O relatório recomenda que o apoio a pequenas unidades econômicas seja uma parte central das estratégias de desenvolvimento econômico e social. Ele destaca a importância de criar um ambiente propício para esse tipo de empresa, garantindo que elas tenham uma representação eficaz e que os modelos de diálogo social também funcionem para elas.
Outras recomendações incluem: entender como a produtividade da empresa é moldada por um "ecossistema" mais amplo; facilitar o acesso às finanças e aos mercados; promover o empreendedorismo das mulheres; e incentivar a transição para a economia formal e a sustentabilidade ambiental.
As micro e pequenas empresas (MPEs) são os principais geradores de emprego na América Latina. Foto: PNUD/Kenia Ribeiro
As microempresas são definidas como tendo até nove funcionários, enquanto as pequenas empresas têm até 49 funcionários. Foto: PNUD/Kenia Ribeiro
O autoemprego e as micro e pequenas empresas desempenham um papel muito mais importante na geração de empregos do que se pensava, de acordo com novas estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgadas nesta quinta-feira (10).
Dados coletados em 99 países revelam que, juntas, as chamadas "pequenas unidades econômicas" representam 70% do emprego total, sendo, portanto, as que mais geram emprego. A informação consta no novo relatório da OIT intitulado em inglês "Small matters: Global evidence on the contribution to employment by the self-employed, micro-enterprises and SMEs".
Essas conclusões têm repercussões "altamente importantes" para as políticas e os programas voltados para criação de emprego, qualidade do emprego, novas empresas (start-ups), produtividade das empresas e formalização do emprego que, segundo o relatório, precisam se concentrar mais nessas pequenas unidades econômicas.
O estudo também constatou que uma média de 62% dos empregos nesses 99 países está no setor informal, onde as condições de trabalho, em geral, tendem a ser inferiores (falta de seguridade social, salários mais baixos, falta de segurança e saúde ocupacional e relações trabalhistas mais fracas). O nível de informalidade varia muito, de mais de 90% no Benin, na Costa do Marfim e em Madagascar até menos de 5% em Áustria, Bélgica, Brunei e Suíça.
O relatório destaca ainda que, nos países de alta renda, 58% do total de empregos correspondem a pequenas unidades econômicas, enquanto nos países de baixa renda e de média renda a proporção é consideravelmente maior. Nos países com os níveis mais baixos de renda, a proporção de empregos em pequenas unidades econômicas é de quase 100%, de acordo o relatório.
As estimativas baseiam-se em pesquisas nacionais sobre domicílios e população ativa reunidas em todas as regiões, exceto na América do Norte, em vez de usar a fonte mais tradicional de pesquisas que tendem a ter escopo mais limitado.
"Até onde sabemos, esta é a primeira vez que a contribuição para o emprego das chamadas pequenas unidades econômicas de emprego é estimada, em termos comparativos, para um grupo tão grande de países, em particular, países de baixa renda e média renda", disse Dragan Radic, chefe da Unidade de Pequenas e Médias Empresas (PME) da OIT.
O relatório recomenda que o apoio a pequenas unidades econômicas seja uma parte central das estratégias de desenvolvimento econômico e social. Ele destaca a importância de criar um ambiente propício para esse tipo de empresa, garantindo que elas tenham uma representação eficaz e que os modelos de diálogo social também funcionem para elas.
Outras recomendações incluem: entender como a produtividade da empresa é moldada por um "ecossistema" mais amplo; facilitar o acesso às finanças e aos mercados; promover o empreendedorismo das mulheres; e incentivar a transição para a economia formal e a sustentabilidade ambiental.
As microempresas são definidas como tendo até nove funcionários, enquanto as pequenas empresas têm até 49 funcionários.
OIT - Organização Internacional do Trabalho
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