Lembro-me claramente de uma cena que se repetiu várias vezes em minha infância. Meu avô me pegando no colo, levando-me para perto da temida máquina de escrever e me ensinando, de maneira calma e suave, a "desenhar" pequenos soldadinhos na folha de papel através de sinais gráficos, letras e números da antiga máquina. Senti uma alegria imensa quando fui capaz de criar um daqueles soldadinhos. Tenho até hoje a folha na qual arregimentei um gigantesco exército, deixando meu avô orgulhoso.

A artista plástica britânica Keira Rathbone usa o preceito dos soldadinhos, mas de um modo extremamente mais evoluído. Keira cria verdadeiras obras de arte nas folhas de papel, usando a máquina de escrever como um pincel. A artista retrata desde paisagens até personalidades. Segundo ela, esta forma de arte nasceu ao comprar uma máquina de escrever, mas como não tinha nada para escrever, acabou criando desenhos.

Além disso, em entrevista à BBC, a jovem afirmou que algumas figuras são fáceis e rápidas de serem feitas. "As pequenas figuras ficam prontas em poucos segundos. Já algo grande, como a ponte de Hammersmith, é demorado. Tenho que ir lá, durante dez dias, e ficar observando a paisagem por duas, três horas".

Enfim, essa é uma nova maneira de representação artística fascinante. Um suspiro das boas memórias, e até da máquina de escrever, em meio a uma sociedade frenética pelo hoje e agora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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