades e a percepção de que o saneamento básico deveria existir em todos os lugares. Já nos anos 1800 ingleses e franceses sabiam que isso era primordial para combater as epidemias que à época dizimaram milhares de vidas. Segundo Alvim, o crescimento desenfreado e desorganizado no Brasil regrediu nesse sentido e a pandemia atual mostrou, de forma mais enfática, a necessidade urgente de ações mais bem estruturadas.

"Se você tem um país que é essencialmente urbanizado, você tem de fazer uma agenda que priorize reverter esse quadro com políticas públicas efetivas e transformadoras dessa realidade. Tudo o que a gente produziu num passado recente no Brasil só fez aumentar essa exclusão, essa segregação. A gente tem de produzir cidades em que as pessoas possam estar mais perto do trabalho, dos serviços públicos, dos equipamentos, da qualidade de vida. Já era uma questão latente antes da pandemia e, agora, é ainda mais notória", pontua.

Eleonora Lisboa Mascia, presidente da Federação Nacional dos Arquitetos Urbanistas, aponta que a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus evidenciou ainda mais a desigualdade social e territorial, onde a periferização das grandes cidades é basicamente recortada pela precariedade da unidade habitacional. A especialista explica que a impossibilidade das pessoas de se deslocarem, não só pela questão das distâncias, mas também pela questão do isolamento trouxe novamente à tona uma série de questões que envolvem os grandes centros urbanos.

"Essa questão do ficar em casa. Mas qual casa? Em que condições as pessoas estão morando? Isso pode ser considerado uma moradia digna? As pessoas passam grande parte do tempo ou no trabalho, ou se deslocando para o trabalho e pouco tempo nos espaços, muitas vezes, sem condições sanitárias ou de adequação e de habitabilidade. Isso, na pandemia, ficou bastante escancarado", ressalta Eleonora.

Segundo a especialista, além do diagnóstico feito neste período e de posicionamentos mais forte em torno de questões como a regularização fundiária por parte de várias entidades, algumas iniciativas locais já estão sendo feitas e podem servir de exemplo para a mudança desse quadro. Ela cita a comunidade paulista de Paraisópolis que se organizou para atendimento da população necessitada durante a pandemia, e o Morro da Providência, no Rio de Janeiro, onde um grupo chamado Urbanismo contra o Coronavírus, formado por profissionais de diversas áreas, prestou assistência nesse momento, inclusive nas questões de melhorias mais céleres em relação à melhoria urbanística da comunidade.

"Tivemos uma mobilização forte de diversas organizações comunitárias para que pudesse atender à demanda onde o estado não está presente", conta Eleonora. Hoje estamos em um momento difícil, com desmonte das políticas públicas, principalmente de habitação, saneamento e planejamento urbano e esses movimentos podem servir de exemplo", destaca Eleonora.



Locação social

O foco de produção habitacional deve ser um dos principais instrumentos da política de desenvolvimento urbano no país, segundo Eleonora. Ela acredita que outras soluções, como a locação social, podem resolver o problema, já que há um enorme contingente de imóveis vazios sem cumprir a função social e que poderia ser disponibilizados pelo poder público, como acontece em vários países.

Um levantamento feito pela Fundação João Pinheiro aponta que no Brasil há cerca de oito milhões de domicílios vagos em condições de serem ocupados e em construção. Muitas vezes, um edifício inteiro. O volume tem a capacidade de atender dezenas de milhões de pessoas. A mesma pesquisa, feita entre 2015 e 2018, mostra que o país possui um déficit habitacional de 6,3 milhões de habitações. Paralelo a isso, quase um milhão de domicílios estão em condições precárias, sem sanitários, sem infraestrutura ou mesmo sem cobertura adequadas e mais de 5 milhões estão superlotados e ou alugados por trabalhadores sem condições de arcar com a despesa.

