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sexta-feira, 2 de junho de 2017

Pesquisadores capturam imagens de raios atingindo prédios em São Paulo


Registros serão utilizados para confirmar modelos e teorias que determinam a zona de proteção dos para-raios (foto: quadro do vídeo de alta velocidade mostra a ação de para-raios em resposta à aproximação de um raio/American Geophysical Union)


Pesquisadores registraram imagens de raios atingindo para-raios de prédios comuns com uma câmera de alta velocidade. As imagens e a pesquisa relacionada foram publicadas em um artigo da Geophysical Research Letterse também divulgadas na seção de vídeos do Facebook da American Geophysical Union, responsável pela publicação da pesquisa.

A pesquisa, que teve apoio da FAPESP, foi conduzida por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ambos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, da empresa Análises, Pareceres e Treinamento (APTEMC) e da Universidade de Witwatersrand, da África do Sul.

Marcelo Saba, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Inpe e coordenador do projeto, explicou à Assessoria de Comunicação do Inpe que o estudo teve como objetivo compreender melhor como os para-raios funcionam. O estudo adotou como referência prédios residenciais de altura média na cidade de São Paulo.

Capturar cenas do momento em que o relâmpago atinge construções e prédios, em alta resolução, é muito difícil, comentou Saba. Os resultados só foram possíveis devido à proximidade das câmeras com os prédios e à alta velocidade da câmera (20 mil imagens por segundo). Segundo o pesquisador, esses registros serão úteis para confirmar modelos e teorias que determinam a zona de proteção dos para-raios.

As cenas capturadas mostram descargas se aproximando dos prédios. Quando isso acontece, os para-raios lançam descargas ascendentes que se conectam naquelas que descem das nuvens. A conexão das duas descargas forma o canal do raio, momento de maior luminosidade e corrente elétrica. As imagens dos relâmpagos também podem ser conferidas abaixo.



Agência FAPESP

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Falta de acordo na CCJ impede análise de PEC das eleições diretas


Foto: arquivo

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), propôs a data e uma sessão única para análise do texto. Em troca, seria retirada a obstrução que impede os trabalhos da comissão há três semanas.



A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania não conseguiu fechar um acordo para analisar, na próxima quarta-feira (7), a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC227/16), que prevê eleição direta no caso de vacância da Presidência e da Vice-Presidência da República até seis meses do término do mandato.

Na reunião desta quarta-feira os deputados trataram apenas de tentar um acordo, e novamente não houve votações.

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), propôs a data e uma sessão única para análise do texto, o que teve o consentimento da oposição. Em troca, seria retirada a obstrução que impede os trabalhos da comissão há três semanas.

"Nós tentamos o acordo de todas as formas, não foi possível então nós estabeleceremos uma data a critério da presidência. Obviamente abertos a sugestões de deputados da oposição e da base, eventualmente até num acordo que seja celebrado, mas caso não haja nós vamos exercer essa prerrogativa da presidência de escolher uma data para pautar essa PEC."

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), é urgente o debate da PEC porque o atual governo pode ser deposto, e uma eleição precisa ser organizada. A oposição, que tem o apoio de alguns deputados da base, quer votar a PEC.

"Nós aceitamos a proposta do presidente, de votar como item único, até porque nós apresentamos um requerimento com um terço de assinaturas da comissão para que seja instalada uma sessão extraordinária, e o presidente precisa agendar. Quem inviabiliza agora isso, pressionando o presidente para não marcar é o governo, que não quer que a pauta das eleições diretas venha para a comissão"

Mas os deputados que apoiam o governo deixaram claro que não participariam do acordo. Para o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), vice-líder do governo, a proposta é apenas oportunista.

"É claro que não, isso é oportunismo que se chama, isso é demagógico, nós queremos que cumpra a Constituição, o Congresso elegerá uma pessoa de dentro ou de fora dele, isso é o que está na Constituição. Nós não estamos pedindo nada mais que isso. Agora, diríamos, uma eleição direta no nosso país ajudaria em quê? Se nós temos uma economia que tem um projeto em andamento que está dando certo, nós precisamos buscar os empregos de volta, vamos eleger uma pessoa por um ano e oito meses, um ano e quatro, um ano e três meses? Vamos colocar o país num debate oportunista profundo? Isso é só para irresponsável."

Nesta quarta-feira (31), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou outra proposta de emenda à Constituição para eleições diretas em caso de vacância na Presidência da República. A diferença é que este texto do Senado prevê eleições diretas até um ano antes do término do mandato, e na proposta da Câmara são seis meses.

Reportagem - Marcello Larcher

Grupo da USP desenvolve nova metodologia para diagnóstico de Zika


Anticorpo capaz de se ligar de forma muito específica ao vírus é identificado. Pesquisa foi apresentada na Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia (foto: Cynthia Goldsmith / CDC)


Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, identificaram no sangue de pacientes um anticorpo capaz de se ligar de forma muito específica ao vírus Zika, o que possibilitou o desenvolvimento de um teste para fazer o diagnóstico sorológico da doença.

