Matéria é polêmica e antagoniza deputados da base governista e da        oposição
        
        
         
        A partir desta quinta-feira (9), uma comissão especial começará a        analisar a proposta de reforma trabalhista do Executivo (projeto        de lei 6787/2016) que, entre outros pontos, estabelece a        prevalência sobre a legislação (Consolidação das Leis do Trabalho        - CLT, Decreto-lei 5.452/1943) de acordos e convenções coletivos        entre patrões e empregados. O texto faz parte das mudanças        trabalhistas anunciadas pelo governo de Michel Temer no final do        ano passado. Para o governo, é essencial flexibilizar a legislação        para beneficiar a geração de emprego. Já a oposição critica a        ideia de acordos valerem mais que a lei e também a pressa em        analisar o tema. O acordo coletivo vai prevalecer para 13 pontos        específicos, entre eles plano de cargos e salários e parcelamento        de férias anuais em até três vezes. A proposta proíbe a alteração        por acordo de normas de segurança e medicina do trabalho.
        
        Para o vice-líder do governo, deputado Júlio Lopes, do PP        fluminense, o governo vai trabalhar para flexibilizar a legislação        porque acredita na maturidade do trabalhador.
        
        "O que vai ser mexido é aquilo que puder ser acordado entre o        trabalhador e o empregador, de forma a beneficiar o emprego e a        continuidade dele. O que a gente precisa fazer é acreditar na        maturidade e na capacidade do trabalhador. Temos o hábito de        considerar o trabalhador hipossuficiente, e temos de lembrar que        um trabalhador no Brasil já foi presidente da República por oito        anos e elegeu a sua sucessora."
        
        Já o líder do PDT, deputado Weverton Rocha, do Maranhão, disse que        o governo usa o discurso de aperfeiçoar a legislação para analisar        o tema a toque de caixa, sem a discussão necessária.
        
        "Não pode de forma açodada instalar uma comissão e colocar um        prazo para dizer 'ó, em seis meses vamos para resolver o problema        da legislação trabalhista', que é o que estão querendo fazer. É        preciso se ter cuidado. O PDT vai lutar de forma intransigente        para que essa reforma trabalhista não seja, na verdade, uma        reforma de retirada de direitos dos trabalhadores."
        
        A instalação do colegiado foi anunciada nesta terça-feira (7) pelo        presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Segundo ele, o tema é urgente,        mas terá debate garantido. O relator escolhido para a comissão        especial, deputado Rogério Marinho, do PSDB do Rio Grande do        Norte, disse ser favorável à prevalência dos acordos firmados        coletivamente sobre o que diz a legislação. Segundo ele, a mudança        vai fortalecer os sindicatos. A Central Única dos Trabalhadores        afirma, porém, que, com a proposta, não haveria mais a necessidade        do apoio sindical aos trabalhadores. A negociação poderia ser        feita apenas com um representante dos trabalhadores nas empresas        com mais de 200 empregados.
        
        Além do projeto de lei, o Executivo mandou duas medidas        provisórias para alterar outros pontos da legislação trabalhista.        A discussão das MPs começa em comissões mistas formadas por        deputados e senadores, ainda por instalar, para depois ir para os        plenários da Câmara e do Senado. A primeira medida (MP 761/2016)        prorroga até 2019 o programa que permite às empresas em        dificuldades financeiras reduzir a remuneração e a jornada de        trabalho de seus empregados em até 30%, contanto que não sejam        demitidos sem justa causa. O programa terminaria neste ano. A        segunda MP (nº 763/2016) permite ao trabalhador sacar o dinheiro        de contas inativas do FGTS. O texto autoriza a movimentação de        contas paradas até 31 de dezembro de 2015.
        
        Reportagem - Tiago Miranda
Radioagencia.
      





Nenhum comentário:
Postar um comentário