Eleonora cita que o Brasil ainda engatinha neste sentido e menciona o exemplo de um prédio em São Paulo adquirido pela Companhia Metropolitana de Habitação para disponibilizar 50 unidades de moradia a artistas idosos. "O Palacete dos Artistas, em São Paulo. É um prédio na Avenida São João adquirido pela Cohab São Paulo, disponibilizado para idosos que atuaram na área cultural de alguma forma e que hoje não têm onde morar. É cobrado um valor simbólico para o município para manter aquele espaço", conta.

A locação social é um programa instituído pelos governos e geralmente é aplicado por prefeituras locais. A finalidade é utilizar imóveis urbanos desabitados e antigos, que são restaurados e disponibilizados para pessoas de baixa renda. O valor do aluguel também precisa ser bem mais abaixo daquele cobrado na área. Na França, por exemplo, a estratégia é feita para recuperar imóveis na área central e trazer mais equalização à população.



Plano Diretor

O portal Brasil 61 trouxe uma matéria sobre os Planos de Mobilidade Urbana, que devem ser integrados ao Plano Diretor, um planejamento obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes. Segundo os especialistas, esse é um dos maiores problemas de gestão no que tange o desenvolvimento urbano.

Tomas Alvim, do Laboratório de Cidades, explica que o Brasil sabe o que precisa, mas tem muita dificuldade de fazer transformações dos espaços urbanos, investir nas cidades, gerar mais mão de obra e, consequentemente, mais taxas aos municípios. Ele acredita que essa prioridade não é apenas do setor público, que tem sido ineficiente em transformar essa realidade, mas da sociedade como um todo. E após a pandemia, é possível que novos modelos de gestão compartilhada surjam para modificar a realidade das cidades.

"Confesso que sou otimista por esse lado porque essa oportunidade que surgiu é única. Várias cidades no mundo estão aproveitando essas oportunidades para fazer saltos importantes no seu planejamento urbano. Nós chegamos a um ponto insustentável da condição de vida nesses centros urbanos. Não podemos ter a grande massa da nossa sociedade vivendo nesse nível de precariedade", destaca Alvim. "O município tem o Plano Diretor, a lei de zoneamento e o código de uso e obras da cidade. Mas mesmo os municípios que possuem esse arcabouço não estão fazendo transformações substantivas. A pandemia mostrou para a gente que o problema é muito mais grave do que esses instrumentos estão dando conta. Esses instrumentos regulatórios historicamente não resolveram nossos problemas e implementar novas estratégias é mais do que necessário."
 


quarta-feira, 17 de junho de 2020

Empresa paulista desenvolve tecido capaz de eliminar o novo coronavírus por contato.

Em testes de laboratório, material inativou em dois minutos 99,9% da quantidade de SARS-CoV-2; tecnologia desenvolvida por startup apoiada pelo PIPE-FAPESP será usada na produção de máscaras de proteção e roupas hospitalares (imagem: Nanox/divulgação)


Pesquisadores da empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), desenvolveram um tecido com micropartículas de prata na superfície que demonstrou ser capaz de inativar o coronavírus SARS-CoV-2.

Em testes de laboratório, o material foi capaz de eliminar 99,9% da quantidade do vírus após dois minutos de contato.

O desenvolvimento do material teve a colaboração de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), da Universitat Jaume I, da Espanha, e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP.

"Já entramos com o pedido de depósito de patente da tecnologia e temos parcerias com duas tecelagens no Brasil que irão utilizá-la para a fabricação de máscaras de proteção e roupas hospitalares", diz à Agência FAPESP Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox.

O tecido é composto por uma mistura de poliéster e de algodão (polycotton) e contém dois tipos de micropartículas de prata impregnadas na superfície por meio de um processo de imersão, seguido de secagem e fixação, chamado pad-dry-cure.

A Nanox já fornecia para indústrias têxteis e de diversos outros segmentos essas micropartículas, que apresentam atividade antibacteriana e fungicida, e em tecidos evitam a proliferação de fungos e bactérias causadoras de maus odores (leia mais em agencia.fapesp.br/30037/).

Com o surgimento do novo coronavírus e a chegada da pandemia no Brasil, os pesquisadores da empresa tiveram a ideia de avaliar se esses materiais também eram capazes de inativar o SARS-CoV-2, uma vez que já havia sido demonstrado em trabalhos científicos a ação contra alguns tipos de vírus.

