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SP bate recorde de roubos, com 896 casos por dia; 63% envolvem celulares

Metade dos crimes foi contra pedestres, muitos com criminosos em motos ou bicicletas; a área do 78º DP (Jardins) é a 3ª com maior aumento dos assaltos

Bruno Ribeiro e Marco Antônio Carvalho - O Estado de S. Paulo

O Estado de São Paulo registrou até agosto de 2016 52 casos a mais de roubo por dia em comparação ao mesmo período do ano passado. A média mensal de assaltos neste ano (26.889) é a maior de toda a série histórica da Secretaria da Segurança Pública, iniciada em 1996, ultrapassando o recorde anterior de 2014. Metade dos crimes foi contra pedestres, muitos deles com criminosos em motos ou bicicletas, e os principais objetos roubados são celulares.

Especialistas ponderam a dificuldade de se investigar esse tipo de ocorrência, pedem um esforço para criação de alternativas de enfrentamento e minimizam o argumento de que a crise econômica no País seja a responsável pelo crescimento da criminalidade, justificativa usada pela gestão estadual. A pasta da Segurança disse readequar o policiamento de acordo com a análise das estatísticas.

Nas ruas do centro da capital, as diversas câmeras de segurança captam diariamente a ação de batedores de carteira e de adolescentes que, de bicicleta, furtam e roubam lojistas e clientes do comércio local. Em comum, as imagens mostram a vítima desatenta mexendo no telefone celular enquanto os criminosos preparam o bote, agindo em poucos segundos para levar os bens.

"Eu estava andando com o celular na bolsa, só com os fones de ouvido para fora, quando um cara chegou puxando os fios com tudo. Eu, na hora, até corri atrás dele, o que é errado, mas não pensei. Mas não consegui pegar o cara. Meu celular começou a vibrar na bolsa, porque alguém estava me ligando, e eu vi que ele não tinha levado", contou a comerciária Chaiene Lima, de 23 anos. 

O delegado seccional da região central da cidade, Marco Antonio Pereira, afirmou não haver diferença significativa no perfil das vítimas de roubo nas regiões da cidade. O que muda, disse ele, é o perfil do ladrão. "Nessas regiões de maior movimento de transeuntes, como o centro velho e a Avenida Paulista, o criminoso é, em geral, alguém mais amador, que se aproveita da oportunidade, quando vê um celular ou valores fáceis de serem roubados", explicou.

"Mas em regiões de maior poder aquisitivo, em que a vítima pode estar de carro, o criminoso já é mais profissional, se podemos chamar assim. É alguém que está armado, que pode entrar em uma casa, roubar um carro. É alguém cuja prisão exige maior investigação. Mas os dois tipos de ladrões têm sido presos", afirmou o delegado.

Dados da Secretaria da Segurança mostram que seis em cada dez ocorrências terminam com o celular sendo levado da vítima, enquanto que em 49% das vezes documentos estão entre os itens perdidos; dinheiro só foi roubado em cerca de 11% das ocorrências neste ano. Comércios e casas são os alvos em 6% e 3% das vezes, respectivamente. "Outra coisa é que, em locais como os Jardins, as pessoas carregam consigo mais valores do que em locais como o Glicério", continuou o delegado Pereira. "O que ocorre é que, nos dois perfis, os valores são levados pelos criminosos."

A área do 78.º DP (Jardins) é a terceira com maior aumento dos assaltos em toda a cidade, saindo de 1.126 registros de janeiro a agosto de 2015 para 1.446 no mesmo período de 2016. A explicação para o aumento pode estar na Avenida Paulista. Desde outubro do ano passado, a Prefeitura decidiu fechar o tráfego de carros aos domingos para lazer na via, atraindo cada vez mais pessoas. "Há consideravelmente mais pessoas circulando na avenida e, no domingo, elas estão mais vulneráveis, distraídas brincando com crianças, por exemplo. Quando notam, já perderam", disse o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do bairro, Pedro Matizonkas Neto.

O delegado Pereira, que já dirigiu o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), e do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), afirmou ainda que o momento de crescimento de roubos de celulares se dá pela natureza do produto, que sempre está à mão. "É um objeto que está à mostra, as pessoas ficam com ele na mão, o que facilita a ação de quem está atrás de uma oportunidade." 

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo, Boris Ber, está havendo um aumento considerável na demanda por seguros para celulares, smartphones e tablets. "O alto valor desses equipamentos, muitas vezes aliado à dívida contraída para sua aquisição, o crescimento nos índices de furtos e roubos, e risco de danos físicos como quedas, são os fatores que determinam a procura pelo seguro", disse.
 

Andar distraído em vias com pouca iluminação e com o celular na mão é o tipo de comportamento que tem facilitado a ação de criminosos, particularmente no centro da capital. Lojistas relatam a repetição de ocorrências nesse mesmo padrão. Até mesmo ouvir música com fones de ouvido e o aparelho dentro da bolsa ou mochila representa um risco que deve ser evitado nessas situações.

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.



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