Os ensaios feitos para validar a nova metodologia serão publicados em breve na revista PLoS Neglected Tropical Diseases. Dados preliminares foram apresentados por Esper Kallás, professor da FMUSP, na Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia. Apoiado pela FAPESP, o evento vai até 9 de junho em São José do Rio Preto.

"Os anticorpos habitualmente identificados em pacientes com Zika apresentavam reação cruzada com o vírus da dengue. Os testes sorológicos disponíveis até o momento, portanto, podem passar por problemas para discriminar quem efetivamente já foi infectado pelo Zika no passado", disse Kallás à Agência FAPESP.

A estratégia usada pelo grupo da USP e colaboradores foi analisar uma célula do sangue conhecida como plasmablasto em pacientes com diagnóstico confirmado de Zika por testes moleculares (capazes de detectar a infecção apenas em sua fase aguda, logo após a circulação do RNA viral no organismo).

"Fizemos o sequenciamento de cada uma dessas células sanguíneas para identificar as moléculas de imunoglobulinas que elas estavam produzindo. Um dos anticorpos encontrados, que chamamos de P1F12, só foi capaz de se ligar ao vírus Zika, sem reação cruzada com o causador da dengue", contou.

Caso o teste sorológico se mostre realmente eficaz para discriminar pessoas previamente infectadas pelo vírus Zika, terá diversas utilidades. Poderá, por exemplo, auxiliar na avaliação dos riscos de mulheres grávidas que necessitem viajar para uma região onde estejam ocorrendo casos da doença. "Se ela souber com certeza que teve Zika no passado, poderá viajar com certa tranquilidade. Caso contrário, deverá tomar mais cuidados", disse Kallás.

Permite ainda que autoridades de saúde pública consigam estimar a porcentagem de pessoas suscetíveis (nunca antes infectadas) ao vírus em uma determinada população, o que pode ajudar a prever a ocorrência de novos surtos e a organizar os serviços de assistência.

A metodologia poderá contribuir com futuros estudos voltados ao desenvolvimento e validação de vacinas contra a dengue e contra o Zika. "Para fazer esse tipo de pesquisa é importante saber se o participante já teve uma ou outra doença, ou as duas anteriormente, pois isso pode influenciar o resultado. Um teste sorológico capaz de discriminar bem os casos ajudaria a economizar muitos recursos", disse Kallás.

Segundo o pesquisador, o anticorpo P1F12 não se mostrou altamente eficiente para neutralizar o vírus Zika. Entretanto, em sua apresentação, ele mencionou estudos que estão sendo desenvolvidos por outros grupos com o objetivo de encontrar anticorpos que possam ser usados no tratamento e na prevenção da infecção.

"Seria interessante, por exemplo, para uma gestante que descobre o vírus no início da gestação. A administração de anticorpos neutralizantes poderia impedir que o Zika seja transmitido para o bebê", comentou.

Desafios da Rede Zika

No primeiro dia da Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia, Paolo Zanotto, professor no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, apontou como um dos principais desafios das pesquisas relacionadas ao vírus Zika o desenvolvimento de um teste sorológico realmente eficaz.

Zanotto coordena a Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo (Rede Zika), apoiada pela FAPESP. "Quando a rede começou, quatro temas prioritários haviam sido estabelecidos no âmbito internacional: diagnóstico, vacina, entender a relação do vírus com microcefalia e montar coortes de pacientes [grupos para serem acompanhados no longo prazo] para acompanhar as gestantes infectadas e observar os efeitos nos bebês", comentou.

"Já conseguimos mostrar que o vírus é capaz de causar alterações congênitas em animais. Depois, esses mesmos modelos foram usados na prova de conceito de candidatos promissores a vacinas. Mostramos que essas potenciais vacinas imunizam roedores e macacos e temos evidências de que podem funcionar em humanos. Também já existem coortes de pacientes estabelecidas em São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Campinas, Jundiaí e vários outros lugares do Brasil. O que ainda precisa evoluir mais é essa parte do diagnóstico sorológico", disse Zanotto.

Os estudos feitos até o momento permitem concluir que a microcefalia não é a única manifestação da infecção congênita pelo Zika.

"Existe um gradiente de manifestações que vai desde quadros severos de anencefalia até alterações leves e quase imperceptíveis, eventualmente podem ocorrer apenas alterações cognitivas, mas não morfológicas. A descrição completa da doença só vai surgir quando terminarmos de acompanhar essas coortes durante tempo suficiente para que todas as manifestações sejam apresentadas em quantidades suficientes para termos uma base estatística", disse Zanotto.

Internacionalização

Organizada por pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e da University of Texas Medical Branch, nos Estados Unidos, a Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia reúne, no interior de São Paulo, alguns dos expoentes mundiais nas pesquisas sobre arbovirologia.