Para realizar os ensaios, a empresa se associou a pesquisadores do ICB-USP, que conseguiram logo no início da epidemia no Brasil isolar e cultivar em laboratório o SARS-CoV-2 obtido dos dois primeiros pacientes brasileiros diagnosticados com a doença no Hospital Israelita Albert Einstein (leia mais em agencia.fapesp.br/32692/).

Amostras de tecido com e sem micropartículas de prata incorporadas na superfície foram caracterizadas por pesquisadores da Universitat Jaume I e do CDMF por espectroscopia e colocadas em tubos contendo uma solução com grandes quantidades de SARS-CoV-2, crescidos em células.

As amostras foram mantidas em contato direto com os vírus em intervalos de tempo diferentes, de dois e cinco minutos, para avaliar a atividade antiviral.

Os experimentos foram feitos duas vezes, em dois dias diferentes e por dois grupos diferentes de pesquisadores, de modo que a análise dos resultados fosse feita de forma cega.

Os resultados das análises por quantificação do material genético viral por PCR indicaram que as amostras de tecido com diferentes micropartículas de prata incorporadas na superfície inativaram 99,9% das cópias do novo coronavírus presentes nas células após dois e cinco minutos de contato. "A quantidade de vírus que colocamos nos tubos em contato com o tecido é muito superior à que uma máscara de proteção é exposta e, mesmo assim, o material foi capaz de eliminar o vírus com essa eficácia", diz Lucio Freitas Junior, pesquisador do laboratório de biossegurança de nível 3 (NB3) do ICB-USP.

"É como se uma máscara de proteção feita com o tecido recebesse um balde de partículas contendo o vírus e ficasse encharcada", comparou o pesquisador.

Além de testes para avaliação da atividade antiviral, antimicrobiana e fungicida, o material também passou por ensaios para avaliação do potencial alérgico, fotoirritante e fotossensível, para eliminar o risco de causar problemas dermatológicos.

Aplicação em outros materiais

A empresa pretende avaliar agora a duração do efeito antiviral das micropartículas no tecido. Em testes relacionados à propriedade bactericida, os materiais foram capazes de controlar fungos e bactérias em tecidos mesmo após 30 lavagens, afirma Simões.

"Como o material apresenta essa propriedade bactericida mesmo após 30 lavagens, provavelmente mantém a atividade antiviral por esse mesmo tempo", estima.

De acordo com o pesquisador, as micropartículas podem ser aplicadas em qualquer tecido composto por uma mistura de fibras naturais e sintéticas. Além de tecidos, a empresa está testando agora a capacidade de inativação do novo coronavírus pelas micropartículas de prata incorporadas à superfície de outros materiais, como filmes plásticos e um polímero flexível, semelhante a uma borracha, que utilizou para desenvolver uma máscara de proteção contra o novo coronavírus em parceria com a fabricante de brinquedos Elka (leia mais em agencia.fapesp.br/32982/).

"O tecido foi o primeiro resultado da aplicação das micropartículas de prata para inativar o novo coronavírus. Mas, em breve, devemos ter vários outros", afirma Simões.


Fonte: Elton Alisson | Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Nova música de Emicida integra campanha de combate ao trabalho infantil no Brasil.


Foto: Reprodução.


O cantor e rapper Emicida lançou nesta semana uma música para alertar para a exploração do trabalho infantil no Brasil e para a possibilidade de esse crime aumentar diante dos impactos da pandemia de COVID-19.

"Sementes" tem a participação da cantora Drik Barbosa e faz parte de campanha nacional contra o trabalho infantil realizada por Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com Justiça do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).

"A gente vive um momento em que é necessário falar sobre a problemática da COVID-19 nas periferias. Isso é urgente. A persistente falta de atenção dada ao trabalho infantil, algo que vem bem antes dessa pandemia surgir, se agrava ainda mais neste período, que deveria ser de paralisação e isolamento, mas resulta no inverso: mais crianças sendo empurradas para uma situação de trabalho desumano", diz Emicida.

Na música, o artista compara as crianças com sementes em desenvolvimento e lembra que ambas não devem sofrer pressão no seu processo de florescimento. Ele canta: "é muito triste, muito cedo, é muito covarde cortar infâncias pela metade. Pra ser um adulto sem tumulto, não existe atalho. Em resumo, crianças não têm trabalho".

Em outro trecho, Drik Barbosa diz que o trabalho infantil tem cor e endereço. De fato, o número de crianças e adolescentes negros vítimas de exploração pelo trabalho infantil é maior do que o de não de negros (1,4 milhão e 1,1 milhão, respectivamente).

A artista também canta sobre uma menina que, aos 8 anos, limpa casa de família em troca de comida. Nesse caso, ela aponta para a triste realidade de que, quando se trata de trabalho infantil doméstico, as meninas são a maioria (94,2%).

ASSISTA AQUI


Campanha nacional

Com o slogan "COVID-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil", a campanha nacional está alinhada à iniciativa global proposta pela OIT.

O objetivo é conscientizar a sociedade e o Estado sobre a necessidade de maior proteção dessa parcela da população, com o aprimoramento de medidas de prevenção e combate ao trabalho infantil, em especial diante da vulnerabilidade socioeconômica resultante da crise provocada pelo novo coronavírus.

Para marcar o Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil, 12 de junho, haverá um webinário nacional (seminário virtual), transmitido pelo canal do Tribunal Superior do Trabalho no Youtube.

O evento conta com o apoio do Canal Futura e vai debater questões como o racismo no Brasil, os aspectos históricos, os mitos, o trabalho infantil no contexto da COVID-19 e os desafios da temática pós-pandemia.

Além disso, nas redes sociais, serão exibidos 12 vídeos com histórias de adultos que trabalharam na infância e hoje percebem os impactos negativos desta experiência. A série, intitulada "12 motivos para a eliminação do trabalho infantil" será divulgada a partir do dia 15 de junho.


OIT - Organização Internacional do Trabalho
Denise Marinho

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Um respiro civilizacional para George Floyd.



O assassinato de George Floyd não é um acidente de percurso de um policial americano em "desvio de função", senão quase toda uma tragédia civilizacional para os países ocidentais, que fizeram dos direitos humanos e da democracia o core da ordem liberal política moderna.

Para a sociedade americana, e digo para a sociedade e não para seus governantes, que na atual conjuntura parecem tão afastados daquele core, é como acordar do sonho americano, não aquele do american way of life, mas aquele baseado no direito à vida, à proteção das liberdades civis, à dignidade das pessoas e à justiça. Olhando algumas redes de TV dos Estados Unidos nas últimas semanas centenas de pessoas da sociedade americana têm dado testemunhos em que as palavras que mais se escutam são essas, especialmente, a palavra "justiça".

Talvez a maior perplexidade da sociedade americana, e até seu maior horror, seja o de perceber que as constatações que Tocqueville fazia na Democracia na América quase 150 anos atrás sobre as desigualdades dos negros americanos ainda se mantêm vigentes. "Nos Estados Unidos", dizia Tocqueville, "o preconceito dos brancos contra os negros parece tomar-se mais forte à medida que se destrói a escravidão […] deram-se ao negro direitos eleitorais; mas se ele se apresenta para votar corre risco de vida. Oprimido, pode se queixar, mas só encontra brancos entre seus juízes. A lei, no entanto, abre-lhe o banco dos jurados, mas o preconceito afasta-o dele. Seu filho é excluído da escola em que vai se instruir o descendente dos europeus. […] Não lhe fecham as portas do céu, porém a desigualdade mal se detém à beira do outro mundo"[1].

Mas é claro que essas palavras de Tocqueville não cristalizaram no tempo. Mudanças nas práticas sociais de alteridade e nas mentalidades aconteceram na sociedade americana. Por isso, ante o assassinato de Floyd, a sociedade americana não é indiferente ao legado e conquistas de direitos humanos e da democracia. Se a morte de Floyd é social e culturalmente dolorosa porque desenterra velhas feridas raciais da sociedade americana, de outro lado, gera uma imensa revolta social em terras daquele país.