Foram selecionados para assistir ao evento cerca de 100 pós-graduandos e pós-doutorandos do Brasil e do exterior, que além de palestras terão a oportunidade de participar de diversas atividades práticas e trabalhos de campo.

Durante a abertura do evento, o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, destacou a importância para a Fundação de financiar esse tipo de iniciativa.

"Na última década, com o intuito de melhorar a qualidade da pesquisa feita em São Paulo, temos buscado uma abordagem mais internacional. Temos convidado pessoas de fora para passar um tempo no Brasil e também buscamos levar estudantes para fora. Isso é estratégico. E, com esse objetivo, temos financiado nos últimos anos diversas Escolas São Paulo de Ciência Avançada", disse.

De acordo com Walter Colli, membro da Coordenação Adjunta - Ciências da Vida da FAPESP, esta é a 50ª edição da Escola São Paulo de Ciência Avançada. "É uma oportunidade para reunir pesquisadores, trocar ideias e dar treinamento. É uma das melhores ideias que já tivemos", disse.


Karina Toledo, de São José do Rio Preto  |  Agência FAPESP

Criador do Android revela novo sistema operacional; saiba o que esperar


Foto: reprodução

O Essential Phone é uma das grandes apostas de Andy Rubin, apontado como o criador do Android, mas o pai de um dos principais sistemas operacionais da última década ainda não desistiu de falar em software. Sua empresa também apresentou o sistema Ambient OS, que poderia vir a se transformar em uma pedra no sapato do Google.

O Ambient, no entanto, não tem como foco estar no seu futuro celular, mas sim um novo e já concorrido mercado da casa conectada, uma das principais apostas do setor de tecnologia. A ideia é garantir a interoperabilidade entre dispositivos, mesmo que tenham sido feitos por fabricantes diferentes.

Neste sentido, o Ambient é muito similar ao Android Things, um sistema do Google baseado no Android com a mesma proposta de permitir que objetos consigam se comunicar e funcionar em conjunto. E é por isso que criador e criação podem começar a entrar em conflito.

Rubin deu mais detalhes sobre o que é o Ambient. A sua meta é "ativar" a casa, entendendo o layout físico da residência, seus ocupantes e os serviços e dispositivos disponíveis para eles. Neste sentido, o sistema operacional serve como uma API, para que as coisas funcionem de forma combinada. Pense em um piscar das luzes da sala quando disparar um timer que monitora o tempo que um bolo passa no forno na cozinha.

Os desenvolvedores apontam que uma diferença que o Ambient OS tem para outros serviços que prometem recursos similares (como o IFTTT, por exemplo), é que todo o processamento pode acontecer localmente, o que dispensa a necessidade de enviar informações possivelmente delicadas pela internet para uma nuvem. O ganho de privacidade e segurança, neste caso, é imenso, já que dificulta muito a ação do cibercrime e também mantém os dados longe dos olhos de empresas como o próprio Google, que usam as informações de clientes para alavancar suas receitas com vendas de anúncios. A Essential diz que o seu sistema irá controlar os dispositivos e guardar dados localmente sempre que for possível.

Como pai do Android, Rubin foi um dos responsáveis por implantar a filosofia do código aberto, que foi um dos segredos do sucesso do sistema. E agora, ele pretende repetir a receita com sua nova empreitada, dando aos desenvolvedores de hardware a liberdade de modificação do código-fonte do Ambient OS. Isso quer dizer que cada fabricante pode ter uma visão própria do que o sistema deve ser capaz de fazer, ao mesmo tempo em que ainda há semelhanças o bastante para que tudo funcione em conjunto.

A questão é como a Essential pretende garantir que isso não crie o mesmo calcanhar de Aquiles do Android, que é a fragmentação do sistema que dificulta a distribuição de atualizações de recursos e de segurança. Em entrevista na Code Conference, Rubin disse que sua empresa tem uma solução, mas não revelou qual é.


OLHAR DIGITAL

Ferramentas online oferecem informações de contas públicas de forma simplificada


Plataformas digitais foram apresentadas na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara nesta quarta-feira (31)

Os responsáveis pela plataforma digital Fiscalize Agora e pelo portal Diagnóstico Público fizeram uma apresentação das duas ferramentas na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, nesta quarta-feira (31).

Os dois utilizam dados públicos de prestações de contas de prefeituras, estados e União com o objetivo de disponibilizar as informações de uma maneira mais amigável. É o que explicou um dos desenvolvedores dos sites, Matheus Moreira.

"A gente completou cinco anos da Lei da Transparência e isso fez com que todos os órgãos, desde prefeituras e até todo o Governo Federal, passassem a ter em seus portais disponibilizados dados financeiros e contábeis, mas a gente percebe que ainda existem grandes problemas nesta transparência: a falta de usabilidade destes portais; características técnicas - geralmente são abordadas questões de contabilidade pública, usando uma terminologia que fica difícil para o cidadão alcançar; ausência de padrões; indisponibilidade e lentidão - é muito comum entrar em um portal e ele estar fora do ar ou demorar muito a retornar a consulta".