A sociedade entende bem que o assassinato de Floyd é uma tragédia civilizatória, que pode estar se repetindo com mais frequência do que se imagina, e que, de alguma maneira, a retorna aos tempos de desigualdade em que Tocqueville fez essas reflexões. O ódio e a injustiça racial que se creditava enterrados, convicção essa abalada pela morte trágica de Floyd, têm tido uma resposta social, seja no protesto pacífico ou no violento que se têm espalhado por quase todo o pais. Não é ainda suficiente para compensar a dor privada da família de Floyd nem a dor pública da comunidade à qual ele pertence, mas é suficiente e sintomática da mudança humanista operada na mentalidade da sociedade civil americana.

Mas esta crise civilizacional que irrompe em solo americano com a morte de Floyd revela o pior dos sintomas das relações entre Estado e o indivíduo americano. Como sabemos, Estado e indivíduo (no caso, americano) sofrem de mútua desconfiança histórica, mas o Estado dos tempos de Franklin D. Roosevelt e seu new deal mostrou-se solidário ao indivíduo com a extensão dos direitos sociais a trabalhadores, algo assim como a fundação de um contrato social entre Estado e sociedade; e os governos democratas da década de 60 consolidaram esse contrato com um pacto racial que fez dos negros americanos detentores de direitos civis, naturalmente após imensas lutas. Aqueles dois contratos pacificaram muito as desconfianças entre Estado e indivíduo.

No entanto, o que essa crise civilizatória revela é o retorno a um padrão, que também se creditava superado, da alienação e afastamento ético e político entre Estado e sociedade americana.

O principal representante do establishment político americano na atualidade, Donald Trump, não oferece como compensação votos de solidariedade ao povo negro americano nem um pedido de desculpas pela morte de Floyd nas mãos de um agente do Estado. Em vez de solidariedade, Trump oferece o trágico som das baionetas e dos tanques nas ruas tomadas por uma sociedade multirracial revoltada que clama por justiça para Floyd e sua comunidade de cor.

Quando ativistas e gente comum gritam, nas ruas de Los Angeles, Nova York, Filadélfia e outras cidades, as palavras "a breather for Floyd " ("um respiro por Floyd"), tal grito encorpa a ruptura do contrato social e racial americano, afundando o fosso entre a elite estatal politicamente surda e eticamente insensível perante uma sociedade estridente nas suas demandas de justiça não atendidas.

 

[1] Alexis de Tocqueville, A democracia na América, São Paulo, Martins Fontes, 2005, pp. 394 e 398.


Fonte: Por Rafael Duarte Villa, professor associado da FFLCH/USP e do Instituto de Relações Internacionais da USP e coordenador do Núcleo de Política Internacional (NUPRI/USP)

No mundo todo, 153 fármacos são testados em pacientes com COVID-19.


 foto: Arek Socha/Pixabay

Levantamento feito nas principais bases de dados sobre ensaios clínicos do mundo revela que 153 fármacos estão sendo testados em 1.765 estudos com pacientes que contraíram COVID-19. O número revela a dimensão do esforço científico global em curso para combater a doença, que conta ainda com outras frentes, como a compreensão dos mecanismos moleculares da infecção, o desenvolvimento de vacinas e a geração de dados epidemiológicos sobre a pandemia, por exemplo.

Pesquisas relacionadas à busca de medicamentos e vacinas contra o novo coronavírus serão o tema do seminário on-line "Vetores saudáveis: Desenvolvimento de Medicamentos e Vacinas para a COVID-19 e os Desafios em Saúde no Brasil", que será realizado nesta quarta-feira (10/06) pela Universidade de São Paulo (USP) e a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp).

O evento terá como expositores o médico Drauzio Varella; o pesquisador Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e diretor executivo da Aciesp; e Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e pesquisador do Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).