O fiscalizeagora.org é mais simples e aberto. O interessado pode fazer pesquisas de gastos em um determinado município, utilizando apenas palavras-chave. Já o diagnóstico público é direcionado para gestores públicos e interessados em dados mais detalhados sobre os gastos de cada ente federativo. É possível pesquisar empresas que mais contratam com cada governo e até as que não poderiam contratar por estarem impedidas pela Controladoria Geral da União.

Questionado sobre os planos para o futuro pelo presidente da comissão, deputado Wilson Filho (PTB-PB), Matheus explicou que a ideia é tornar a análise dos dados mais sofisticada para que o próprio sistema identifique indícios de irregularidades no uso dos recursos públicos. Mas ele explicou que a qualidade dos dados nem sempre é boa e citou como exemplo despesas que não aparecem relacionadas com nenhuma função específica.



RADIOAGÊNCIA

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Nem dá para acreditar...



Enquanto toda pessoa normal briga pra ter uma árvore saudável plantada em sua rua, esta árvore, saudável, e, que está aqui a mais de vinte anos, pois, faz este tempo que eu a conheço e utilizo a sua sombra em dias muito quentes, e, era nela que diversas espécimes de pássaros se reproduziam e traziam a alegria às manhãs, algum imbecil, sem motivo algum aparente, a não ser o ego de cortar uma belíssima árvore, pois, o único incômodo que ela poderia trazer, é o de varrer as folhas que caem, resolveu pedir e a prefeitura veio com sua equipe, prontamente cortar a querida árvore que ali estava, tão saudável.

Que completo absurdo aconteceu na Rua Mario Graccho, na calçada da casa de número 213, no Parque Sônia, em São Miguel Paulista.


A viatura da Subprefeitura de São Mateus, e, os caminhões da subprefeitura de São Miguel, retiraram os restos da árvore, que seus funcionários cortaram com as malditas moto serras.

Que saudade de você, querida árvore...
Que vergonha para o município, que autoriza essa barbaridade, sem fazer uma simples consulta no entorno.


Quanto será que pagaram para que isso pudesse acontecer???


terça-feira, 30 de maio de 2017

Novo mecanismo de ação inflamatória do ácido úrico é descrito


Inflamação causada pelo ácido úrico não depende de altos níveis da substância nem de lesão mecânica devido aos cristais de ácido úrico, indica pesquisa feita no Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (imagem: divulgação)

Tudo é muito rápido, questão de milissegundos. As reações químicas entre o ácido úrico e enzimas presentes na corrente sanguínea são determinantes para desencadear processos inflamatórios que acarretam problemas sérios de saúde, como pedra nos rins, a gota e doenças cardiovasculares como a aterosclerose.

Mesmo em concentrações plasmáticas (na parte líquida do sangue) consideradas normais, o ácido úrico pode iniciar uma reação danosa aos tecidos. A descoberta foi feita por cientistas do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.

Eles estudaram o mecanismo químico de como o ácido úrico é transformado no organismo e como reage com outras proteínas. O resultado do trabalho, que identificou os principais alvos de reação do ácido úrico, foi publicado em artigo no The Journal of Biological Chemistry.

Sabe-se que o acúmulo de ácido úrico na corrente sanguínea forma uma espécie de "pedrinha" ou "cristal" que causa lesão nas articulações, resultando em uma inflamação profunda no tecido. Os pesquisadores do Redoxoma conseguiram provar que não precisa necessariamente ocorrer o processo de formação de cristais para haver um efeito negativo no vaso sanguíneo.

"O dano causado pelo ácido úrico é silencioso, pois, mesmo que não esteja causando a gota, ele pode ser metabolizado por enzimas, as hemeperoxidases, produzindo intermediários altamente reativos. Estes intermediários são o radical livre do ácido úrico e o hidroperóxido de urato", disse Flávia Carla Meotti, professora no Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP.

O hidroperóxido de urato é um composto-chave para a inflamação vascular. Os pesquisadores do Redoxoma conseguiram demonstrar que este composto reage de forma rápida e preferencial com as proteínas peroxirredoxinas, que são proteínas abundantes nas células sanguíneas.

"Para identificar quais proteínas estão mais sujeitas a reagir com o hidroperóxido de urato, nosso grupo observou e calculou o tempo para ocorrer a reação entre o hidroperóxido de urato e essas proteínas", disse Meotti.

A oxidação das peroxirredoxinas pelo hidroperóxido de urato pode afetar a função celular. "A reação entre peroxirredoxinas e hidroperóxido de urato pode alterar o padrão de expressão de outras proteínas e deixar a célula mais apta a liberar mediadores pró-inflamatórios, alimentando um ciclo vicioso de resposta inflamatória", disse Meotti.