"Uma análise cuidadosa dos 1.765 estudos em andamento revelou algumas surpresas e curiosidades. Entre as 153 substâncias químicas registradas nos testes clínicos há antivirais, antiparasitários e medicamentos desenvolvidos para diferentes condições", diz Andricopulo, responsável pelo levantamento.

Foram analisados dados das quatro principais bases on-line de estudos clínicos do mundo: Clinical Trials, mantida pelos National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos (1.001 registros); EU Clinical Trials Register, da União Europeia (51 registros); ISRCTN, que segue diretrizes da Plataforma Internacional de Registro de Ensaios Clínicos (ICTRP), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas ICMJE (39 registros), e Chinese Clinical Trial Registry, da China (674 registros). Estudos brasileiros e de outros continentes são registrados em algumas dessas bases.

Andricopulo é pesquisador e coordenador de transferência de tecnologia do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um CEPID apoiado pela FAPESP no IFSC-USP. O centro busca atualmente potenciais antivirais para o tratamento de COVID-19 entre compostos sintéticos e produtos naturais da biodiversidade brasileira, além de realizar estudos voltados ao reposicionamento de fármacos já existentes (leia mais em: agencia.fapesp.br/33270/) .

Diversidade de medicamentos

Pela metodologia conhecida como reposicionamento de fármacos, são testadas moléculas já aprovadas para outras doenças ou que estão em fase avançada de testes clínicos. Por isso, entre as 153 moléculas que estão sendo avaliadas para a COVID-19, há uma grande diversidade de classes terapêuticas. Os antivirais aparecem na liderança, com 26 candidatos. Outros 18 são medicamentos anticâncer, 14 imunossupressores, 13 anti-hipertensivos, 12 antiparasitários e 12 anti-inflamatórios.

Entre os outros 58 candidatos estão antibióticos diversos, antiulcerosos, anticoagulantes, antidepressivos, antipsicóticos, vasodilatadores, antidiabéticos, corticosteroides e redutores de colesterol.

Um dos mais promissores, até agora, é o antiviral remdesivir, desenvolvido originalmente para combater o vírus ebola. O medicamento, no entanto, tem a desvantagem de só poder ser administrado na forma injetável. Por isso, duas outras moléculas têm se destacado como alternativas superiores a ele.

A EIDD-2801 ataca a mesma enzima viral que o remdesivir, mas pode ser administrada por via oral, em comprimidos. Além disso, os testes realizados até agora mostram que ela pode ser mais eficaz contra as formas mutantes do vírus, evitando a criação de resistência ao medicamento. Outra molécula semelhante e mais simples, a EIDD-1931, atrapalha o processo de transcrição do material genético do vírus, levando à interrupção da replicação.

O pesquisador ressalta, porém, que não há vacina nem medicamento específico aprovado para a COVID-19 e que, por isso, o levantamento acende um sinal de alerta. "Ainda estamos distantes de alcançar um tratamento com 100% de eficácia e é pouco provável que isso ocorra no curto prazo. E a pouca eficácia dos medicamentos em investigação clínica sugere que o tratamento da COVID-19 deva ser feito com uma combinação de fármacos, de acordo com a avaliação do quadro e das condições de cada paciente", diz.

O webinar terá abertura de Sylvio Canuto, pró-reitor de pesquisa da USP; Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) e presidente da Aciesp e Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. A mediação do debate será do jornalista Herton Escobar.

O evento poderá ser acompanhado pelo site do IEA: www.iea.usp.br/aovivo.


Fonte: André Julião | Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

No Brasil, Dia Mundial do Meio Ambiente terá bate-papo com Lenine e curador do Museu do Amanhã

O cantor e ativista ambiental Lenine. Foto: Wikimedia Commons/Andréa Farias Farias

Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente, data que simboliza a oportunidade de repensarmos a nossa relação com a natureza. Com este objetivo, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) se uniu ao Museu do Amanhã para promover encontros virtuais repletos de ideias, trocas e inspirações.