Segundo a pesquisadora, demonstrar a produção do hidroperóxido de urato na inflamação é uma novidade. "Durante a inflamação as células produzem uma série de compostos oxidantes para combater os microrganismos invasores. A formação do oxidante hidroperóxido de urato nessa mesma condição é inédita e vem sendo pesquisada há oito anos pelo nosso grupo em colaboração com pesquisadores da Nova Zelândia", disse.

A pesquisa tem a perspectiva de auxiliar no diagnóstico de lesões vasculares e até mesmo buscar alvos terapêuticos para o uso na prevenção de doenças cardiovasculares.

"Nós realizamos pesquisa básica e, a partir de nossas descobertas, será possível inserir um novo fator que ajude a predizer o risco de desenvolvimento de aterosclerose, além de propor alternativas para prevenir este quadro", disse Meotti.

O efeito paradoxal do ácido úrico

O ácido úrico é um produto da degradação dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). Durante sua evolução, o ser humano deixou de expressar a enzima que degrada ácido úrico e passou a acumulá-lo no sangue.

"Essa característica evolutiva sempre foi considerada uma vantagem, pois o ácido úrico tem propriedade antioxidante, ou seja, é capaz de doar elétrons, combatendo os radicais livres e outras substâncias oxidantes. Por outro lado, ao doar apenas um elétron de sua camada de valência, reação que ocorre com as hemeperoxidases, o ácido úrico em si se torna um radical livre", disse Meotti.

"A combinação deste radical livre com o superóxido forma, então, o hidroperóxido de urato. Ambos, radical livre de ácido úrico e hidroperóxido de urato são, paradoxalmente ao ácido úrico, dois potentes oxidantes", disse.

O artigo Urate hydroperoxide oxidizes human peroxiredoxin 1 and peroxiredoxin 2 (doi: 10.1074/jbc.M116.767657), de Larissa A. C. Carvalho, Daniela R. Truzzi, Thamiris S. Fallani, Simone V. Alves, Jose Carlos Toledo Junior, Ohara Augusto, Luis E. S. Netto e Flavia C. Meotti, pode ser lido em www.jbc.org/content/early/2017/03/27/jbc.M116.767657.




Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP


segunda-feira, 29 de maio de 2017

ONU manifesta preocupação com possibilidade de internação compulsória de usuários de drogas em SP


Região entre a estação da Luz e Santa Ifigênia, conhecida como Cracolândia. Foto: EBC/Rovena Rosa


O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) manifestaram nesta segunda-feira (29) preocupação com a possibilidade de se internar compulsoriamente — e em massa — pessoas usuárias de drogas em São Paulo.

O problema das drogas no mundo é um tema fundamental para a saúde pública, lembraram as agências. Por isso, as políticas públicas devem se orientar por princípios como a garantia de direitos humanos, o acesso aos mais qualificados métodos de tratamento e por evidências científicas, salientaram.
Região entre a estação da Luz e Santa Ifigênia, conhecida como Cracolândia. Foto: EBC/Rovena Rosa


O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) manifestaram nesta segunda-feira (29) preocupação com a possibilidade de se internar compulsoriamente — e em massa — pessoas usuárias de drogas em São Paulo.

O problema das drogas no mundo é um tema fundamental para a saúde pública, lembraram as agências. Por isso, as políticas públicas devem ter atenção ao tema das drogas em todos os seus níveis de promoção, prevenção e tratamento; desde a atenção primária até serviços especializados. Tais políticas devem se orientar por princípios como a garantia de direitos humanos, o acesso aos mais qualificados métodos de tratamento e serem balizados por evidências científicas, salientaram.

Nesse sentido, a OPAS/OMS e o UNODC enfatizaram orientações contidas na resolução de 2016 da Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Drogas, aprovada por consenso pelos países-membros da ONU.

Algumas recomendações apontam para as seguintes direções: (1) a abordagem deve ser multilateral, com enfoque integrado, equilibrado, amplo e baseado em evidências, por meio da atenção adequada às pessoas e comunidades, para proteção da saúde; (2) no campo da saúde, é determinante que qualquer ação seja feita de forma voluntária e consentida por parte das pessoas que dela necessitam, de forma a prevenir a estigmatização e exclusão social e; (3) respeitar, proteger e promover todos os direitos humanos, as liberdades fundamentais e a dignidade inerente a todas as pessoas.

O UNODC reiterou também posição externada em 2013 de que a internação sem consentimento constitui-se como exceção, e só pode ser utilizada em casos de extrema emergência e como última estratégia.

A OMS recomendou, em documento discutido nesta semana durante a 70ª Assembleia Mundial da Saúde, que sejam implementadas, de maneira intersetorial e coordenada, ações que abordem integralmente o conjunto de elementos da saúde pública — da atenção primária aos serviços de base comunitária, das abordagens feitas na rua até as estratégias de redução de danos —, com base nos princípios de equidade, justiça social e direitos humanos, priorizando as populações mais vulneráveis e orientadas pelos determinantes sociais e sanitários, pelas intervenções baseadas em evidências e pelas abordagens centradas nas pessoas.