Às 17h, o cantor e ativista ambiental Lenine tocará os clássicos de sua carreira no canal do Youtube do Museu do Amanhã e do PNUMA. Ele irá intercalar músicas e conversas com o curador do Museu do Amanhã, Luiz Alberto Oliveira, abordando questões como a importância da arte e da ciência em tempos de pandemia, e a possível relação, para ele, da criação musical com a criação de orquídeas.

Botânico autodidata, colecionador de orquídeas (ou "orquidoido", como prefere) e apoiador engajado de grupos socioambientais, Lenine conta que transformou a música em uma ferramenta de conscientização para causas que defende.

"O meu fazer música sempre esteve atrelado ao desejo de ser repórter do meu tempo. As questões que me comovem e que me incomodam sempre foram a matéria do que componho e canto. O meio ambiente sempre esteve presente nas minhas atenções."

Para aquecer as reflexões do Dia Mundial do Meio Ambiente, PNUMA e Museu do Amanhã reuniram na quinta-feira (4) Rosiska Darcy, Sebastião Salgado e Fábio Scarano em uma conversa sobre meio ambiente, ser humano e os futuros possíveis que desejamos construir.

Durante o bate-papo "Hora da Natureza: reflexões sobre o amanhã", o fotógrafo iniciou com uma fala contundente sobre a relação da humanidade com a natureza e pediu um "retorno espiritual ao planeta".

"A história da humanidade é uma história de predação. Urbanizamos quase todas as cidades, mas chegamos no ponto máximo, um ponto de quase não retorno. Nos transformamos em 'aliens' em nosso planeta, e hoje um vírus, um micro-organismo, se transformou numa potência colossal. Precisamos agora fazer um esforço muito grande para retornar ao planeta, porque ele não é mais capaz de aguentar nosso alto nível de consumo", conclamou Salgado.

Rosiska Darcy lembrou que a noção de sustentabilidade e de que os recursos da natureza não são renováveis "jamais entraram no espírito das pessoas" e no nosso estilo de vida. Ela apontou como um dos sintomas dessa afirmação a relação que criamos com o nosso tempo.

"O tempo é recurso não renovável e que nem homem mais rico do mundo não compra, porque a morte não vende. Tratamos o tempo como se fosse possível viver em múltiplas vidas, que não cabem nas 24 horas do dia, que extrapolam o amanhã e que são, por essa impossibilidade, fonte terrível de estresse e depressão. Ora, insistimos em viver vidas insustentáveis. Com a pandemia, a máquina do mundo parou, o vírus pôs a humanidade em carne viva e a flecha do tempo se inverteu."

Os dois apontaram que a alternativa para a humanidade é agir para preservar a natureza, restabelecendo o diálogo entre as pessoas, o cuidado com as espécies e com as comunidades.

Professor de Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fábio Scarano ressaltou a importância da combinação entre a regeneração da natureza com a própria regeneração da humanidade, o que a crise do coronavírus vem para corroborar.

"A crise da biodiversidade provocada pelas mudanças climáticas veio ao encontro de uma crise humanitária e sanitária que impõe para todos o surgimento de um novo normal, no qual precisamos nos reconectar com a natureza."

Em um contexto de pandemia global, que reafirmou a interdependência entre saúde humana e saúde do planeta, e tendo quase 1 milhão de espécies ameaçadas de extinção, é hora de refletir sobre o que nos trouxe até aqui e de agir pela natureza, defende a representante do PNUMA, Denise Hamú.

"Estamos vivendo uma crise sem precedentes, em todas as dimensões. Temos que fazer diferente como indivíduos e realizar muito mais como sociedades. Fenômenos recentes têm nos alertado para a profunda interdependência de todos os seres na teia da vida."

"Nós, humanos, sofremos cada vez mais diretamente as consequências da destruição de habitats, que ultrapassam fronteiras físicas e políticas, por exemplo. A natureza está nos mandando uma mensagem. Por isso, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o PNUMA convida cada pessoa a reiniciar sua relação com a natureza e refletir sobre como podemos, como indivíduos e como sociedade, reconstruir um mundo diferente no pós-pandemia."