OPAS e o UNODC reafirmaram também as informações contidas no Comunicado Conjunto sobre os Centros de Detenção e Tratamento Compulsório, emitido em 2012.

Uma recente pesquisa com pessoas que usam crack no Brasil revelou que 77% dos usuários desejam voluntariamente se tratar, e as estratégias baseadas no acesso à saúde e outras necessidades, como trabalho, moradia e direitos sociais, têm tido muito mais eficácia na diminuição do uso das drogas e de seus efeitos.

Nessa linha, uma revisão sistemática* sobre a eficácia dos tratamentos compulsórios para o consumo de drogas concluiu que não há evidências de melhoras em tratamentos compulsórios e identificou, por outro lado, estudos que sugerem o risco de ampliação dos danos. Tendo em vista potenciais violações de direitos humanos por essas abordagens, os autores recomendaram que tratamentos voluntários devam ser priorizados em políticas que visem o cuidado em saúde das pessoas que têm problemas relacionados ao uso de drogas.

Por fim, o UNODC e a OPAS/OMS manifestaram sua disposição em apoiar o Estado brasileiro, em seus mais diversos níveis, na adoção de medidas que possam contribuir para a melhor abordagem deste tema.

*D. Werb et al (2016). The effectiveness of compulsory drug treatment: A systematic review. International Journal of Drug Policy 28, 1–9


Estudo reforça importância da Amazônia na regulação da química atmosférica


Medições aéreas feitas no âmbito da campanha científica GOAmazon revelam que a floresta emite três vezes mais isopreno do que o estimado anteriormente. Substância é um dos principais precursores do gás ozônio (foto: GOAmazon)

Medições aéreas feitas no âmbito da campanha científica Green Ocean Amazon Experiment (GOAmazon) revelaram que a floresta amazônica emite pelo menos três vezes mais isopreno do que estimavam os cientistas.

De acordo com Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e coautor do estudo, a substância é considerada um dos principais precursores do ozônio na Amazônia e, de forma indireta, interfere no balanço de gases de efeito estufa na atmosfera.

Os resultados da pesquisa foram divulgados no dia 23 de maio na revista Nature Communications.

"A descoberta explica uma série de questões antes não compreendidas, por exemplo, as altas concentrações de ozônio encontradas vento abaixo de Manaus, que não podiam ser explicadas pela ação antrópica", disse Artaxo, coordenador do Projeto Temático "GOAmazon: interação da pluma urbana de Manaus com emissões biogênicas da Floresta Amazônica", financiado pela FAPESP.

As estimativas anteriores eram baseadas em medidas feitas por satélites ou em torres de até 60 metros de altura. Durante a campanha científica GOAmazon, porém, foi possível obter novos dados com o avião de pesquisa Gulfstream-1, que pertence ao Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), dos Estados Unidos, e atinge até 6 mil metros de altitude.

As medições com a aeronave foram feitas nos anos de 2014 e 2015 – tanto na estação chuvosa como no período de seca – e foram comparadas com dados obtidos no nível do solo.

"Com medidas feitas a 4 mil metros de altitude, foi possível calcular uma emissão média referente a uma área muito maior do que a considerada em trabalhos anteriores. Assim, pudemos perceber que as emissões biogênicas naturais são muito maiores do que se imaginava", disse Artaxo.

Outra descoberta considerada pelos pesquisadores como "surpreendente" foi que as emissões de isopreno variam fortemente de acordo com a elevação do terreno – sendo maiores nas regiões mais altas. Para uma elevação de 30 metros, por exemplo, o fluxo de isopreno foi de 6 miligramas por metro quadrado por hora (mg/m2/h), enquanto para uma elevação de 100 metros foi de cerca de 14 mg/m2/h.

"A região amazônica é, de modo geral, de baixa elevação. Nas áreas sobrevoadas pelo avião, havia pequenas oscilações no terreno e pudemos notar que nas regiões mais altas as emissões eram bem maiores", disse Artaxo.

Os pesquisadores ainda não sabem ao certo explicar o motivo dessa variação das emissões – observada tanto no período seco como no chuvoso. Duas hipóteses são apontadas no artigo e vão requerer novos experimentos para serem testadas.

Uma das possibilidades é que a população de plantas existente em áreas alagadas (mais baixas) seja diferente da encontrada em regiões de maior altitude – e o nível de emissão de isopreno varia de acordo com a espécie biológica.

Outra hipótese é que as plantas de áreas mais elevadas, por apresentarem maior dificuldade para obter água, liberariam mais isopreno em resposta a um estresse hídrico.

"Embora chova muito na Amazônia, já foi mostrado que, em algumas regiões, o lençol de água desce bem abaixo do solo na estação seca. Há plantas com raízes muito profundas, capazes de coletar água a 10 ou 20 metros abaixo do nível do solo", comentou Artaxo.