Para Ricardo Piquet, diretor-presidente do IDG, instituto que faz a gestão do Museu do Amanhã, a maneira como a humanidade tem avançado sobre os recursos naturais é uma das causas para a emergência dessa nova pandemia.

"Essa crise nos trouxe muitos desafios e um deles é reforçar a importância de agirmos para evitar as consequências das mudanças climáticas no planeta. Portanto, devemos refletir sobre como estamos lidamos com o meio ambiente e aproveitar a oportunidade para transformarmos a nossa forma de viver, de consumir e passar a respeitar os limites da natureza", defende Piquet.

O Dia Mundial do Meio Ambiente é a principal data das Nações Unidas para impulsionar a sensibilização e encorajar ações em todo o planeta em prol da proteção ambiental, incentivando governos, empresas, organizações e indivíduos a concentrarem seus esforços em uma questão ambiental premente.

Em 2020, o tema é biodiversidade e a Colômbia, em parceria com a Alemanha, é o país anfitrião. Devido à pandemia de COVID-19, toda a programação será realizada virtualmente. Para saber mais, acesso o site do Dia Mundial do Meio Ambiente 2020 aqui.
Serviço

O quê: Papo Musical Lenine
Onde: Canal do Youtube do Museu do Amanhã e do PNUMA
Quando: 5 de junho
Hora: 17h (horário de Brasília)
PNUMA

Roberta Zandonai
(61) 3038-9231
roberta.zandonai@un.org

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
unenvironment.org/pt-br/regions/america-latina-e-caribe-brasil

Hoje tem... Sarau Urutu !


DO LADO LESTE DE SÃO PAULO, especificamente na Rua Urutu, existem histórias não contadas, memórias esquecidas prestes a serem apagadas.

Rostos que ali habitam e que nos lembram muitos outros espalhados por aí.

O documentário URUTU tem o intuito de registrar e disseminar a identidade desta rua que resiste mais de 30 anos.

A narrativa será contada por quem vive, registrando em imagens, corpos, e sons, a delicadeza e garra dos personagens como Dona Severina, primeira ocupante da rua, e Carina, cuidadora e moradora do único terreiro da região.

Essa colcha de histórias será costurada pelo Núcleo Ximbra, grupo que ocupa artisticamente a rua e o terreiro, contando as histórias destas memórias marginais que habitam na dança criada pelo Núcleo e nas casas que ali se ergueram, além das relações que o grupo criou ao longo desses dois anos de residência artística e afetiva.



Documentário URUTU, 2018.

Duração: 55min.

Teaser| https://youtu.be/zLB9rLmhz08

Exibição| https://youtu.be/y6jeEUi7X6g

 #memoriasmarginais

Unifesp vai comandar testes brasileiros de vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford.


Imagem: divulgação/arquivo

Na última quarta-feira (3) foi noticiado que o Brasil vai participar dos testes para a vacina que a Universidade de Oxford está desenvolvendo para o novo coronavírus. Serão dois mil voluntários, metade em São Paulo e metade no Rio de Janeiro, e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) será responsável por coordenar o ensaio clínico.

Segundo a própria Unifesp, o sistema de recrutamento de voluntários deverá ser aberto em poucos dias. Os voluntários serão profissionais da área da saúde ou trabalhadores de atividades de alta exposição ao vírus, como equipes de limpeza dos hospitais e motoristas de ambulância. Além disso, os escolhidos não podem ter sido diagnosticados com a Covid-19 previamente.

O ensaio que vai ser feito no Brasil é o teste da fase três, no qual é avaliada a eficácia da possível vacina britânica. Aprovado na última terça-feira (2), o estudo deve começar o mais rápido possível segundo Lily Yin Weckx, coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp. "Esse é um processo que deve ser muito rápido, e a gente pretende começar ainda neste mês, só não tenho data precisa", explicou Lily.

O principal motivo para o Brasil ter sido escolhido para fazer parte dos testes é o fato de a curva epistemológica da doença ainda estar crescente no país, que já possui mais de 587 mil casos e 32.602 óbitos confirmados.

Fonte: ODigital / O Globo