Interações atmosféricas

O isopreno é um dos compostos orgânicos voláteis (VOCs, na sigla em inglês) emitidos naturalmente pela vegetação amazônica. É uma das fontes dos aerossóis orgânicos secundários que servem de núcleo de condensação de nuvens – ajudando a regular o ciclo hidrológico na região.

Ao se decompor, o isopreno dá origem a diversos subprodutos – entre eles o radical hidroxila (OH). Essa molécula, em certas condições, quando encontra com o oxigênio atmosférico (O2), dá origem ao ozônio (O3), um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. Em altas concentrações, o ozônio pode irritar os estômatos das plantas, que são os canais usados na troca de gases e na transpiração, dificultando a fotossíntese e a assimilação de carbono pela vegetação.

"Além disso, o radical OH controla a oxidação do metano na atmosfera, outro importante gás de efeito estufa. Dependendo da situação, o radical OH pode prolongar ou reduzir a meia-vida do metano, com implicações para o balanço de gases de efeito estufa", explicou Artaxo.

Segundo o professor do IF-USP, a Amazônia já era considerada a maior fonte mundial de isopreno mesmo antes das novas descobertas. "Esses resultados reforçam a relevância desse ecossistema na regulação da química atmosférica tropical do planeta. Agora, precisamos incluir os resultados nos modelos climáticos globais para saber exatamente qual é o efeito climático desses novos valores de emissões."

Iniciada em 2014, a campanha científica GOAmazon tem entre seus objetivos investigar o efeito da poluição urbana de Manaus sobre as nuvens amazônicas e avançar no conhecimento sobre os processos de formação de chuva e a dinâmica da interação entre a biosfera amazônica e a atmosfera. Com base nos achados, os pesquisadores pretendem estimar mudanças futuras no balanço radiativo, na distribuição de energia, no clima regional e seus impactos para o clima global.

O consórcio conta com financiamento do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês), da FAPESP e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), entre outros parceiros (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/18691).

O artigo Airborne observations reveal elevational gradient in tropical forest isoprene emissions (doi:10.1038/ncomms15541), de Dasa Gu, Paulo Artaxo, Alex Guenther Hu e outros, pode ser lido em: www.nature.com/articles/ncomms15541).



Karina Toledo  |  Agência FAPESP



sábado, 27 de maio de 2017

Top 10 : prática expõe a vida íntima de meninas na zona sul


Listas virtuais nomeadas "Top 10" começaram a ganhar força nas escolas públicas do Grajaú e de Parelheiros, na zona sul, em 2014. A prática, que vai além do rankeamento dos estudantes considerados mais bonitos, expõe a vida sexual, principalmente de meninas. Os adolescentes produzem vídeos com nome e foto das colegas, usam termos como "as 10 mais vadias" e "as 10 mais lésbicas", e divulgam o conteúdo em redes sociais e plataformas, como YouTube e Whatsapp. Humilhadas e sentindo-se inseguras nas escolas, algumas delas acabam abandonando os estudos e tentando o suicídio. Essa ação é chamada de cyberbullying, atitude agressiva sem motivação específica realizada pela internet.

Para Larissa Sousa, 18, moradora do distrito do Grajaú e integrante do coletivo Perifraseando, a discussão sobre o Top 10 precisa ir além do cyberbullying porque envolve racismo, padrão de beleza e punição à sexualidade feminina. "O que é ser bonito? Então, até o TOP 10, que pode parecer 'ok', não é.", comenta a jovem, que também questiona o ranking sobre a orientação sexual, pois expõe garotas que podem não ter assumido a própria sexualidade. "Imagine se a sua família não aceita isso e ela descobre que você é lésbica dessa forma?" Quando estava no Ensino Médio, Larissa chegou a receber muitos vídeos de rankings e afirma que a disseminação deles continua. "O TOP 10 é visto como uma diversão".

Dados da SaferNet Brasil, associação sem fins lucrativos que recebe denúncias e oferece orientação on-line a vítimas de violência no ambiente virtual, indicam que em 2016, o quesito que liderou o número de atendimentos foi "cyberbullying/ofensa". Ao todo foram 202 pedidos de ajuda vindos do público feminino e 110 do masculino. A segunda posição é do "sexting/exposição íntima", que em 2015 ocupou o primeiro lugar.

Segundo a pesquisa IRBEM 2017 (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município), a nota média dada pela população de São Paulo em relação ao atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência e risco de morte foi 3,5. Na região chamada Sul 2, onde estão situadas as prefeituras regionais de Parelheiros e Capela do Socorro, onde está situado o Grajaú, a avaliação foi de 2,9, a mais baixa da cidade.

Procuradas pela reportagem, as vítimas de cyberbullying não quiseram dar entrevista.

No combate ao cyberbullying

Os coletivos Abayomi Aba pela Juventude Negra Viva, Perifraseando, Juventude Politizada, Mulheres na Luta e Rusha Montsho criaram, com o apoio do CEDECA Interlagos (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Interlagos), um projeto para dialogar nas escolas públicas de Parelheiros e do Grajaú e combater o cyberbullying. A ideia é que sejam apresentados dois vídeos produzidos no modelo do TOP 10, mas com falas reflexivas retratando a vítima e aquele que a expõe, e depois ocorra um bate-papo. Ao todo, 15 escolas foram mapeadas e seis já autorizaram a atividade, sendo três no Grajaú e três em Parelheiros. "Se um TOP 10 é elaborado, isso não pode ficar restrito à escola. Tem que ser discutido com pais, educadores, vizinhos, porque é problema de todos. Os professores precisam olhar para isso", diz Will Ferreira, 27, professor e integrante do Abayomi.


HUMILHADAS E SENTINDO-SE INSEGURAS NAS ESCOLAS, ALGUMAS JOVENS ACABAM ABANDONANDO OS ESTUDOS E TENTANDO O SUICÍDIO (CRÉDITO: RONALDO SILVA/AGECOM)

Junto ao CEDECA Interlagos, os coletivos defendem que a formação de uma rede de diálogo educativo apresenta resultados mais efetivos que qualquer tipo de punição. "Começamos a ver o lado da vítima e também do expositor, já que nem sempre ele é um agressor e também pode ser uma vítima", diz Luiz Gustavo Gomes, 19, fotógrafo e integrante do Perifraseando. O projeto também inclui a produção de uma cartilha específica para professores.

A psicóloga Mônica Gonçalves, 31, acredita na importância de se fazer parcerias entre profissionais da saúde, professores e assistentes sociais para deter o TOP 10 e suas variantes. "A gente precisa criar redes de diálogo e ação. Cobrem a psicóloga da UBS (Unidade Básica de Saúde)", sugere a psicóloga. "Essas meninas ficam muito tristes, não têm com quem falar. O suicídio também é uma forma de enfrentamento para elas. Temos que pensar quais são os outros recursos disponíveis antes da pessoa achar que se matar é solução". Mônica ainda lembra da existência do Programa Saúde nas Escolas, em que psicólogos de UBSs podem atuar em situações como essas.

O portal do MEC informa que o Programa Saúde nas Escolas beneficia estudantes da Educação Básica, gestores e profissionais de educação e saúde. Além disso, as atividades ocorrem nos territórios abrangidos pela Estratégia Saúde da Família, do Ministério da Saúde. O 32xSP solicitou ao órgão a relação de escolas de São Paulo que são beneficiadas pelo Programa, mas não teve retorno até o fechamento da reportagem.

A assistente social Gislaine Barbosa, 35, informa que o SPVV – Serviço de Proteção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência da Capela do Socorro, prefeitura regional onde está o Grajaú, fará um trabalho para combater o TOP 10. "Vamos começar a mapear os casos no território [Capela do Socorro] e eles serão trabalhados nos nossos encontros". Ainda não há previsão para o início.

O SPVV é executado pelo CEDECA Interlagos em convênio com a Prefeitura de São Paulo, por meio da SMADS (Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social). O serviço é ligado ao Centro de Referência Especializado da Assistência Social – CREAS da Capela do Socorro. Atualmente, São Paulo tem 28 CREAS. Parelheiros não tem nenhum.

O que fazer em casos de exposição

"Quando uma imagem sua é exposta sem autorização, é importante denunciar o conteúdo e as empresas, como Youtube e Facebook, precisam tirá-lo do ar. Caso contrário, elas podem se tornar responsáveis pelo material", explica Mariana Valente, 30, advogada e diretora do Internetlab, centro de pesquisa independente de direito e tecnologia. Mariana salienta que todas as empresas possuem formulários para que o usuário peça a remoção do conteúdo.

Gisele Truzzi, 36, advogada especialista em Direito Digital, recomenda que a pessoa exposta peça também aos amigos para denunciar o material. "Outra medida é conversar com um advogado para verificar a possibilidade de notificar extrajudicialmente o site ou plataforma em questão. Dependendo do teor e contexto da situação, é possível retirar o material", completa a advogada. Além disso, é importante registrar uma denúncia na Safernet.

A rede social mais difícil de barrar um material é o Whatsapp. "Apesar dela informar em seus termos de uso que o conteúdo que viole direitos autorais poderá ser identificado e excluído de circulação – o que demonstra que a empresa tem capacidade de identificar e remover determinados tipos de materiais – dificilmente alguém conseguirá, na prática, excluir qualquer conteúdo que circule nos grupos", finaliza Gisele.

Por fim, psicólogos e advogadas recomendam que os jovens não passem pela situação sozinhos. "É importante conversar com alguém de confiança. De preferência um adulto que possa ajudar", ressalta Mariana Valente.



por Priscila Pacheco
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